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PONTO DIGITAL MIRADA

8 peças baseadas em livros que você pode assistir no Mirada 2016

O teatro e a literatura tem uma proximidade bastante clara. Listamos 8 peças inspiradas em romances, poesias, letras de canções e é claro, em outras peças, que passam pelo festival.

Por Renan Abreu – Sesc Consolação

1) A Tragédia Latino-Americana e a Comédia Latino-Americana Segunda Parte – A Comédia Latino-Americana

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Para realizar este “díptico tragicômico”, pode-se dizer que o diretor Felipe Hirsch se debruçou completamente sobre uma série de autores na literatura latino-americana contemporânea, como o romance Três Tristes Tigres, lançado em 1988 pelo escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, um emaranhado de histórias que apresentam vários tipos da noite em Cuba; e A Nova Califórnia, do brasileiro Lima Barreto, um conto que faz paródia com a corrida ao ouro americana. Mas a lista não para por aí, são muitos os autores e livros que são base para a peça:  Argentina (J.P. Zooey, Pablo Katchadjian), Brasil (Sousândrade), Chile (María Luisa Bombal), Colômbia (Andrés Caicedo), Equador (Pablo Palacio), México (Juan Villoro) e Uruguai (Héctor Galmés e Horacio Quiroga).

2) Blanche

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Antunes Filho propôs uma releitura à clássica peça Um bonde chamado desejo do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams. O texto não foi concebido para se transformar num livro, mas uma curiosidade: quatro dias antes de estrear na Broadway, em 30 de novembro de 1947, Tennessee publicou um ensaio chamado “Um bonde chamado sucesso” no New York Times, em que ele fala sobre o papel do artista na sociedade. Tudo a ver com os questionamentos de Antunes.

3) O ano em que sonhamos perigosamente

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Os pernambucanos do Grupo Magiluth realizam uma ação performática que reproduz a maneira como são conduzidas as manifestações de resistência como foi o Occupy Wall Street, a Primavera Árabe e Revolução Laranja. Para isso, contaram com o apoio de textos do sociólogo esloveno Slavoj Žižek e do filósofo francês Gilles Deleuze.

4) La contadora de peliculas

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Quando uma família se vê sem condições de ir ao cinema, a solução é escolher um dos filhos para assistir à sessão e contá-la aos demais. É assim que Maria Margarita se torna “A contadora de filmes”, que foi baseada no livro homônimo do escritor chileno Hernán Rivera Letelier, adaptado pelo grupo Teatrocinema no Mirada. A inspiração do escritor para a história não foge muito da sua realidade pessoal, já que ele passou a infância na região das minas de salitre no deserto de Atacama, onde cinema era luxo, é claro.

5) O avesso do Claustro

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Ao retratar um dos personagens mais emblemáticos da história da ditadura civil-militar no Brasil, o bispo Dom Helder Câmara, a Cia. do Tijolo se inspirou na lira poética do religioso cearense, cujos poemas são recitados em praticamente todo espetáculo. Dom Helder também lia suas crônicas no rádio na época da repressão. Segundo a jornalista Tereza Rozowykwiat, o arcebispo leu cerca de 2.500 crônicas à frente da Rádio Olinda, material também utilizado no espetáculo.

6) Leite Derramado

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Publicado em 2009, Leite Derramado reproduz um monólogo de um homem muito velho, que está no leito de um hospital. O personagem dirige sua fala à filha, às enfermeiras e a quem mais quiser ou não ouvir. Há uma enorme expectativa para a adaptação do quarto romance de Chico Buarque para o teatro. O livro, que venceu o Prêmio Jabuti em 2010, foi transformado em diálogo por Roberto Alvim, e emocionou o próprio Chico.

7) No daré hijos, daré versos

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A peça da dramaturga uruguaia Marianella Morena intercala versos de prosa e canções a partir da vida e obra da poeta Delmira Agustini (1886-1914), que morreu assassinada a tiros pelo ex-marido. A obra da escritora se caracteriza por uma forte carga de erotismo. Seus poemas seguem a linha modernista e estão cheios de feminismo. A encenação é composta de três atos, e vai do realismo ao hiper-realismo.

8) Rebú

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Aqui temos o texto de um autor brasileiro interpretado por um grupo colombiano. O Teatro Del Embuste & Espacio Odeón adaptou a tragicomédia do carioca Jô Bilac, em que o diretor e adaptador Matías Maldonado define sua versão como “livre e espontânea”.

*Leia mais artigos sobre o Mirada 2016 aqui