Abertura do MIRADA sob a luz e a sombra de Tchékhov

Mirada - 05-09 (8)

A coisa tá russa no MIRADA! Calma, está dando tudo certo com o Festival. É que ontem, uma das atrações foi a estreia paulista do espetáculo do Grupo Galpão (MG), “Eclipse”, com dramaturgia baseada em contos e na filosofia do escritor russo Anton Tchékhov (1860-1904), com dramaturgia e direção do russo Jurij Alschitz – o espetáculo terá reapresentação hoje e, em breve, estreia em São Paulo.

E esta não é a única montagem baseada em uma obra russa na programação do Festival. “Pais e Filhos”, da Mundana Cia de Teatro (São Paulo), é uma adaptação do romance de Ivan Turguêniev (1818-1883), também com direção de um russo: Adolf Shapiro. Os ingressos estão esgotados. Vale lembrar que, em 2010, a Mundana levou à cena uma adaptação de Dostoiévski, com o nome de “O Idiota – uma Novela Teatral”, apresentada na primeira edição do MIRADA.

No ano em que comemora 30 anos de existência, o Galpão, em “Eclipse”, convida o público para um mergulho no denso texto dramatúrgico construído por Iurij, mas o faz com leveza e muitas pitadas de humor na forma com que lança as questões acerca da vida e da arte – com referências a um movimento da vanguarda russa, conhecida como construtivismo.

Utilizando a linguagem do metateatro, os atores entram e saem das personagens e da história de um grupo de pessoas que travam embates filosóficos enquanto espera o eclipse solar passar – o Sol, curiosamente, é representando na forma de uma fresta de luz que passa no meio do nome de Tchékhov pintado em vermelho.

O Teatro SESC estava lotado, mas nem todo mundo estava preparado ou disposto para embarcar nessa viagem a Tchékhov. “Eclipse” se destaca da maioria dos espetáculos do Galpão, que têm como base a pesquisa da cultura popular e a adaptação de clássicos – como em “Romeu e Julieta”, dirigido por Gabriel Villela, que também está no MIRADA – a apresentação será no sábado, às 16h, no Emissário Submarino, com entrada franca.

Um brinde nada convencional

Para celebrar o início da segunda edição do Festival, ontem, a companhia catalã Antigua y Barbuda – autora das máquinas instaladas na área de convivência do SESC Santos – fez um brinde geral com a instalação-espetáculo “B.A.R.R.A”, sigla para  Bar Automatizado Rústico Realmente Autêntico.

O brinde não foi nada convencional: os espectadores que entravam nessa espécie de escultura onde eram servidos por um braço mecânico acionado por Jordá Ferré de dentro de uma cápsula submarina. Como um garçom virtual, ele conversa com o público por meio de um monitor de TV.

A instalação “B.A.R.R.A”  vai ficar à mostra até o dia 15. Se você quiser brindar com os catalães, vai precisar comparecer nos dias 8, 11 e 15 (sábados e terça), às 19h e 23h; e dia 14 (sexta), às 19h. Cada brinde dura 30 minutos. Outra instalação da Cia se chama “Circo das Penas” e está aberta à visitação também na área de convivência.

Durante a abertura, uma figura alta circulava “muy curiosa” acerca de tudo, principalmente das apresentações de teatro. Era o ator cubano radicado nos Estados Unidos Mario Ernesto Sanchez – que, além de vários filmes de ação de Hollywood, atuou no filme “Miami Vice” (2006). Apesar de ter se destacado no cinema, o ator nunca se afastou do teatro. Tanto que promove um festival de teatro em Miami.

A animação da festa ficou por conta dos palhaços do grupo mexicano de ska Triciclo Circus Band – que “tocou fogo” na Arena SESC. Em breve, será inserido aqui um vídeo com destaques da abertura.

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5 – 15 de setembro de 2012

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