mirada2016 – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 [Webdoc] Caranguejo Overdrive – Aquela Companhia https://mirada.sescsp.org.br/2016/webdoc/webdoc-caranguejo-overdrive-aquela-companhia/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/webdoc/webdoc-caranguejo-overdrive-aquela-companhia/#respond Fri, 28 Oct 2016 21:22:50 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=3029

“Apesar de sermos unidos pelo apetite, há uma importante diferença entre mim e os homens, pois eu não morro de fome como eles, eu me farto de restos que um dia foram eu, enquanto eles morrem de fome porque não há caranguejos para tantos homens”.

O homem agora é caranguejo, ou o caranguejo que se tornou homem? Os flagelos contemporâneos das grandes cidades brasileiras, aqui sob o prisma do Rio de Janeiro, são retratados no espetáculo Caranguejo Overdrive, que passou pelo #Mirada2016 e, agora, é protagonista do mais novo webdoc da série.

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O que você achou do Mirada? https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/o-que-voce-achou-do-mirada/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/o-que-voce-achou-do-mirada/#respond Fri, 16 Sep 2016 20:56:55 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2452 Por Patrícia Diguê

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O Sesc está promovendo uma pesquisa de opinião com todo mundo que passou por esta quarta edição do festival. O objetivo é tornar o projeto ainda melhor daqui a dois anos. Passa lá! É pela internet, bem rapidinho (no máximo 5 minutos). A pesquisa estará disponível até domingo da semana que vem, dia 25.

As informações recolhidas são anônimas e serão mantidas em sigilo. O questionário só pode ser preenchido uma vez. Então, se você ainda não assistiu a todos os espetáculos que pretende, volte mais tarde!  O Sesc agradece a sua participação.

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Cabras – cabeças que voam, cabeças que rolam em 10 imagens https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/cabras-cabecas-que-voam-cabecas-que-rolam-em-10-imagens/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/cabras-cabecas-que-voam-cabecas-que-rolam-em-10-imagens/#respond Thu, 15 Sep 2016 16:53:06 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2130 Por Indiara Duarte/Sesc Sorocaba

“A barra do dia subiu e o bando já havia saído. Eram vinte pegadas de alpercatas, contou o vento que passava por ali, e quando chegou ao rio o bando já tinha passado.”

 

“O homem que vai me matar nunca vi, mas sei quem é. Já nasceu, com certeza, e vejo o brilho do sol na arma que ele acaba de limpar.”

 

“Toda coisa, tudo que existe no mundo tem uma finalidade. Se não, é o mundo em revelia, sem ordem, tropelia e confusão.”

 

“Dizem que aquilo era religião. Que fosse! De alguma espécie era.”

 

” E, assustada, com o sacrilégio dessa oração, ela começa uma reza cristã pelo perdão e misericórdia, mas não desdiz a blasfêmia proferida.

 

“Me tome! Enche meu ventre com a seiva do seu espírito e faça de mim seu gozo, Senhor!”

 

Vida de gente é risco de raio, ribombo de trovão, e cumpre, nesse curto espaço de tempo, procurar e achar o sentido dela.”

 

“Em tempos antigos, o mundo era de ninguém. Palavra – ordem – não tinha, nem se cumpria mando. Mundo era desordem, embora muito bem ajustado.”

 

“Tirem as sandálias dos pés porque a terra onde pisam é sagrada. E sobre essa terra pasta uma cabra.”

Confira aqui a crítica do espetáculo.

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5 momentos do Teatro dos Seres Imaginários para ver denovo, denovo, denovo, denovo e denovo https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/5-momentos-do-teatro-dos-seres-imaginarios-para-ver-denovo-denovo-denovo-denovo-e-denovo/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/5-momentos-do-teatro-dos-seres-imaginarios-para-ver-denovo-denovo-denovo-denovo-e-denovo/#respond Wed, 14 Sep 2016 20:07:37 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2120 Por Juliana Ramos – Sesc SP e Renan Abreu – Sesc Consolação

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A área de convivência do Sesc Santos foi invadida por seres estranhos, trazidos pela Cia. Seres Imaginários. Fomos conferir de perto e levamos um susto! Para assistir o espetáculo temos que enfiar a cabeça num buraco de tecido preto e mergulhar na escuridão cheia de surpresas.

