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03/09, 04/09, Espanha, Ginásio SESC Santos, Internacional, destaque, espetáculo »

Ele foi um boxeador tão medíocre quanto a percepção sobre a Espanha franquista dos anos 1960, 1970. O basco José Manuel Ibar, também apelidado “Morrosko de Cestona” ou “Urtain”, colheu fama e caiu nas graças da mídia e dos políticos. Em 1992, a quatro dias de iniciar os Jogos Olímpicos de Barcelona, cometeu suicídio saltando do 11º andar de um prédio. Esse é o material dramático trabalhado pelos criadores. Juan Cavestany concebeu um roteiro cinematográfico de origem que acabou vingando como teatro, arte tão visceral quanto a trajetória do protagonista. Um caminho marcado pelo sangue e pela política, desejo atormentado e possibilidade sempre fugaz de êxito. A premiada Compañía Animalario foi fundada em 1996 com o intuito de resgatar o Teatro de Grupo dos anos 1980. O espetáculo foi recebido como o grande destaque da temporada teatral de 2009 na Espanha e agora inicia circulação internacional.
03/09, 04/09, Casa da Frontaria Azulejada, Internacional, Venezuela, espetáculo »

Franz Kafka é a principal referência literária do dramaturgo caraquenho em sua peça de 1988 que ganhou duas montagens três anos depois, na capital do país e em Madri. A produção apresentada no Mirada é de 2003 e traz uma mulher no papel central, e não um homem, como na versão original. Numa estação de trem, em algum país esquecido, uma passageira sofre arbitrariedades à maneira do romance O Processo. Um soldado e um oficial agem com truculência com a imigrante que, parece, não fala sua língua. Os excessos geram confusões e absurdos. A incomunicabilidade avança com a desconfiança presumida. Um clima tomado por forças ocultas que amordaçam, cegam e destroem o indivíduo, afrontando os direitos humanos. Com formação que inclui passagens por EUA e França, Gustavo Ott despontou como dramaturgo no início dos anos 1980. Ele também é jornalista e suas peças foram traduzidas para o inglês, italiano, alemão, francês, russo, japonês etc.
03/09, 04/09, Espanha, Internacional, Parque Municipal Roberto Mário Santini, destaque, espetáculo, teatro de rua »

Ao sugerir a imagem do fogo do mar, o título remete às raízes mediterrâneas do grupo que há 27 anos alia magnetismo e colorido das festas populares à ousadia formal em criações de grande formato ao ar livre. A oportunidade de assistir a uma obra do repertório, de 1994, permite conferir o domínio de linguagem e a tentativa permanente de escapar ao virtuosismo. O roteiro visita lendas e costumes valencianos, dispensa a palavra, assume a pirotecnia e interfere na percepção dos passantes em seu cotidiano. A obra quer ressignificar, dar a ver com outros olhos e apropriação dionisíaca do espaço público. O Xarxa é militante quanto à inovação permanente para a rua combinada a recursos de multimídia. A acolhida do núcleo em mais de 40 países dá conta da universalidade de seu trabalho.
02/09, 03/09, Internacional, Mexico, Teatro SESC Santos, destaque, espetáculo »

O castrato é um cantor com timbre e tessitura de voz peculiares, registro soprano. Para alcançá-lo, era comum na Europa do século XVI que os homens fossem castrados ainda na infância. A partir desse fenômeno artístico, social e cultural o grupo conceitua o que define como teatro-ópera, em que o ator lança mão de recursos da música e da dança para tratar da história de meninos pobres alçados a estrelas das frívolas cortes. Por meio da conferência dramatizada de um siamês de duas cabeças, que é cirurgião e cronista, o público é conduzido a uma viagem inusitada: do barroco, no início do século XVII, aos dias tecnológicos de hoje. Em atividade desde 1977, o Teatro de Ciertos Habitantes colhe prêmios e apresentações em importantes festivais nos cinco continentes. Entre os países visitados estão México, Alemanha, Cingapura, Egito, Argélia, Croácia e Brasil.
03/09, 10/09, Boulevard da Rua XV de Novembro, Brasil, Nacional, Praça Mauá, espetáculo, teatro de rua »

Um dos grupos mais promissores da geração de teatro de rua surgida nesta década em São Paulo mostra seu ponto de vista sobre a euforia econômica que o Brasil atravessa. Os habitantes de uma cidade recém surgida em nome da ordem e do progresso têm o sonho da felicidade abortado por uma crise financeira. Para combatê-la, as autoridades constroem o “mais avançado artefato da tecnologia humana”, a “Bolha”, que do céu vigiará tudo e a todos. O espetáculo que estreia em agosto discute com humor anárquico o poder do mercado e o controle exercido sobre as relações humanas. A Brava Companhia foi fundada na zona sul paulistana em 1998, com outro nome, e obteve mais repercussão pela consistência de linguagem ao ocupar espaços abertos ou não convencionais com a premiada montagem de A Brava (2008), um épico sobre a heroína Joana D’Arc.