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PONTO DIGITAL MIRADA

Viva Ibero-América!
por Mariana Krauss – Sesc Taubaté
por Mariana Krauss – Sesc Taubaté
O Mirada teve sua primeira edição em 2010, para celebrar a produção teatral dos países da América Latina e da Península Ibérica; uma produção tão diversa e complexa como o ser humano. E é para esta diversidade que o festival busca olhar, sem eleger referências universais, colaborando para a construção da ideia de que, na arte e na vida, há sempre algo singular a se descobrir.
E é Santos, cidade portuária por onde entraram no Brasil tantas pessoas e ideias, que algumas dessas produções chegam e reverberam. Definir o que seria uma cena ibero-americana é uma missão quase impossível. São mais de 20 países com uma vasta produção a ser investigada, e que, muitas vezes, não circula internacionalmente.
“Às vezes a gente tem a sensação de que conhece mais a produção e os criadores de outros países, da França, da Alemanha, ou dos Estados Unidos, do que de países que estão tão próximos da gente geograficamente e culturalmente, que tem uma relação histórica conosco”, comenta Emerson Pirola, integrante da equipe de curadoria do Festival. Nesse contexto, o Mirada cumpre uma função de ser uma janela para o trabalho cênico dos países envolvidos.
O desafio da curadoria é olhar para o que não é óbvio, fazendo uma investigação que tenha a maior abrangência possível. É este princípio que traz para o Mirada representantes de 12 países e espetáculos que de outra forma provavelmente não chegariam até nós.
E para quem questiona barreiras idiomáticas, a experiência de assistir a um espetáculo estrangeiro expõe também o caráter universal da arte cênica, em que a experiência ultrapassa a comunicação verbal. Nesta edição, os espetáculos trazem à tona discussões que são muito pungentes na sociedade contemporânea, como identidade e migrações.
Vale ressaltar que o Mirada vai além dos espetáculos. A programação se completa com leituras dramáticas, atividades formativas, mesas de debates, palestras e workshops.
Para experimentar as mais inusitadas conexões artísticas, enxergando-se como parte desta rica Ibero-América, fica o convite para que o público arrisque-se na escolha dos espetáculos e possa dialogar sobre as discussões propostas nas apresentações.
*Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.