Museu da memória
O espetáculo que o Grupo Cultural Yuyachkani (pronuncia-se “iuiachicani”) levou domingo e segunda (dias 5 e 6 de setembro) para a Casa da Frontaria Azulejada, no Centro Histórico de Santos, emocionou o público ao abordar questões culturais, sociais, religiosas e políticas do Peru – e que fala a todas as nações latino-americanas que sofreram processos de ditadura e crises econômicas.
Como diz o título “Hecho en el Peru, Vitrinas para un Museo de La Memoria”, a montagem reproduz vitrines que funcionam como palcos para seis cenas realizadas simultaneamente, ladeando um corredor. Como em um shopping center, tudo é muito colorido, iluminado e barulhento, e o público percorre as vitrines e escolhe o que ver, enquanto que no fundo do corredor é servido um coquetel. É uma maneira leve e divertida de tratar de temas pesados e caros a todos nós.
Não há diálogos. Os atores fazem suas cenas dentro das vitrines, interagindo com vídeos, objetos e até com o público, sem contato uns com os outros. Mas há uma narradora, que canta e lê notícias como se estivesse em um programa de rádio. As imagens potentes, a repetição de algumas coreografias e de algumas falas e cantos nos conduziram a um nível de compreensão que ultrapassou a razão. Houve espectadores que choraram.
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