Urbanismo – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 Parece mas não é! https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/parece-mas-nao-e/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/parece-mas-nao-e/#respond Sat, 10 Sep 2016 22:14:26 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1556 Texto e fotos por Carol Vidal – Sesc Itaquera

O que é performance? Qual o seu papel hoje? Como produzi-la? Essa são perguntas recorrentes e subjetivas que ganham luz durante o Mirada 2016 de várias formas. Uma delas são os laboratórios criativos realizados durante o festival.

Na atividade formativa “Corpos, Saberes e Afetações – Oficina-Laboratório de performances em espaços públicos”, conduzida por Santiago Cao, artista nascido em Buenos Aires (ARG) e radicado em Salvador, o público é convidado a trabalhar a Tática do Segredo, desenvolvida em suas pesquisas.

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Acompanhamos três alunos: o ator Sol, que vive no Rio de Janeiro; Murphy, o estudante santista de letras e teatro; e o instrutor do programa Juventudes do Sesc Santos, Manolo. Eles participaram de aulas teóricas sobre história da arte, performance e trabalhos corporais.

Tudo acontece de forma muito particular, onde o público não compreende de imediato se trata-se de um protesto, uma performance ou uma maluquice. O que importa é que algo está acontecendo. “Quando você não sabe o que você não pode fazer, você pode um pouco mais” – reflete Sol.

A ideia é provocar novas maneiras de ver a realidade – como um click no cotidiano – e explorar desvios às normas interiorizadas em cada um de nós, quando se tem claro qual papel a ser desempenhado. Santiago aprofunda: “trabalhamos com o espaço público/privado/íntimo e o uso público/privado/íntimo desse espaço, e todas as suas combinações entre si”.

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A arte (não centralizada) entra como ativação do discurso do outro. Propor um lugar onde o outro também pode dizer, não em palavras, mas com o corpo, e consequentemente, abrindo um espaço de escuta, ativando novas leituras e provocando estranhamentos.

E o trabalho não foi apenas teórico: ao final da atividade, o grupo colocou em prática o que aprendeu, em uma performance na área de convivência do Sesc Santos, com participação do público.

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A conquista e a reconquista do espaço urbano https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/a-conquista-e-a-reconquista-do-espaco-urbano/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/a-conquista-e-a-reconquista-do-espaco-urbano/#respond Sat, 10 Sep 2016 18:53:53 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1541 bbbb

Por Mariana Krauss – Sesc Taubaté

Em fevereiro de 2016, uma audiência pública com grande mobilização popular retardou o andamento de um edital de privatização do entorno do Teat(r)o Oficina, localizado na região central de São Paulo. Um processo de licitação previa a concessão de uma área de 11 mil metros quadrados, em frente ao Teatro, para usufruto da corporação vencedora.

Este é um exemplo de como os teatros, enquanto espaços físicos, também são vítimas de processos de gentrificação. Com a chegada de novos ocupantes, as cidades se tornam palco de uma disputa pelo espaço em que justamente quem tem o menor poder econômico sai perdendo.

Em Barcelona, cidade de origem da Agrupación Señor Serrano, a questão imobiliária está no centro dos conflitos sociais da última década. Em 2008, com os altos investimentos na construção civil, desenrolou-se o fenômeno da bolha imobiliária, no qual muitas pessoas que tinham casas hipotecadas viram-se despejadas por não terem mais condições de pagar os valores inflacionados dos imóveis.

De acordo com Pau Palacios, criador da peça “Brickman Brando Bubble Boom”, atualmente a cidade vive um novo momento crítico, com a chegada de investidores estrangeiros que compram casas em Barcelona sem o intuito de morar nelas: “Os preços estão obrigando os moradores locais a ir viver na periferia. Ao mesmo tempo vemos no centro muitos apartamentos vazios, porque foram comprados apenas por investimento”.

Parte do movimento que acontece na cidade para tentar proteger a população deste processo envolve a arte: “Em nossas criações, procuramos identificar um problema e fazer uma abordagem que não seja documental, buscando uma metáfora. Nesse caso nos concentramos na necessidade humana de ter um lar, uma necessidade que é instintiva, seja de um pássaro que procura um ninho ou da pessoa que precisa de uma casa. E investigamos como essa necessidade humana se converteu em interesse de valor econômico”, conta Pau Palacios.

Em “Brickman Brando Bubble Boom”, os criadores abordam a figura de John Brickman, o inventor do sistema de hipotecas, que ironicamente nunca conseguiu ter uma casa para chamar de sua.

O espetáculo é um dos oito trabalhos espanhóis que integram esta edição do Mirada. A Agrupación Señor Serrano apresenta também a peça Birdie.

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