1. O tucano-pterodáctilo


Foi assim que entendemos esse bicho estranho que tem bico longo, asas compridas e um corpo com esqueleto de baleia.

2. O gato


Com pelo acinzentado, o gato de olhos brilhantes miava alto para sair da apertada gaiola. E quando saiu voou sobre nossas cabeças com suas asas de mosquito e no lugar do miado, ouvimos um zumbido.

3. O peixe-metálico


Parecia uma piranha, mas era manso o peixe com corpo metálico. Seria um robô essa criatura? Na dúvida nos encolhemos um pouco quando ele mergulhou no ar em nossa direção.

4. O cavalo-marinho-dos-olhos-esbugalhados


Foi o último a aparecer e nos pareceu o mais empolgado quando as criaturas dançaram tango. As asas enormes e coloridas pareciam de dragão mas ele voava delicado como borboleta.

5. O fim

De repente um livro abriu suas páginas e todos os seres imaginários correram para dentro dele. O espetáculo acabou, todos aplaudiram, mas ficamos querendo mais.

Os seres imaginários visitam o Sesc Santos mais uma vez no dia 14/09 às 17 horas.

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7 gifs para entender melhor a dança contemporânea https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/7-gifs-para-entender-melhor-a-danca-contemporanea/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/7-gifs-para-entender-melhor-a-danca-contemporanea/#respond Wed, 14 Sep 2016 20:03:38 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2115 por Renan Abreu – Sesc Consolação

Possivelmente um motivo que leva as pessoas a se distanciarem da dança contemporânea é a sua estranheza. Em termos técnicos, ela tende a combinar diversas qualidades de movimento, uma vez que não se prende às estéticas pré-estabelecidas.  Como ela não se define em técnicas ou movimentos específicos, como o ballet por exemplo, o intérprete ou bailarino ganha autonomia para construir suas próprias coreografias a partir de métodos e procedimentos de pesquisa.

Foi olhando para um passado bem distante (de mais de 500 anos) que o grupo catarinense Cena 11 construiu o projeto coreográfico de “Monotonia de aproximação e fuga de sete corpos”. O espetáculo retrata um estilo de composição musical denominada fuga, que teve origem na música barroca e atingiu o seu ápice nas obras de Johann Sebastian Bach (1685-1750).

A fuga na música, assim como a dança contemporânea, não possui um modelo. Também não há uma fuga igual a outra em termos de estrutura, mas ela possui seus personagens. Na música, por exemplo, ela sempre começa com uma voz desacompanhada cantando o sujeito da fuga. Uma vez o sujeito exposto por completo, as outras vozes começam a entrar em sequência, sempre cantando o sujeito, e sempre esperando a voz anterior concluir o tema antes de entrar.

O experimento do Cena 11 não é diferente, mas ganha um aspecto e uma estética futurista que, de alguma forma, consegue romper essa barreira da estranheza. Aqui, separamos 7 momentos do espetáculo ilustrados em gifs.

1

No início, somos transportados diretamente a um palco, onde o público senta em cubos de papelão dispostos como uma imensa roda. Ao chegar no local, notamos que os sete bailarinos encontram-se sentados também. Eretos, imóveis, absolutamente concentrados.

2

Em determinado momento, estes seres quase robóticos iniciam uma aproximação ao centro do palco. A cada movimento, sensores de aproximação acoplados em seus corpos começam a emitir um som que é repetido a cada entrada em cena e, a cada inspiração profunda, emitem uma fumaça com um ruído que mais parece o Darth Vader.

3

Os movimentos de aproximação dos bailarinos parecem uma tentativa de comunicação. Os 7 assemelham-se a elementos de um circuito em curto; quanto mais se aproximam, mais intenso se torna o som do dispositivo. A música que embala é de Bach, reproduzida pela banda que não é está aos olhos do público. É tudo muito estranho, mas as referências trazidas pela companhia parecem sobrepor o que parece hermético. Uma roda é formada.

4

Até aí não há dança, mas os movimentos tornam-se cada vez mais acentuados. Há muita repetição e parece que é a partir dela que novos movimentos começam a existir. O que era um passo para uma direção, inverte-se a outra e não há choque. Os bailarinos se tocam, mas logo se distanciam e a música se intensifica.

