Em apenas quatro dias, MIRADA traça um rico panorama da vitalidade dos nossos criadores. Confira trechos dos espetáculos
Entre 05 e 08 de setembro, o MIRADA deu um giro pela produção teatral de seis países da América Latina e Central: México, Cuba, Costa Rica e Venezuela, além do Brasil. Abaixo, você pode assistir a trechinhos captados pela equipe do SESC durante as apresentações nesses primeiros dias de Festival, que já dão uma bela visão da vitalidade dos nossos criadores e os temas mais presentes em nossas obras – e vidas -, como barreiras econômicas e conflitos de gerações e de gênero.
México
Incendios (Incendios) – Compañía Tapioca Inn. Gravado no Galpão Coliseu. Um dos mais elogiados espetáculos apresentados no MIRADA até agora, com atuação emocionante de Karina Gidi, a montagem leva aos palcos uma tragédia contemporânea, sobre a guerra nos países árabes. O texto, de Wajdi Mouawad (autor de ascendência libanesa radicado no Canadá), foi adaptado para o cinema em 2010, com o mesmo título, pelo cineasta canadense Denis Villeneuve, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro no ano passado.
Una vez más, por favor (Uma vez mais, por favor) – Companía Nacional de Teatro do México. No Teatro Coliseu. Montagem sobre texto do canadense Michel Tremblay, aborda a relação entre um homem maduro com a mãe. Ele, homossexual sem coragem de assumir sua opção, ela, alheia à angústia do filho, cobrando-lhe casamento e filhos.
Venezuela
Acto Cultural (Ato Cultural) – Grupo Actoral 80, no C.A.I.S. Gravado na Vila Mathias. Nos anos 20, membros respeitáveis de uma instituição de fomento à arte, à ciência e à indústria celebra seu cinquentenário com a montagem de um drama histórico, que faz referência ao descobridor das Américas, Cristóvão Colombo. Diante da plateia, os atores/personagens vão revelando suas fragilidades, deixando vazar os aspectos miseráveis de suas personas e vidas.
Cuba
Aire Frío (Ar Frio) – Argos Teatro. No Teatro Guarany. A trama acompanha o dia a dia, os sonhos e a sobrevivência de uma humilde família cubana, quase duas décadas antes da revolução socialista de 1959: o calor, os poucos recursos materiais, os desejos mais imediatos dificilmente alcançáveis – como o de adquirir um ventilador. O texto do autor Virgílio Piñera (1912-1979), de Cuba, é um retrato cru e sem arremate de grande parte das famílias latino-americanas, ainda hoje.
Costa Rica
Madre Coraje y sus hijos (Mãe coragem e seus filhos) – Compañia Nacional de Teatro. Registro feito no Teatro Municipal Brás Cubas. Clássico de Bertold Brecht, revisitado pela CNT para marcar seus 40 anos de existência, em 2011, com projeções e música ao vivo. Raramente o Brasil recebe produções da América Central.
Brasil
Retábulo – Grupo Piollin de Teatro (João Pessoa/PB). Gravado no Ginásio do SESC. Este espetáculo é uma adaptação sobre conto do pernambucano Osman Lins, e soa como uma oração sobre um palco-retábulo, em uma concepção minimalista do diretor Luiz Carlos Vasconcelos, com música executada ao vivo.
Histórias de Família. Amok Teatro (Rio de Janeiro/RJ). Apresentação registrada na Casa da Frontaria Azulejada. Vigoroso espetáculo que aborda os reflexos da guerra dos Balcãs, nos anos 90, sobre a mente infantil. Em uma Iugoslávia em ruínas, quatro personagens “brincam” de casinha, reproduzindo o comportamento dos adultos desorientados.