teatro brasileiro – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 Para entender o caranguejo, só entrando na lama https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/para-entender-o-caranguejo-so-entrando-na-lama/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/para-entender-o-caranguejo-so-entrando-na-lama/#respond Fri, 16 Sep 2016 14:27:26 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2348 Por André Venancio – Sesc SP

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A temporada de Caranguejo Overdrive, d’Aquela Companhia, chegou ao fim ontem no Mirada. Durante os últimos dois dias, quem visitou o C.A.I.S Vila Mathias, em Santos, conheceu Cosme, homem-caranguejo ou caranguejo-homem que, devastado pela fome, tenta reconhecer sua cidade natal enquanto a sua própria humanidade não é mais reconhecida.

Para ir mais a fundo na lama impregnada na personagem, separamos alguns pontos que influenciaram a construção do texto de Pedro Kosovski, e podem ampliar a reflexão proposta pela Cia.

A GUERRA DO PARAGUAI

Toda guerra é devastadora, não importa quem vence. O Brasil, aliado ao Uruguai e Argentina, pode ter sido vencedor no embate contra o Paraguai. Porém, as consequências recaíram sobre todos. A precariedade na alimentação e na higiene tornavam as zonas de conflito território propício para a cólera e outras doenças que elevaram a taxa de mortalidade. Para além disso, findada a longa ocupação militar do Paraguai pelo Brasil, os combatentes (escravos) que retornavam ao país sentiam sérias dificuldades de adaptação.
Apesar de ser o maior conflito armado ocorrido na América do Sul, a Guerra do Paraguai não costuma ser abordada nos livros didáticos da história do Brasil. Você pode começar a sua pesquisa aqui.

O MANGUEBEAT

A canalização do mangue até a Baía de Guanabara é abordada com algum protagonismo no espetáculo, já que as consequências afetaram diretamente os catadores de caranguejo, como Cosme. Dando um salto no tempo e indo do Rio de Janeiro a Recife, foi o abandono econômico-social das regiões de manguezais que inspirou o movimento musical conhecido como Manguebeat, que por sua vez inspirou as músicas tocadas em cena.

Da Lama ao Caos, de Chico Science & Nação Zumbi, é um dos discos fundamentais desse movimento.

A FOME

“Apesar de sermos unidos pelo apetite, há uma importante diferença entre mim e os homens, pois eu não morro de fome como eles, eu me farto de restos que um dia foram eu, enquanto eles morrem de fome porque não há caranguejos para tantos homens”.

Vista como o ápice dos problemas causados pela segregação social, a fome que Cosme sente ao longo do espetáculo é, em si, uma personagem. Foi o livro Geografia da Fome, do geógrafo brasileiro Josué de Castro, uma das principais referências para o texto de Caranguejo Overdrive.

*Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.

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10 nomes importantes do teatro brasileiro no Mirada 2016 https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/10-nomes-importantes-do-teatro-brasileiro-no-mirada-2016/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/10-nomes-importantes-do-teatro-brasileiro-no-mirada-2016/#respond Tue, 13 Sep 2016 20:41:30 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1876 Por Juliana Ramos – Sesc SP 

1. Felipe Hirsch

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Idealizador de Puzzle, espetáculo criado para a Feira do Livro de Frankfurt 2013, o premiado diretor estreou a segunda parte  de “A tragédia Latino-Americana e a Comédia Latino-Americana”. Com trechos da dramaturgia de países ibéricos, Hirsch diz ter buscado criar “uma tragédia um pouco mais carinhosa e uma comédia mais violenta.”

2. Vinicius Calderoni

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Cantor, compositor, integrante do 5 a seco, escritor, dramaturgo e diretor, Calderoni acumula experiência nas diversas áreas em que atua com maestria. No espetáculo “Ãrrã“, dirige o duo Luciana Paes e Thiago Amaral em cenas cotidianas em que as relações humanas são postas em jogo.

3. Antunes Filho

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O rei do teatro brasileiro apresenta uma adaptação de “Um Bonde Chamado Desejo”, de Tenessee Williams, com uma provocação singular: o espetáculo é falado em “fonemol”, língua inventada pelos atores, que incita o público a criar sua própria dramaturgia.

4. Maria Thais

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Fundadora e diretora da Cia. Teatro Balagan, Maria Thais teve a companhia reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Cidade de São Paulo por suas atividades de valor cultural referencial para a construção da identidade paulistana, em 2014. O cangaço é um  dos pontos de partida do espetáculo “Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam”. Indicada em três categorias do Prêmio Shell, é uma obra verticalizada pela depuração continuada da equipe da diretora.

5. Pedro Kosovski

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O jovem dramaturgo Pedro Kosovski é também ator e diretor. No Mirada 2016, ele assina o texto da peça “Caranguejo Overdrive“, com montagem d’Aquela Companhia. O Rio de Janeiro do fim do século XIX, a Guerra do Paraguai e a vida nos mangues se misturam à sonoridade de Chico Science e a Nação Zumbi nessa produção vencedora do prêmio Shell.

6. Irmãos Guimarães

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Adriano e Fernando Guimarães atuam em projetos transdisciplinares que unem teatro, performance, artes visuais, literatura, teoria da arte, filosofia e outros campos, há 20 anos. 17 desses foram dedicados ao mergulho investigativo, buscando dialogar com a obra de Samuel Beckett, pautando-se pela luz e pela respiração, dois elementos-chave na obra do dramaturgo irlandês. Em “Hamlet – Processo de Revelação, a proposição é radical: um ator em cena tenta reconstruir a narrativa em um diálogo direto e aberto com a plateia. 

7. Roberto Alvim

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Apontado pelos críticos teatrais como parte da geração apta a substituir nomes como Antunes Filho e Zé Celso, Alvim é entusiasta da nova safra de dramaturgos brasileiros e adapta em “Leite Derramado“, o premiado romance homônimo de Chico Buarque.

8. Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

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Grupo de Porto Alegre (RS), o Ói Nóis Aqui Traveiz traz coletividade como essência. Todos os seus componentes participam no processo de criação, produção e experimentação com profissionais de diversos segmentos, contribuindo para a pluralidade artística de suas montagens. No Mirada, apresentam o teatro de vivência “Viúvas – Performance sobre a ausência, onde a memória dos mortos e desaparecidos no período da ditadura será trazida à tona na Fortaleza da Barra, construção de 1584.

9. Kadu Veríssimo

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Figura despontante na cena artística da cidade de Santos, Kadu Veríssimo é diretor, ator, diretor artístico, um dos dramaturgos e ator no espetáculo “Zona!“. A montagem traz a perspectiva caiçara na discussão sobre os personagens à margem da sociedade.

10. Pedro Wagner

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No ar na TV com a minissérie Justiça, o pernambucano Pedro Wagner dirige, atua e assina a dramaturgia do espetáculo “O ano em que sonhamos perigosamente“, do grupo Magiluth. Sua direção é provocativa e leva o grupo, que soma 12 anos de trajetória, para um caminho tortuoso, retratado nos movimentos populares de 2013. Bem diferente das montagens delicadas que os tornaram um dos grupos mais importantes do teatro recifenho.

*Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.

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