Os recentes problemas financeiros enfrentados por Portugal e Espanha acabaram respingando também em sua cena teatral. A dificuldade para a produção de teatro, bem como as políticas culturais para proteger essa arte, também foram assunto do debate sobre a cena ibérica de teatro atual, que aconteceu no Sesc Santos no Mirada 2014.

“Devemos lutar pelas artes ibero-americanas”, disse o espanhol Pepe Bablé, diretor de Teatro e diretor do FIT de Cádiz – Festival Ibero americano de Teatro de Cádiz, entre aplausos. Além dele, o encontro contou com nomes de peso do cenário: o dramaturgo e crítico de teatro Jorge Louraço, de Portugal, Ricardo Iniesta, diretor e dramaturgo espanhol, o diretor João Garcia Miguel, de Portugal, e Ramiro Osório, gestor cultural e diretor da Colômbia. A conversa foi mediada por Sérgio Luis Oliveira, da Gerência de Ação Cultural do Sesc.

Leonardo Nicoletti, um dos curadores do Mirada, falou sobre a importância de debates como esse, que lembram do passado histórico de cada país para trazer à tona problemas políticos que ainda pautam as dificuldades atuais. “A história sempre se repete, e as questões políticas e sociais de ontem precisam ser relembradas”.

Uma questão de auto-estima

Lembrando do passado, a discussão fomentou um momento de apoio entre os países ibero-americanos. Em entrevista para o Pão e Circo, José Manuel Lazaro, professor de artes cênicas da UNESP, acredita que durante essas conversas é possível debater assuntos que não se encontram nos livros. “Além do passado, é importante refletir também sobre o presente. A América Latina está se fortalecendo”, diz. Esse fortalecimento é refletido na auto-estima dos países latinos, como lembra a diretora de teatro peruana Marisol Palacios. “Nesse momento, o mundo se volta a nós. Escutam a nossa voz. Isso nos dá energia”, afirma.

A programação de conversas e debates segue do Pontos de Conexão segue até o dia 8. Para conferir, clique aqui.

Coletivo Pão & Circo

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