09/09
09/09, Blog do Mirada, data »

O amor pode se tornar patológico quando nos torna cegos. E o personagem ícone de Lima Barreto, Policarpo Quaresma, torna-se vítima do amor profundo, porém ingênuo, que nutre pelo Brasil. A epopeia desse homem rumo à loucura e à guerra ganhou os palcos este ano, pelas mãos de Antunes Filho e seu Grupo Macunaíma de Teatro, e teve duas apresentações no MIRADA, sendo a primeira, curiosamente, em pleno feriado nacionalista: no Dia da Independência.
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De uma oca em forma de tartaruga – com 3,5 metros de altura-, saíram os bichos e figuras indígenas confeccionados com materiais naturais como bucha vegetal e madeira, encantando jovens e adultos que compareceram ao Ginásio do SESC Santos, na única apresentação de “Filhotes da Amazônia”, do grupo Pia Fraus no Festival. A beleza e inventividade dos bonecos renderam ao grupo um prêmio especial.
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Isabel Ortega (foto), uma das curadoras do MIRADA e brasileira radicada em Cádiz, na Espanha, brincou que virou uma espécie de relações públicas do Festival, apresentando os grupos aos produtores e vice-versa. “O tempo inteiro eu estou antenada e articulando os contatos. Já estou sabendo em que festivais os grupos querem ir e eu vou apresentando-os aos produtores e organizadores de cada festival”, conta.
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O período que esta peça dirigida por Lía Jelín abarca vai de 1967 a 1972 e aborda a relação entre as escritoras argentinas Alejandra Pizarnik (Noemí Frenkel) e Silvina Ocampo (Marta Bianchi), que apesar de classes sociais e gerações diferentes se admiravam muito. A relação entre as duas teve um violento ponto final, com o suicídio de Alejandra em 1972. O espetáculo trouxe ao público do MIRADA a efervescência política e intelectual da Argentina pré-ditadura.
08/09, 09/09, Brasil, Fonte do Sapo, Nacional, Praça Mauá, espetáculo, teatro de rua »

A ingenuidade pode ser irmã da esperteza. O núcleo de Sergipe equilibra-se no arame entre instâncias demasiado humanas ao narrar três histórias curtas extraídas da literatura de cordel. O pano de fundo é a critica à associação automática entre as culturas popular e de massa – o balaio desta é o consumo e o daquela, o suprassumo. Em 33 anos de dedicação contínua ao teatro de rua, os criadores se dizem conscientes de que são necessários novos procedimentos na pesquisa do cômico. Fugir da convenção ao visitar os universos da cultura popular, do cordel e do folclore. Afinal, foi o princípio da resistência que fez esses artistas chegarem até aqui, mesmo diante da precariedade econômica que significa fazer arte em alguns cantos do Nordeste. De 1977 para cá, o Imbuaça cruzou o Brasil de norte a sul e já se apresentou em países como Equador, Cuba, México e Portugal.
06/09, 07/09, 08/09, 09/09, 10/09, 11/09, Brasil, Galpão do Porto - Armazém 7a, Nacional, destaque, espetáculo »

A produção deste ano reúne criadores ligados ao Teatro de Grupo em São Paulo. A recriação do clássico de Dostoiévski teve boa repercussão crítica e ingressos esgotados. No Brasil, o substantivo “novela” é mais associado à trama em episódios na TV do que à narrativa literária. O subtítulo refere-se às três partes, uma por noite, em que o espectador pode acompanhar a adaptação. Michkin é o príncipe despido de dotes, um visionário misto de Cristo e Dom Quixote. Ele retorna à Rússia após tratar de epilepsia. Do trem à estadia, envolve-se em novelo amoroso, financista e sagrado. Quem ancora o projeto é a Mundana Companhia, fundada em 2007. A diretora é da Companhia Livre. Ela e outros nomes do projeto passaram pelo histórico Grupo Oficina. Vertigem e Companhia São Jorge de Variedades também estão representados.
09/09, 10/09, Argentina, Fosso SESC Santos, Internacional, destaque, espetáculo »

O pecado capital da inveja perpassa o monólogo. Um melodrama musical em que a protagonista narra como ela foi pivô de um episódio que envolveu duas rainhas do rádio dos anos 30 na Argentina: Eva Perón e Libertad Lamarque. O cineasta e autor Santiago Loza toma como gancho a mítica bofetada que Libertad teria dado em Eva. O enredo trata do dilema de uma costureira de bairro, fã de cantarolar a antiperonista Libertad o tempo todo. Certo dia, a própria artista baixa em sua oficina para encomendar-lhe um vestido. Atraída pela súbita fama da moça, Eva também vai atrás e pede exclusividade para o mesmo vestido a ser finalizado. A aparente disputa traz à tona visões sobre questões da memória política e social do país. A obra de 2008 marcou a estreia do também cineasta Diego Lerman como diretor teatral. Nascido em 1976, ele integra a boa fase cinematográfica do país. Filmou Tan de Repente (2002) e La Mirada Invisible, este exibido no Festival de Cannes este ano.
08/09, 09/09, Auditório SESC Santos, Internacional, Uruguai, destaque, espetáculo »

Gabriel Calderón contava 17 anos quando escreveu o enredo que se passa em um ambiente opressivo e expõe a perversidade adulta sob a perspectiva de uma menina e sua boneca. Em 2004, aos 21 anos, seu texto foi acolhido num dos palcos tradicionais de Montevidéu, o Teatro Circular, atraindo o público jovem. Também codiretor e um dos intérpretes, o autor premiado quer mostrar a intimidade através de uma lente deformante: segredos sujos de pessoas condenadas a repetir-se. No olho desse redemoinho de entorno cruel, a protagonista será, ao lado do inseparável brinquedo, uma nada cândida sobrevivente. A irreverência e a contradição alimentam a Complot, companhia fundada há cinco anos por Calderón e o coreógrafo Martín Inthamoussú. Desde 2007, soma a dramaturga Mariana Percovich, nome destacado no panorama recente do país.
09/09, 10/09, Internacional, Portugal, Teatro Coliseu, destaque, espetáculo »

Sete sobreviventes estão sitiados numa cidade tomada por um exército. O pesadelo do Holocausto é sugerido nas entrelinhas, mas o desencanto pela violência de guerra é exibida nos próprios telejornais de hoje. A partir dessa percepção, o grupo leva à cena a sua versão de 2008 para o romance homônimo do compatriota Gonçalo M. Tavares. No enredo, a aflição diante do futuro é diagnosticada por um médico empenhado em escrever sobre a história do horror no seio da humanidade. O desafio do grupo é aproximar o espectador da loucura e da escuridão latentes. Acordar consciências sobre as atrocidades sem prejuízo da ironia. O Teatro O Bando foi fundado em 1974. É uma das mais antigas cooperativas culturais do país. A reputação mundial veio da singularidade em colocar a pesquisa artística no plano das participações cívica e comunitária a partir da sua sede no do Vale dos Barris, em Palmela.