5

A performance fica histérica. Parece um jogo. Ao tentar entrar na fuga, os bailarinos procuram sempre um “tom acima” e chega-se ao caos, mas os corpos não colidem entre si. Eles se aproximam do chão e, a partir desse momento, a intensidade coloca em evidência a força, resistência e preparo físico dos dançarinos.

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A movimentação regressa a um estado mais lento e o caos perde força. Um exercício: escolha um deles e veja como se comportam em relação a música.

7

Os movimentos cessam e os dançarinos regressam aos seus lugares iniciais como um loop reverso. Recompõem-se e a luz faz o papel da música. Lentamente o espaço se escurece. É o fim da fuga.

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Os gatilhos do humor de Felipe Hirsch https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/os-gatilhos-do-humor-de-felipe-hirsch/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/os-gatilhos-do-humor-de-felipe-hirsch/#respond Tue, 13 Sep 2016 22:47:13 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2026 Por Renan Abreu – Sesc Consolação

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Já passava das 19h no salão do belíssimo Teatro Coliseu, no centro histórico de Santos, quando o sinal anunciava que o público poderia entrar. Centenário, o teatro de poltronas de madeira maciça em posição quase completamente vertical denunciava que a experiência não seria confortável. O diretor sobe ao palco, agradece ao público e confirma: “Este espaço está acostumado a receber comédias curtas. Esta que vocês verão, nem tanto.” Primeiras risadas tímidas são escutadas da plateia. São 4 horas previstas de espetáculo.

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No corredor ouve-se uma discussão e não se sabe ao certo se a peça já começou. O sinal já foi dado, mas não há aviso, não há luz. Eles estão com microfones e o som já reverbera pelo espaço. Um homem e uma mulher discutem e ele a carrega para a primeira fila. Forçando e  arrastando-a, ele quer que ela participe. Há um cuidado entre os dois, de não se machucarem, mas de ser real, de ser verossímil. Ah sim, é teatro.

Ele sobe ao palco e tenta convencê-la a participar:

“Vem! Você vai gostar” – ele insiste.

“Mas eu não gosto de teatro” – ela rebate desconfiada. Mais risadas.

A discussão continua. Ela lista dezenas de coisas que gosta mais do que teatro: sexo anal, banana, literatura cabeçuda, ironias. Sem sucesso. Ele insiste ainda, diz que vai ser bom, que ela não vai se arrepender. Convencida, mas ainda um pouco reticente, ela lentamente vai se aproximando do palco e ele assume o lugar dela na plateia. “O que fazer agora?”, ela pergunta. “Eles não vão gostar. Eles só reclamam.” O público vai abaixo e cai em gargalhadas de novo.

A segunda parte de “A Tragédia Latino-Americana”, de Felipe Hirsch, intitulada “A Comédia Latino-Americana”, é realmente uma “comédia, mas violenta” segundo o próprio diretor. Uma fanfarra encenada em sketches que mostra, com adaptações e trechos de narrativas em prosa, canções entoadas em coro e diálogos existencialistas, a “cara” da America Latina.

Até então escondida do lado esquerdo do palco, a banda começa a tocar. Um musical em coro é iniciado pelos 7 atores e, em seguida, o enorme muro formado por blocos de isopor é derrubado de uma vez só diante do público. A impressão que dá é de se tratar de uma abertura de cortina, um passaporte para o tão temido teatro. No musical não é possível ouvir as risadas do público, a provocação é invocada com uma contradição. Uma hora se ri pelo trágico, outra hora pela paspalhice e pelo nonsense. A primeira evidência disso é quando, vestido de Pero Vaz de Caminha, Caco Ciocler interpreta uma versão menos polida e mais sórdida da famosa carta enviada ao rei D. Manuel, no testemunho do descobrimento do Brasil.

A aproximação do relato com a atualidade diverte o público, mas expurga e evidencia nossos preconceitos e mazelas. É um riso incômodo, como um exercício sensorial de contração e relaxamento, o que choca, faz rir e leva a uma autoindulgência. Eis aí um primeiro gatilho do humor, da forma mais primitiva de comédia. Existe também um fator que adiciona uma camada extra de prazer ao ouvinte. Além de rir dos elementos engraçados da história, existe a satisfação de ter decifrado o código da piada. Rimos de nós mesmos.

