tradução – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 Encontrado na tradução https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/encontrado-na-traducao/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/encontrado-na-traducao/#comments Sun, 11 Sep 2016 19:44:25 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1705 Por Rafael Munduruca – Sesc SP

Você já parou para pensar como um cego assiste a um espetáculo de teatro? Como um surdo faz para entender os diálogos que acontecem durante a cena? Em um festival como o Mirada, em que tantos espetáculos são em língua estrangeira, um brasileiro que só fala português pode entender as falas em uma apresentação?

Para além de deixar a imaginação rolar solta e as sinapses trabalharem, existem as chamadas tecnologias assistivas, como a legendagem e a audiodescrição, que cumprem o papel de traduzir o espetáculo e dar autonomia à pessoa com deficiência. No caso do Mirada, alguns dos espetáculos contam com uma ou duas dessas opções, que funcionam também para traduzir outras línguas para o português.

Maurício Santana, diretor da Iguale, empresa especializada em comunicação de acessibilidade, responsável pela audiodescrição no Mirada, conta que é preciso receber um vídeo e o roteiro original do espetáculo, para que seja desenvolvido um roteiro descritivo.

Na sequência, esse roteiro passa por um consultor, uma pessoa com deficiência visual, que indica ajustes a serem feitos e que aprova o roteiro de audiodescrição. Durante a apresentação, o técnico responsável pela audiodescrição permanece em uma cabine muito parecida com a de tradução simultânea, com algumas diferenças técnicas em termos de equipamentos, usando também os receptores com fones de ouvido.

“É uma forma de acessibilizar e incluir. A ideia é que a pessoa com a deficiência visual possa assistir ao espetáculo juntamente com um namorado, um parente, um amigo que não tem a deficiência. A ideia não é fazer um espetáculo exclusivo, mas sim inclusivo, que possa estar inserido neste contexto cultural tão importante”, diz Maurício.

Já na legendagem, Hugo Casarini, diretor da empresa responsável pelas legendas dos espetáculos do Mirada, afirma que esse processo, muitas vezes, é um pouquinho mais complexo. Uma vez que em muitos dos espetáculos os atores improvisam ou criam, na hora, novos ritmos e formas de declamar o texto, quebrando frases ao meio, fica ao técnico responsável pela legenda o desafio de não entregar ao público um texto sem sincronia.

E não para por aí. No Mirada, quando o espetáculo é em outro idioma, audiodescrição e legenda acabam se encontrando lá na cabine técnica da Iguale. Para que o espetáculo se torne acessível, o trabalho passa a ser feito por dois profissionais, um responsável pela audiodescrição, narrando os elementos de cena, e outro que faz a leitura interpretada das legendas. “As pessoas com visão tem acesso à legendagem eletrônica, e o cego tem esse recurso que a gente chama de um voice over, que é essa leitura interpretada das legendas sincronizada com a audiodescrição. É um trabalho inclusive ensaiado antes para poder oferecer um resultado final que permita o pleno entendimento do espetáculo”, explica Maurício.

Todo o processo demonstra uma preocupação do Festival em ter uma programação inclusiva, buscando atender da melhor forma possível todos os públicos.


Ficou curioso para saber como funciona a audiodescrição?
Então aperte o play logo abaixo e ouça uma descrição improvisada do cenário registrado na foto a seguir,
do espetáculo Cruzar la calle.

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