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Como nos vemos

Neste momento em que o noticiário mundial acompanha as mais recentes tragédias e esperanças de países da América Latina, o MIRADA deve ajudar a fortalecer os lastros culturais entre os povos latino e ibero-americanos, revelando – no palco e na rua – nossas dores, alegrias e, sobretudo, como nos enxergamos e olhamos para o mundo. Estes olhares estão representados por diferentes gerações de artistas e grupos teatrais que se encontram no Festival.

É o que nos mostra um dos textos que abre o catálogo do MIRADA, que será lançado durante o evento. “Entre os coletivos há mais tempo na estrada, e não por acaso, na maioria, formada durante os regimes ditatoriais, estão o peruano Yuyachkani (foto acima); o brasileiro Imbuaça (Sergipe) e o mexicano teatro de Ciertos Habitantes, ambos de 1977; a também brasileira tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui traveiz (Rio grande do Sul), de 1978; e o espanhol Xarxa teatre, de 1983.  Seja em palcos, praças ou espaços não convencionais, essas agrupações veteranas não estacionaram em seus saberes e fazeres, e alcançam formulações sofisticadas nos processos criativos”.

O texto continua,  agora falando das novas gerações: “As gerações que despontaram nas décadas seguintes fazem coro com elas em projetos de artes cênicas dos mais vigorosos na contemporaneidade ibero-americana. É possível desfrutar trabalhos variados: os do grupo boliviano Teatro de los Andes (foto logo acima) e a verve antropofágica em tocar arquétipos; os da atriz e diretora chilena Trinidad Gonzáles e a capacidade de virar o espelho para as contradições da sociedade em projeto paralelo ao seu teatro En el Blanco; os do coletivo colombiano Mapa Teatro e o alargamento de suportes para a intervenção; os do grupo equatoriano Malayerba e a dramaturgia política de tônus poético; os da companhia espanhola Animalario e a visão crítica da história de seu país sem concessão; os do grupo português teatro O Bando e a perspectiva comunitária da arte; os da companhia uruguaia Complot e a afronta à falsa moral; e os do dramaturgo venezuelano Gustavo Ott e a abordagem do desrespeito em terra estrangeira”.

Quem sabe assim, por meio do ritual presente, potente e coletivo que a arte teatral proporciona, não passamos a nos ver com mais clareza, tornando-nos protagonistas do destino que queremos?



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