Os sketches são separados por números musicais curtos, com a declamação de textos da literatura latina, todos em espanhol. Essa mescla é apoiada pelo uso de legendas que em determinado momento torna-se quase desnecessária. Entendemos o contexto, o gestual e aquilo que nos qualifica enquanto latinos: a nossa cultura.

O intervalo chega e daqui em diante criamos fôlego para a segunda parte. No início do espetáculo, Hirsch já afirmava que aquilo iria se tratar de um esboço. Um esboço que seria lapidado sem a presença da banda e com atores empunhando o texto em mãos.

Dois personagens discutem em cena. Percebe-se uma estrutura bem definida. Iniciam uma espécie de trivia existencial sobre a liberdade. Como um protótipo de duas coisas diferentes, a piada e o enigma que tem que decifrar, eles argumentam exaustivamente não chegando a conclusão alguma. O argentino Javier Drolas, único “gringo” do elenco formado inteiramente por brasileiros, fala em sua língua, mas todos entendem. O público ri e palavras pouco parecidas com o português se tornam naturais aos ouvidos que, por 3 horas, já se encontram extasiados pelo dilema épico encenado pela dupla. Eles iniciam uma aventura que parafraseia a repressão. Mais um gatilho de Hirsch: a repetição.

Todos riem, mas estão exaustos. A conclusão torna-se necessária e o fim demora a aparecer, mas o público nega-se a sair do teatro. Seria a sua participação um termômetro para isso? Um processo também ocorrido na primeira parte de “A Tragédia Latino-Americana”? Afinal, um dos pressupostos do humor é que ele tenha um espírito. Algo que vai além do corpo e da mente. Estaria encerrada a comédia quando as risadas acabam então?

Talvez as respostas apareçam ao fim de cada apresentação.

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8 peças baseadas em livros que você pode assistir no Mirada 2016 https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/8-pecas-baseadas-em-livros-que-voce-pode-assistir-no-mirada-2016/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/8-pecas-baseadas-em-livros-que-voce-pode-assistir-no-mirada-2016/#respond Mon, 12 Sep 2016 21:08:57 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1844 Por Renan Abreu – Sesc Consolação

1) A Tragédia Latino-Americana e a Comédia Latino-Americana Segunda Parte – A Comédia Latino-Americana

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Para realizar este “díptico tragicômico”, pode-se dizer que o diretor Felipe Hirsch se debruçou completamente sobre uma série de autores na literatura latino-americana contemporânea, como o romance Três Tristes Tigres, lançado em 1988 pelo escritor cubano Guillermo Cabrera Infante, um emaranhado de histórias que apresentam vários tipos da noite em Cuba; e A Nova Califórnia, do brasileiro Lima Barreto, um conto que faz paródia com a corrida ao ouro americana. Mas a lista não para por aí, são muitos os autores e livros que são base para a peça:  Argentina (J.P. Zooey, Pablo Katchadjian), Brasil (Sousândrade), Chile (María Luisa Bombal), Colômbia (Andrés Caicedo), Equador (Pablo Palacio), México (Juan Villoro) e Uruguai (Héctor Galmés e Horacio Quiroga).

2) Blanche

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Antunes Filho propôs uma releitura à clássica peça Um bonde chamado desejo do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams. O texto não foi concebido para se transformar num livro, mas uma curiosidade: quatro dias antes de estrear na Broadway, em 30 de novembro de 1947, Tennessee publicou um ensaio chamado “Um bonde chamado sucesso” no New York Times, em que ele fala sobre o papel do artista na sociedade. Tudo a ver com os questionamentos de Antunes.

3) O ano em que sonhamos perigosamente

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Os pernambucanos do Grupo Magiluth realizam uma ação performática que reproduz a maneira como são conduzidas as manifestações de resistência como foi o Occupy Wall Street, a Primavera Árabe e Revolução Laranja. Para isso, contaram com o apoio de textos do sociólogo esloveno Slavoj Žižek e do filósofo francês Gilles Deleuze.

4) La contadora de peliculas

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Quando uma família se vê sem condições de ir ao cinema, a solução é escolher um dos filhos para assistir à sessão e contá-la aos demais. É assim que Maria Margarita se torna “A contadora de filmes”, que foi baseada no livro homônimo do escritor chileno Hernán Rivera Letelier, adaptado pelo grupo Teatrocinema no Mirada. A inspiração do escritor para a história não foge muito da sua realidade pessoal, já que ele passou a infância na região das minas de salitre no deserto de Atacama, onde cinema era luxo, é claro.

