Luque Daltrozo, diretor de produção do espetáculo Puzzle (a), desembarcou no Mirada 2014. Enquanto o trabalho de montagem do cenário da peça que será exibida nos dias 7 e 8 de setembro não começam, ele aproveitou para assistir alguns dos espetáculos do festival e conversou com a equipe do Ponto Digital Mirada.

Perguntamos a ele qual foi o principal desafio para a produção de Puzzle. Ele contou que vinte dias antes de embarcar para a Frankfurt, onde o espetáculo realizou sua estreia mundial durante a Feira do Livro, que neste ano homenageava o Brasil, sua equipe soube que o teatro Mousonturm não permitia papel no cenário. Motivo? Ser um material com grande capacidade de combustão, colocando o espaço em risco. Puzzle possui cenário todo feito de papel, que vai se transformando à tinta e sofrendo intervenções dos atores ao longo da encenação. Sem papel quem entrava em risco era o espetáculo. Então Luque e sua equipe teve que pesquisar novos materiais até descobrirem um papel que não queima, conseguindo, finalmente, a aprovação para realizar o espetáculo no centro cultural alemão.

Nem sempre Luque trabalhou na produção. Antes gostava de estar no palco atuando. Começou na produção quase sem querer, ajudando nos espetáculos em que era ator, sempre com medo que isso atrapalhasse a concentração dos ensaios. Com o passar do tempo foi percebendo que era muito mais protagonista atrás das cortinas que na frente delas. E já soma quase trinta anos de trabalho como diretor.

Puzzle será apresentado no Teatro do Sesc Santos, mesmo palco em que foi encenado o espetáculo A Imaginação do Futuro, da companhia La Resentida, que representou o Chile, país homenageado desta edição do Mirada. Daltrozo disse ter se emocionado com a forma que o grupo recriou os últimos dias de Salvador Allende antes do golpe, pela semelhança que percebe na história daquele país com o nosso.

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