Ar Frio (Aire Frío) | Argos Teatro

Aire Frio_ FotoEnrique de la Osa (6)

“No pasa nada y pasa todo…”, diz a filha Luz Marina lá pela metade da peça, a costurar não só vestidos para fora, garantindo o sustento da casa, mas ainda os conflitos que pipocam na família Romaguera, moradora em Havana. A narrativa compreende um arco de 18 anos, entre 1940 e 1958. As relações entre os irmãos, a vida conjugal dos pais, o calor e a falta de dinheiro para comprar um ventilador são alguns dos tópicos dessa história microcósmica que mantém sua atualidade em relação aos sonhos, às tensões e às ilusões do povo cubano, retratando a sociedade de consumo num país subdesenvolvido às vésperas da revolução socialista.

Na primeira montagem da peça, em 1962, a crítica a alinhou ao teatro do absurdo. Virgílio Piñera (1912-1979), autor do texto, não concordava totalmente. Dizia injetar nessa exposição realista algo da sua própria família, de modo que as situações aparentemente absurdas convertiam seus personagens em pessoas plausíveis, extraindo poesia cênica do cotidiano doméstico.

“Uma peça sem argumento, sem tema, sem trama e sem desenlace.” Era assim que Piñera definia Ar Frio. O Brasil tem a chance de entrar em contato com a obra do também poeta e contista expoente da dramaturgia cubana. E justo no ano em que se comemora o centenário de seu nascimento. A direção é de Carlos Celdrán, cofundador do grupo Argos Teatro, há 15 anos.

ARGOS TEATRO
Texto:
Virgílio Piñera
Direção: Carlos Celdrán
Elenco: Alexander Díaz, Edith Obregón, José Luis Hidalgo, Pancho García, Rachel Pastor, Verónica Díaz, Waldo Franco e Yuliet Cruz
Participação especial: Michaelis Cué

130 min | 14 anos

dias
6/9, quinta, 18h
7/9
, sexta, 18h
Teatro Guarany

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

Legendagem
Os espetáculos internacionais serão apresentados com legendas em português.

 

5 – 15 de setembro de 2012

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