5) O avesso do Claustro

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Ao retratar um dos personagens mais emblemáticos da história da ditadura civil-militar no Brasil, o bispo Dom Helder Câmara, a Cia. do Tijolo se inspirou na lira poética do religioso cearense, cujos poemas são recitados em praticamente todo espetáculo. Dom Helder também lia suas crônicas no rádio na época da repressão. Segundo a jornalista Tereza Rozowykwiat, o arcebispo leu cerca de 2.500 crônicas à frente da Rádio Olinda, material também utilizado no espetáculo.

6) Leite Derramado

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Publicado em 2009, Leite Derramado reproduz um monólogo de um homem muito velho, que está no leito de um hospital. O personagem dirige sua fala à filha, às enfermeiras e a quem mais quiser ou não ouvir. Há uma enorme expectativa para a adaptação do quarto romance de Chico Buarque para o teatro. O livro, que venceu o Prêmio Jabuti em 2010, foi transformado em diálogo por Roberto Alvim, e emocionou o próprio Chico.

7) No daré hijos, daré versos

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A peça da dramaturga uruguaia Marianella Morena intercala versos de prosa e canções a partir da vida e obra da poeta Delmira Agustini (1886-1914), que morreu assassinada a tiros pelo ex-marido. A obra da escritora se caracteriza por uma forte carga de erotismo. Seus poemas seguem a linha modernista e estão cheios de feminismo. A encenação é composta de três atos, e vai do realismo ao hiper-realismo.

8) Rebú

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Aqui temos o texto de um autor brasileiro interpretado por um grupo colombiano. O Teatro Del Embuste & Espacio Odeón adaptou a tragicomédia do carioca Jô Bilac, em que o diretor e adaptador Matías Maldonado define sua versão como “livre e espontânea”.

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O Bloco da Esperança de Dom Helder https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/o-bloco-da-esperanca-de-dom-helder/ Mon, 12 Sep 2016 19:39:26 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1829 Por Thais Amendola e Juliana Ramos – Sesc SP

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“Não me incomodo que você me diga 
Que a sociedade é minha inimiga 
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo”

Os versos de Noel Rosa – uma das tantas referências musicais, fortemente presentes no trabalho da Cia do Tijolo – dão o tom da narrativa que embala as quase 3h d’O Avesso do Claustro.

O grupo recebe o público de braços abertos. A música nos deixa a vontade. O coro de vozes afinadas soa como um convite doce para a jornada que vem pela frente: o teatro vivo.

Mulheres, homens, velhos, jovens e crianças sentam-se lado a lado para ouvir a história de Dom Helder Câmara. Alguns dos presentes nunca ouviram falar do nosso protagonista. Outros não eram nascidos quando ele faleceu, em 1999.

Mas isso não é um problema.

Os contos se dividem em quatro diferentes narrativas que, mesmo muito distintas, se encontram num ponto comum: o da sobrevivência. Assim, as cidades de cada um dos personagens – São Paulo, Recife, Salvador e Rio de Janeiro – parecem tão próximas em angústias diferentes. O espaço de tempo também é fundido no alinhavar de cada história e há um reconhecimento mútuo no passado e no presente.

Além da música, da poesia e das inúmeras referências, há algo que intensamente está presente no cenário, na iluminação, no figurino, no texto: o viver como um ato político.

Assim, o descortinar da discussão séria é imperceptível – se perde por entre os risos, os aplausos e o espanto.

No texto, muitos tipos de críticas: a política, a social, a religiosa, a capitalista. As mazelas de se viver no Brasil são escancaradas, sem deixar espaço para esmorecer. 

“Enfrenta os ventos”, brada o ator (enquanto a tradução mostra em letras garrafais a mesma expressão em espanhol); “Uma andorinha só não faz verão, mas pelo menos anuncia”, diz outro personagem. “Quem, se eu gritasse, da legião de anjos ouviria?”, questiona.

