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05/09

05/09, 11/09, Brasil, Fonte do Sapo, Nacional, Praça da Paz Universal, espetáculo, teatro de rua »

Arrumadinho

O capitalismo ganha uma crítica bem-humorada do grupo da cidade-sede do Festival. Um cortejo profético anuncia o jogo que seis gerentes de venda estabelecem com o público ao ar livre. O espetáculo de 2007 questiona o homem moderno e o que pode haver de patético na relação do trabalho com o sonho de prosperidade. A Trupe Olho da Rua surgiu em 2002 com o objetivo de pesquisar, exercitar e difundir o gênero, suas dimensões artística e cidadã. As referências são a linguagem do palhaço e a música de bases melódica e percussiva. O núcleo montou nove peças afeitas à farsa, ao circo, ao épico e ao musical. Organizou seis edições da sua Caravana pelo Mundaréu, percorrendo os litorais de SP e RJ. Foi parceiro do encontro santista A Rua é o Palco, de 2008. E idealizador da 1ª Mostra de Teatro Olho da Rua, de 2009, na qual recebeu seus pares locais e de outros Estados.

05/09, 06/09, Casa da Frontaria Azulejada, Internacional, Peru, espetáculo »

Hecho en el Peru,<br />Vitrinas para un Museo de la Memoria

Prestes a completar 40 anos, em 2011, o grupo reconhecido pela ênfase política de suas criações conjuga as formas da instalação plástica e da ação dramática. Durante duas horas, o espectador percorre uma galeria com seis vitrines nas quais pode fazer o seu roteiro: em quais se ater ou mesmo em todas. A cada nicho, uma atriz ou ator relaciona-se com objetos ou interage. Seis presenças sublinham ideias, atos e perfis heterogêneos de uma matriz comum, tal qual a marca de produto. Entre as reflexões lançadas, estão o temor e a esperança que a fé emana, a maquinação oculta do terror de Estado e o imaginário indígena que a dominação colonial e sua herdeira, a republicana, compilaram. Sediado em Lima, o Yuyachkani é um dos expoentes do teatro latino-americano premiado e requisitado no circuito internacional. Seu nome, em quéchua, significa “estou a pensar, estou a recordar”.

04/09, 05/09, Brasil, Nacional, Teatro Coliseu, espetáculo »

Vida

“Não fosse isso e era menos/ não fosse tanto e era quase”. Como os versos do escritor paranaense Paulo Leminski (1944-93), a companhia conterrânea relativiza as certezas. Toma a curta existência dele e a vasta obra em poesia, prosa, ensaios, traduções, letras de música, etc., para abrir outras janelas ao público que o conheça ou não. Exilados num lugar imaginário, dois homens e duas mulheres fazem parte de uma banda que ensaia para comemorar o jubileu da cidade. Eles convivem entre si e revelam comportamentos e conflitos pessoais. O espetáculo de 2010 traz figuras prosaicas às quais não faltam humor, sensibilidade e vontade de transformação. O núcleo colaborativo iniciou atividades em 1999, em Curitiba, onde foi premiado. Fez temporadas em São Paulo e no Rio. E viajou a países como França e Colômbia. O diretor Marcio Abreu dirigiu o ator Luis Melo em dois projetos paralelos.

05/09, 06/09, Brasil, Fonte do Sapo, Lagoa da Saudade, Nacional, destaque, espetáculo, teatro de rua »

Gigantes pela Própria Natureza

O espetáculo recria artisticamente o sincretismo das encanterias, cerimônias semelhantes à pajelança nas quais seres espirituais denominados moços encarnam em médiuns, os ditos aparelhos. Como em trabalhos anteriores, a companhia do Rio de Janeiro, adepta do que define como circo dramático, lança mão de repertório musical popular (tradições indígenas, africanas e europeias) e das danças que utilizam técnicas sobre pernas de pau. O roteiro propõe explorar coisas, pessoas, plantas, bichos e invenções tomando Albert Einstein e Mário de Andrade por faróis. Profissionais da companhia criada em 1990 integram-se à Orquestra Itinerante de Rua sobre Pernas de Pau, formada por jovens aprendizes de comunidades cariocas de baixa renda. Entre os espetáculos anteriores com a linguagem peculiar da Mystérios e Novidades, estão Pajelança (2000), Navelouca (2001) e Cíclopes (2007), sempre inspirados na musicalidade e no gestual dos antigos atores e tocadores populares.

04/09, 05/09, Brasil, Nacional, Teatro SESC Santos, espetáculo »

Savana Glacial

Um escritor enreda a mulher e terceiros em trama que tensiona realidade e ficção explorando o conceito do teatro dentro do teatro. Ao milagre da multiplicação dos pães corresponde a forma como figuras coadjuvantes são conectadas à história: uma maquiadora e um entregador de loja também compartilham o apartamento para o qual um casal mudou-se há pouco, esperançoso em resgatar a vida amorosa após um suposto acidente. O absurdo avança como um processo cinematográfico de edição, um jogo de memória elaborado em conjunto e vindo à luz em 2010. Fundado em 2007, no Rio de Janeiro, o Grupo Físico de Teatro deseja firmar uma identidade artística intensificando a pesquisa de linguagem da qual os primeiros passos dão notícias. Para o texto desta montagem o grupo convidou Jô Bilac, nome emergente da dramaturgia contemporânea do Rio de Janeiro.

05/09, Argentina, Auditório SESC Santos, Internacional, espetáculo »

El Desarrollo de la Civilización Venidera

Uma norueguesa de 26 anos, casada, três filhos, escandalizou a burguesia do final do século XIX ao contrariar “deveres” de esposa e mãe. Abandonou o lar com rumorosa batida de porta. O gesto de Nora, a protagonista de Henrik Ibsen, pode soar anacrônico aos dias de hoje. Mas o encenador e dramaturgo cava fundo ao refletir o quanto a questão de gênero ainda é determinante. Estão aí, na ordem do dia, as afrontas aos direitos humanos. A versão de 2009 equilibra o peso dos demais personagens centrais, marido, agiota, médio e amiga. Dinheiro é o que os move e estanca. O espaço cênico diminuto da casa corresponde à cenografia de outro Ibsen por Veronese, Todos los Grandes Gobiernos han Evitado el Teatro Íntimo, que também integra o Mirada.

04/09, 05/09, Argentina, Internacional, Teatro Guarany, espetáculo »

Mujeres Terribles

A ebulição intelectual da Argentina entre 1960 e 1970 serve como pano de fundo às vozes e olhares literários de Alejandra Pizarnik (1936-1972) e Silvina Ocampo (1903-1994). As duas escritoras pertenciam a gerações e classes sociais distintas. Costurada a quatro mãos, a dramaturgia assimila traços biográficos para juntá-las ainda mais no plano da ficção. Na vida real, ambas estudaram em Paris, por exemplo. Alejandra suicidou-se aos 36 anos. Silvina era mulher de Adolfo Bioy Casares. Contos, poemas, diários e cartas são entrelaçados a passagens históricas da nação que sempre olha para si por meio da arte, suas peculiaridades nas entrelinhas. Com personagens ora cúmplices ora dissonantes, a produção estreou este ano. A atriz e diretora Lía Jelín conciliou a formação internacional em dança com a trajetória teatral desde 1960.