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PONTO DIGITAL MIRADA

Um breve Insight de Jaloo

Experimentalismo sonoro cheio de mistura e cores no Mirada 2016

Por Jean Paz – Centro de Pesquisa e Formação

Na noite do dia 10 de setembro, Jaloo se apresentou no Mirada 2016 e transformou a área de convivência do Sesc Santos na balada eletrônica cheia de mistura que é a cara do artista paraense.

Assim que as portas se abriram, diversas pessoas se aglomeraram em frente ao palco e por ali ficaram, da primeira até a última música. Passava um pouco das 23h quando Jaloo deu início à apresentação, com seu visual andrógino e futurista, vestido com uma capa branca impecável e acompanhado pelos músicos George Costa e Carlos Nunez.

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Em aproximadamente 40 minutos, apresentou seu repertório dançante e heterogêneo, que mescla ritmos brasileiros com pop, música eletrônica com experimental, composto basicamente pelas canções de seu disco de estreia, batizado de #1.

Em pouco tempo dá pra notar que a presença de palco é um dos pontos fortes do show. Jaloo abandona aquela postura tímida que demonstra fora dele e toma conta do espaço com propriedade ímpar, caprichando nas caras, bocas, danças e olhares.

O público, composto em sua maioria por jovens na faixa dos 20 anos, canta junto todas as letras e mostra estar em total sintonia com o artista, que corresponde com muita simpatia, chegando a descer do palco para cantar em meio à galera.

E para encerrar a noite, a música escolhida para o bis foi “Tanto Faz” (cuja batida lembra os jogos eletrônicos dos anos 90) que fez todos voltarem para casa mais loucos do que há algumas horas atrás.

set-list

Uns minutinhos antes do show, durante os preparativos, ele aceitou responder 3 perguntinhas para a gente.

Jaloo, como você se define como artista?

Eu me considero um híbrido de coisas, em constante movimento. Vivo uma evolução contínua. Estou sempre aprendendo e gosto de reconhecer o quanto sou um ser falho, mas sempre disposto a ouvir e aprender. Ainda não cheguei aonde eu quero, mas estou muito satisfeito com o que eu estou fazendo.

E qual a sua relação com a música?

Nossa relação é bem esquisita. Eu não toco nenhum instrumento convencional. Mas eu produzi meu disco inteiro. E muita gente da indústria da música não consegue entender isso. A partir do momento em que a gente convive mais, quando eles veem a maneira como eu faço as coisas e que existem outras possibilidades de se trabalhar, nós chegamos a uma comunhão. Mas no começo o estranhamento é bem grande, por eu não ser um instrumentista. Mesmo assim, sou músico, pois fiz meu disco, todos os arranjos e tudo mais.

E qual a importância da performance no seu trabalho?

Total. A performance é importantíssima. Principalmente porque eu sinto que nos momentos em que eu performo e surpreendo o público, isso é recebido não só de uma forma positiva, mas também carinhosa. Por isso eu tenho esse cuidado: em cada lugar que eu vou eu procuro informação sobre o local e sobre o perfil do público, e o público percebe “ele fez isso, ele pensou na gente. Não está lá só executando as músicas dele e depois vai seguir adiante para fazer um outro show”. 

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