Homem e máquina em cena. Ator da Cia Antigua y Barbuda em uma fabulosa experiência no MIRADA

Circo de las Penas_Foto Oscar de Paz

Um espetáculo no qual um ator contracena com máquinas poderia ser considerado um monólogo? Para o ator Carles Figols – que, durante três noites do MIRADA “deu vida” às fabulosas máquinas cênicas na instalação-espetáculo “El Circo de las Penas” (O Circo das Penas) – não.

“Poderia ser um monólogo, porque somente eu estou como ator físico, mas há um diálogo entre eu, Siqueiro – personagem fictícia, criada para a obra – e as máquinas. Parece um monólogo, mas eu não sinto como um monólogo”, disse o ator, em depoimento ao Blog do MIRADA.

Figols também trabalha na instalação “B.A.R.R.A” – que ficou em cartaz durante o Festival -, a única preocupação quando está em cena com as engenhocas é a de que elas funcionem bem. “Estou bastante acostumado a trabalhar com máquinas, mas elas têm uma persona, uma técnica, uma mecânica que em alugum momento podem falhar. Há sempre um risco, assim como a gente também pode falhar. Mas as máquinhas não falharam nunca”.

As máquinas com as quais ele contracenou ficaram em exposição na área de convivência do SESC Santos durante os 10 dias de Festival, e elas pareciam, de fato, ter vida. Quem frequentou a unidade durante esses dias, talvez tenha se acostumado ou se assustado com a agitação fantasmagórica vinda do térreo do prédio, com direito a uma repetitiva melodia melancólica ao piano e a voz de um homem quase moribundo soando pela unidade – sons executados pelas engenhocas.

A obra que nos remete a um universo de sonho e pesadelo de século 19, é criação da dupla Oscar de Paz e Jordà Ferré, fundadores da Cia Antigua y Barbuda, da Espanha. Por meio de suas máquinas, eles criaram uma fábula inverossímel, mas a contam com uma poética e força imagética tão fortes que conseguiram, sim, conquistar os espectadores mais crédulos. A personagem do inventor português João Siqueiro – suposto criador das máquinas – convenceu as pessoas de sua existência.

Em “B.A.R.R.A”, sigla para “Bar Automatizado Rústico Realmente Autêntico”, houve relatos de monitores do SESC dizendo que algumas pessoas se sensibilizaram com o drama do homem-bolha (Jordà Ferré), que vivia em uma espécie de cápsula submarina dentro da instalação e servia vinho às pessoas que o visitavam. “Como ele respira lá dentro”, alguém chegou a perguntar.

Veja o ator em conversa com o Blog e em cena:

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5 – 15 de setembro de 2012

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