Ali, todos ouviam. Todos celebravam. Personagens reais, fictícios, músicos, atores e público em comunhão – como se fossem um grande muro, construído tijolo por tijolo.
Das palavras de Dom Helder, o legado do espetáculo:

“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na caminhada certa. Mas graça das graças é não desistir nunca.”

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O teatro ibero-americano em 10 dados do Mirada 2016 https://mirada.sescsp.org.br/2016/teatro/o-teatro-iberoamericano-em-10-dados-do-mirada-2016/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/teatro/o-teatro-iberoamericano-em-10-dados-do-mirada-2016/#respond Sun, 11 Sep 2016 22:11:41 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1727 Por Indiara Duarte – Sesc Sorocaba

1) Dos 12 países com sotaque ibérico que participam desta edição, 25 espetáculos serão encenados em espanhol e 18 em português.

2) Um ícone da representatividade feminina na liderança das lutas de independência e contra a escravidão no século XIX, em Cuba, é umas das referências mais importantes trazidas à cena em Antigonón, um contingente épico, pelo grupo Teatro El Público: Mariana Grajales, “Madre de la Patria”.

3) Os espectadores participam e definem os rumos das cenas. Roger Bernart é conhecido pela criação de espetáculos que envolvem a participação do público e em Please Continue, Hamlet espectadores vão assistir ao julgamento de Hamlet pela morte de Polônio, enquanto outros serão convocados a participar do júri.

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4) 3 espetáculos são influenciados pelas obras de Shakespeare: Hamlet – Processo de Revelação do Coletivo Irmãos Guimarães; Sua Incelença, Ricardo III, do grupo Clows de Shakespeare e Please Continue, Hamlet, dos espanhóis Roger Bernat e Yan Duyvendak.

5) Uma mulher que viveu na virada do século XIX para o XX e escandalizou a sociedade da época com as ideias eróticas e a liberdade feminina dos seus poemas, Delmira Agustini é o tema de No daré Hijos, Daré Versos apresentado pela dramaturga e encenadora uruguaia, Marianella Morena.

6) Espaços convencionais e territórios incomuns ganham um novo significado e são ocupados durante os 10 dias do Mirada: a Cadeia Velha, o Centro Histórico, a Bacia do Mercado e mais 10 locais da cidade.

7) Teatro e cinema juntos. O grupo chileno Teatrocinema em La Contadora de Películas conta a história do ponto de vista de uma senhora que vive nas ruínas de uma fábrica de nitrato, no deserto de Atacama, e se transformou em um campo de prisioneiros políticos, em meados dos anos 1970.

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8) Dos 43 espetáculos que serão apresentados, 15 são de companhias brasileiras e lideram o número de apresentações e o país homenageado desta edição do Mirada, a Espanha, vem na sequência com 8 espetáculos.

9) Vários espetáculos se baseiam na literatura ibero-americana. Leite Derramado é a peça homônima ao romance de Chico Buarque; Las Contadoras de Películas, encenado pelo grupo chileno Teatrocinema, é uma adaptação do romance homônimo de Hernán Riviera Letelier e A tragédia latino-americana e a comédia latino-americana é estruturada a partir de fragmentos, adaptações e trechos de obras de diversos países da América Latina: dos argentinos J.P. Zooey e Pablo Katchadjian, do cubano Cabrera Infante, dos brasileiros Sousândrade e Lima Barreto, a chilena María Luisa Bombal, entre outros.

10) Como não se apaixonar por um espetáculo que tem uma língua própria? Os espectadores de Blanche terão que imaginar (ou relembrar) os diálogos da trama, afinal todo o texto é dito em uma língua imaginária: o fomenol.

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Um breve Insight de Jaloo https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/um-breve-insight-de-jaloo/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/um-breve-insight-de-jaloo/#respond Sun, 11 Sep 2016 18:55:36 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1672 Por Jean Paz – Centro de Pesquisa e Formação

Na noite do dia 10 de setembro, Jaloo se apresentou no Mirada 2016 e transformou a área de convivência do Sesc Santos na balada eletrônica cheia de mistura que é a cara do artista paraense.

Assim que as portas se abriram, diversas pessoas se aglomeraram em frente ao palco e por ali ficaram, da primeira até a última música. Passava um pouco das 23h quando Jaloo deu início à apresentação, com seu visual andrógino e futurista, vestido com uma capa branca impecável e acompanhado pelos músicos George Costa e Carlos Nunez.

