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Teatro Guarany

10/09, 11/09, Chile, Internacional, Teatro Guarany, espetáculo »

Fiesta

A criação coletiva retrata a estupidez e o vazio dominantes na sociedade pós-ditadura chilena (1973-1990). Na sala de (mal) estar de uma casa, seis pessoas revelam-se cada uma delas em sua ilha. São talvez quatro horas da madrugada, acabou a bebida, a música, ninguém dança e elas tampouco têm ideia do que celebram. O marasmo e o silêncio dão lugar ao riso postiço, aos diálogos fugazes. Algumas apelam a “shows” individuais na ânsia por dissimular o desconcerto. O espetáculo propõe uma partitura feita de movimentos, atmosferas, sensações e ruídos. Em suma, os malefícios da inconsciência, da desmemória. Trinidad González dirige o projeto paralelo a seu grupo, o Teatro en el Blanco – premiado núcleo surgido na cena chilena em 2004 e que o Brasil conheceu há pouco com Neva e Diciembre, nos quais ela atua sob encenação de Guillermo Calderón.

04/09, 05/09, Argentina, Internacional, Teatro Guarany, espetáculo »

Mujeres Terribles

A ebulição intelectual da Argentina entre 1960 e 1970 serve como pano de fundo às vozes e olhares literários de Alejandra Pizarnik (1936-1972) e Silvina Ocampo (1903-1994). As duas escritoras pertenciam a gerações e classes sociais distintas. Costurada a quatro mãos, a dramaturgia assimila traços biográficos para juntá-las ainda mais no plano da ficção. Na vida real, ambas estudaram em Paris, por exemplo. Alejandra suicidou-se aos 36 anos. Silvina era mulher de Adolfo Bioy Casares. Contos, poemas, diários e cartas são entrelaçados a passagens históricas da nação que sempre olha para si por meio da arte, suas peculiaridades nas entrelinhas. Com personagens ora cúmplices ora dissonantes, a produção estreou este ano. A atriz e diretora Lía Jelín conciliou a formação internacional em dança com a trajetória teatral desde 1960.

07/09, 08/09, Brasil, Nacional, Teatro Guarany, destaque, espetáculo »

In on It

Premiado no Rio de Janeiro, em 2009, e em circulação pelo país, o projeto é uma feliz triangulação da maturidade artística de Emilio de Mello e Fernando Eiras com o diretor Enrique Diaz em trabalho paralelo à Companhia dos Atores. Dois atores, duas cadeiras, um casaco, um lenço, um molho de chaves e o desenho de luz em palco nu como que bastam para defender a narrativa do autor canadense. Um homem escreve uma peça sobre alguém que sofre acidente, dois amantes vêem seu caso terminar e dois homens contam essa história. São dez personagens costurados em três camadas: a peça (escrita por um dos personagens), o espetáculo e o passado. A peça é a historia de Ray, mais “teatral” do que os demais planos. O espetáculo é o que acontece aqui e agora. O passado fala de como a relação dos protagonistas se desenvolveu. Uma estrutura metalinguística e um poético jogo de atuar levam a trama a um desfecho surpreendente.