País

Colômbia

Sinopse

Em um sonho, nada é exatamente estranho ou fora de lugar. Tudo é possível, já que o sentido está na percepção de estar sonhando. Então, permite-se o que vier. Assim como no amor, nada é exatamente outro lugar que não o amar. Tudo passa pelo sentir e está na relação como o amado o sentido maior. Então, entrega-se ao que for. Quando o sonho é a história de amor entre um homem e uma mulher, as duas instâncias conduzem ao universo mais onírico das sensações. É o que propõe o Teatro Odeon, nessa jornada por 13 estações, locais, instalações, espaços cenografados, eventos, sonhos. O público inicia o trajeto sendo recebido em um bar e será levado a muitos outros espaços e acontecimentos, da origem do amor e pecado à dor do abandono por vários ângulos. Mas não estará só. Sempre haverá ao lado um pássaro acompanhando-o por todo o sonho. Caberá ao espectador se dar o direito de se permitir também sonhar.

Visitação Guiada pela Instalação 13 Sueños

Atividade Complementar ao espetáculo (clique aqui para saber mais). De 8 a 13/9, às 17h30. Duração: 30min

Ficha-técnica

Conceito, Direção Geral e Direção de Arte: Laura Villegas Escrita por: Fabio Rubiano e Laura Villegas Elenco: Ana Sol Escobar, Daniel Calderón, Gala Restrepo, Gilberto Ramirez, Henry Ortiz, Jimmy Rangel, Judith Segura, Marcela Agudelo, Marco Gómez, Miguel Gonzalez, Monky, Natalia Reyes e Nicolás Cancino Música Original e Design Sonoro: Camilo Sanabria Design de Luz: Alexander Gumbel Design de Vídeo: Timbo Estudio Produção de Figurino: Servando Díaz Máscaras e Acessórios: William Del Jesús Mejia Realização Cenográfica: H&G Produzioni Assistente de Direção: Daniela Vélez Assistente de Direção de Arte: Juliana Barreto Assistente de Iluminação: Jhon León Produção: El Roble Producciones Produção Executiva: Espacio Odeon: Centro Cultural e Tatiana Rais

Resenha

O contemporâneo dialoga com a realidade também na possibilidade de como se constrói a fuga, e o sonho e o amor são algumas das fugas mais próximas. Há no sonho um tanto de busca pelo onírico, pelo ideal; uma realidade complexa e pertinente ao desejo por outra realidade. Sonhar traduz a capacidade do homem de acreditar, e muito do cotidiano depende de o quanto somos capazes de elaborar uma crença para sustentar valores. Assim, sonha-se. Encontra-se na perspectiva de uma realidade onírica a dimensão de outras estratégias de viver e de reconhecimento do existir. Amar, por sua vez, ambiciona o mesmo sentimento. Ama-se o reconhecimento do desejo pelo outro, na medida em que o outro espelha a humanidade de quem o observa. Tal encontro não deixa de ser igualmente um estado de crença. É preciso acreditar que o outro é aquilo que se idealiza. É preciso aceitar a descoberta das ilusões internas na construção das crenças. Sonho e amor, portanto, não estão tão distantes; encontram-se na completude da crença em ser possível ao homem imaginar, desejar e revelar outros caminhos de existir. O teatro é exatamente a expressão estética da subversão da realidade. É preciso oferecer ao espectador os instrumentos para que possa acreditar na realidade sugerida. É fundamental oferecer ao público caminhos de validação de sua imaginação. Então sonha-se outro real através da cena; ama-se o exercício de fuga do real ao reconhecer-se o palco como espelho de uma crença comum assumida. É o que o colombiano Teatro Odeon nos convida: imaginar, crer, sonhar e amar através da história de um casal e seus encontros e desencontros. Trata-se de invadir o sonho do casal. Trata-se de se perceber parte da substância dos personagens. Em uma época tão determinada por uma concretude em que o real é sempre a suspeita de sua verdade, o sonho pode se apresentar como gesto maior no exercício da recriação do homem. E o teatro é, antes de tudo, a amplitude do desejo de exposição e reencontro do humano através das contradições próprias do que se crê real.

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13 Sonhos (ou somente um atravessado por um pássaro) (Foto: Jorge Pizarro)