movimento – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 7 gifs para entender melhor a dança contemporânea https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/7-gifs-para-entender-melhor-a-danca-contemporanea/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/7-gifs-para-entender-melhor-a-danca-contemporanea/#respond Wed, 14 Sep 2016 20:03:38 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2115 por Renan Abreu – Sesc Consolação

Possivelmente um motivo que leva as pessoas a se distanciarem da dança contemporânea é a sua estranheza. Em termos técnicos, ela tende a combinar diversas qualidades de movimento, uma vez que não se prende às estéticas pré-estabelecidas.  Como ela não se define em técnicas ou movimentos específicos, como o ballet por exemplo, o intérprete ou bailarino ganha autonomia para construir suas próprias coreografias a partir de métodos e procedimentos de pesquisa.

Foi olhando para um passado bem distante (de mais de 500 anos) que o grupo catarinense Cena 11 construiu o projeto coreográfico de “Monotonia de aproximação e fuga de sete corpos”. O espetáculo retrata um estilo de composição musical denominada fuga, que teve origem na música barroca e atingiu o seu ápice nas obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750).

A fuga na música, assim como a dança contemporânea, não possui um modelo. Também não há uma fuga igual a outra em termos de estrutura, mas ela possui seus personagens. Na música, por exemplo, ela sempre começa com uma voz desacompanhada cantando o sujeito da fuga. Uma vez o sujeito exposto por completo, as outras vozes começam a entrar em sequência, sempre cantando o sujeito, e sempre esperando a voz anterior concluir o tema antes de entrar.

O experimento do Cena 11 não é diferente, mas ganha um aspecto e uma estética futurista que, de alguma forma, consegue romper essa barreira da estranheza. Aqui, separamos 7 momentos do espetáculo ilustrados em gifs.

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No início, somos transportados diretamente a um palco, onde o público senta em cubos de papelão dispostos como uma imensa roda. Ao chegar no local, notamos que os sete bailarinos encontram-se sentados também. Eretos, imóveis, absolutamente concentrados.

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Em determinado momento, estes seres quase robóticos iniciam uma aproximação ao centro do palco. A cada movimento, sensores de aproximação acoplados em seus corpos começam a emitir um som que é repetido a cada entrada em cena e, a cada inspiração profunda, emitem uma fumaça com um ruído que mais parece o Darth Vader.

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Os movimentos de aproximação dos bailarinos parecem uma tentativa de comunicação. Os 7 assemelham-se a elementos de um circuito em curto; quanto mais se aproximam, mais intenso se torna o som do dispositivo. A música que embala é de Bach, reproduzida pela banda que não é está aos olhos do público. É tudo muito estranho, mas as referências trazidas pela companhia parecem sobrepor o que parece hermético. Uma roda é formada.

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Até aí não há dança, mas os movimentos tornam-se cada vez mais acentuados. Há muita repetição e parece que é a partir dela que novos movimentos começam a existir. O que era um passo para uma direção, inverte-se a outra e não há choque. Os bailarinos se tocam, mas logo se distanciam e a música se intensifica.

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A performance fica histérica. Parece um jogo. Ao tentar entrar na fuga, os bailarinos procuram sempre um “tom acima” e chega-se ao caos, mas os corpos não colidem entre si. Eles se aproximam do chão e, a partir desse momento, a intensidade coloca em evidência a força, resistência e preparo físico dos dançarinos.

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A movimentação regressa a um estado mais lento e o caos perde força. Um exercício: escolha um deles e veja como se comportam em relação a música.

7

Os movimentos cessam e os dançarinos regressam aos seus lugares iniciais como um loop reverso. Recompõem-se e a luz faz o papel da música. Lentamente o espaço se escurece. É o fim da fuga.

*Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.

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