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Em aproximadamente 40 minutos, apresentou seu repertório dançante e heterogêneo, que mescla ritmos brasileiros com pop, música eletrônica com experimental, composto basicamente pelas canções de seu disco de estreia, batizado de #1.

Em pouco tempo dá pra notar que a presença de palco é um dos pontos fortes do show. Jaloo abandona aquela postura tímida que demonstra fora dele e toma conta do espaço com propriedade ímpar, caprichando nas caras, bocas, danças e olhares.

O público, composto em sua maioria por jovens na faixa dos 20 anos, canta junto todas as letras e mostra estar em total sintonia com o artista, que corresponde com muita simpatia, chegando a descer do palco para cantar em meio à galera.

E para encerrar a noite, a música escolhida para o bis foi “Tanto Faz” (cuja batida lembra os jogos eletrônicos dos anos 90) que fez todos voltarem para casa mais loucos do que há algumas horas atrás.

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Uns minutinhos antes do show, durante os preparativos, ele aceitou responder 3 perguntinhas para a gente.

Jaloo, como você se define como artista?

Eu me considero um híbrido de coisas, em constante movimento. Vivo uma evolução contínua. Estou sempre aprendendo e gosto de reconhecer o quanto sou um ser falho, mas sempre disposto a ouvir e aprender. Ainda não cheguei aonde eu quero, mas estou muito satisfeito com o que eu estou fazendo.

E qual a sua relação com a música?

Nossa relação é bem esquisita. Eu não toco nenhum instrumento convencional. Mas eu produzi meu disco inteiro. E muita gente da indústria da música não consegue entender isso. A partir do momento em que a gente convive mais, quando eles veem a maneira como eu faço as coisas e que existem outras possibilidades de se trabalhar, nós chegamos a uma comunhão. Mas no começo o estranhamento é bem grande, por eu não ser um instrumentista. Mesmo assim, sou músico, pois fiz meu disco, todos os arranjos e tudo mais.

E qual a importância da performance no seu trabalho?

Total. A performance é importantíssima. Principalmente porque eu sinto que nos momentos em que eu performo e surpreendo o público, isso é recebido não só de uma forma positiva, mas também carinhosa. Por isso eu tenho esse cuidado: em cada lugar que eu vou eu procuro informação sobre o local e sobre o perfil do público, e o público percebe “ele fez isso, ele pensou na gente. Não está lá só executando as músicas dele e depois vai seguir adiante para fazer um outro show”. 

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Eternamente Shakespeare https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/eternamente-shakespeare/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/eternamente-shakespeare/#respond Sun, 11 Sep 2016 15:09:52 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1636 Por Jean Paz – Centro de Pesquisa e Formação 

O autor inglês William Shakespeare escreveu cerca de 38 peças, 154 sonetos e uma variedade de poemas. Embora suas criações mais conhecidas sejam tragédias, essas só foram criadas no fim da sua carreira – os primeiros trabalhos foram comédias baseadas em personagens históricos.

Sua obra se popularizou por refletir nosso mundo em seus enredos, tratando de assuntos humanos intrínsecos à vida atravessando os séculos com uma modernidade constante, o que torna o texto sempre atual. E seu legado influenciou artistas do mundo inteiro, rendendo uma série de montagens, filmes e ensaios, mesmo em trabalhos que fogem do formato convencional.

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Tomemos como exemplo a Companhia Clowns de Shakespeare que mesclou o texto Ricardo III com o regionalismo Nordestino e nos presenteou com “Sua Incelença Ricardo III”, um espetáculo de rua que nos impacta tanto pelo texto quanto pelas canções e figurino rico em detalhes.

Segundo Fernando Yamamoto, diretor da companhia, apesar de ser considerado erudito, o trabalho de Shakespeare tem um caráter popular que permite adaptações para qualquer tempo e em qualquer lugar do mundo.

No Mirada, completam a “programação shakespereana” o espetáculo brasileiro “Hamlet, Processo de revelação” onde o ator e dramaturgo Emanuel Aragão se mune de elementos cênicos para trazer a trama do príncipe dinamarquês e “Please continue, Hamlet”, versão espanhola que cria um julgamento para o personagem central, onde o público é o júri que decide a trama.  

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