Um continente inteiro
“Na outra margem alguém me espera com um pêssego e um país”, dizem os versos finais do poema “A Ponte”, do poeta uruguaio Mario Benedetti, lido pela atriz Ligia Cortez – filha dos atores Raul Cortez e Célia Helena – na abertura da cerimônia de lançamento do MIRADA, segunda-feira (16/08), no SESC SANTOS.
Sim, Ligia, o MIRADA não erguerá uma ponte, mas dezenas; e não lhe dará um país, mas quase um continente inteiro.
Para o diretor regional do SESC SÃO PAULO, Danilo Miranda (de pé, na foto acima, ao lado da diretora Neyde Veneziano e do secretário de cultura de Santos, Carlos Pinto – sentados), o teatro verticaliza questões políticas e culturais. Daí a importância da realização do MIRADA no Brasil, o único país “lusoparlante do continente latino-americano”.
“Nossa matriz cultural é portuguesa e isto definiu não apenas a língua, como o nosso modo de ver o mundo, mas as nossas raízes ibéricas também existem e precisam ser aprofundadas”, defendeu.
Representando a classe artística de Santos, a diretora e pesquisadora de teatro Neyde Veneziano – especialista na obra do dramaturgo italiano Dario Fo – ressaltou que a cidade é um celeiro de grandes talentos – entre eles o dramaturgo Plínio Marcos -, muitos dos quais viraram celebridade – como Ney Latorraca.
Ela lembrou também os velhos tempos do teatro santista. “Essa energia teatral de Santos vem desde o (Teatro) Coliseu antigo, com o espetáculo ‘Família do Matraga’, que funcionava como A Grande Família hoje (seriado televisivo, criado pelo dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho). Todo final de semana, o público lotava o teatro para assistir a mais um episódio da ‘Família do Matraga’.”
Para Neide, o MIRADA oferece “oportundade de fazer reflexões, trocar figurinhas com outros criadores e de acrescentar mais pedrinhas à construção do teatro santista”.
Público aguarda para entrar no teatro do SESC SANTOS. Cerca de 400 pessoas compareceram.
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