curiosidades – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 Cruzar La Calle – A travessia da sociedade peruana https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/cruzar-la-calle-a-travessia-da-sociedade-peruana/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/cruzar-la-calle-a-travessia-da-sociedade-peruana/#respond Sat, 10 Sep 2016 19:02:55 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1529 Texto, fotos e vídeo por Carol Vidal – Sesc Itaquera

O espetáculo “Cruzar la Calle” nasceu do texto do jovem diretor Daniel Amaru Silva, vencedor no primeiro Concurso Nacional Nova Dramaturgia Peruana 2014, com montagem realizada pelo Ministério da Cultura do Peru.

Logo de início, o protagonista Hector Amaru (como o autor) nos insere em sua fala rancorosa, trazendo ao público referências de suas origens incas – carregada por seu sobrenome, renegada pela sociedade peruana. Hector também evoca a figura da águia protetora na língua indígena quéchua. A águia é o elo que irá unir Hector e Elena – filha de Tomáz, que sente prazer em desenhar coisas mortas.

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Uma obra polissêmica e não linear

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“Cruzar la Calle” explora a polissemia, tanto no texto original como na montagem. O texto de Daniel Amaru foi construído de forma não linear, estimulando múltiplas interpretações. A direção de Carlos Tolentino ressalta o processo da “construção da construção”, como um “quebra-cabeças”, para que se dê a simultaneidade com o que autor escreve. Isso se concretiza com a trama ocorrendo em diferentes espaços (marcados pelo cenário modular) onde o diálogo pode estar ocorrendo ao mesmo tempo, dentro de uma casa, mas que pode também ser outro lugar.

Futebol

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As referências ao futebol são muitas, e começam quando o protagonista Héctor Amaru, comenta com a plateia que seu nome é como o jogador e técnico peruano Héctor Chumpitaz, que foi padeiro como seu pai e como ele. Tomáz, o motoqueiro que atropela o cão, fato que faz a trama se desenrolar, (ou se emaranhar), também foi jogador de futebol, mas interrompeu seu sonho por conta de uma lesão (que faz doer até hoje).

Desintegração da família, machismo e racismo

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Segundo o diretor, a peça traz histórias de mulheres que rompem com os estereótipos da mulher latino-americana e histórias de homens ausentes (ausência física ou de espírito).

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Evidencia o machismo e o racismo presentes na cultura peruana, que convive com a ilusão da felicidade do matrimônio, construída e reafirmada por décadas e gerações.

Um novo momento para o teatro peruano

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Cruzar la Calle (atravessar a rua, em português) é a decisão de atravessar algo, mas essa decisão implica riscos“ – resume o diretor. Héctor quer saber quem atropelou o cachorro e por que, e acaba se envolvendo em algo maior, uma tragédia, em que a filha mata seu próprio pai.

O espetáculo é um retrato da decadência dos valores católicos tradicionais da sociedade peruana, que neste momento vive em uma democracia, mas que é permeada por uma ilusão a respeito do bem-estar social.

Confira no vídeo trechos da entrevista com o diretor Carlos Tolentino:

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15 Curiosidades sobre o Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/15-curiosidades-sobre-o-mirada/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/15-curiosidades-sobre-o-mirada/#respond Sat, 10 Sep 2016 00:40:04 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=1500 por Jean Paz- Centro de Pesquisa e Formação

O Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos já começou, e para você ficar por dentro de tudo, listamos 15 fatos que provavelmente você desconheça sobre o festival.

1) Mar de gente – O festival recebe cerca de 100 mil pessoas em cada edição.

2) Uma marca de peso – O cubo mede 2,40 x 2,40m e pesa quase uma tonelada. Para instalá-lo são necessárias cerca de 8 pessoas.

3) A rua como protagonista – O Mirada ultrapassa as dependências do Sesc e ocupa diversos espaços da cidade, como teatros, praças, parques, monumentos e ainda percorrerá as cidades de Bertioga (foto), Cubatão, Guarujá, Praia Grande e  São Vicente.

PARQUE TUPINIQUINS

4) Obras de Arte – O Teatro Guarany, que irá receber parte da programação desta edição, abriga duas pinturas de Paulo Von Poser – a do teto retrata cena do romance O Guarany, de José de Alencar, e a do foyer do segundo piso é uma releitura do quadro de Benedicto Calixto, que mostra Santos vista do alto do Monte Serrat. O teatro funciona como sala de espetáculos e escola municipal de artes cênicas.

5) Dá para vir de Bike – Você pode baixar gratuitamente o aplicativo e utilizar uma das bikes do projeto Bike Santos. São mais de 30 estações espalhadas pela cidade e uma delas fica em frente ao Sesc.

6) Enrolando a língua – O portunhol ou portuñol revela-se, nos bastidores, praticamente o idioma oficial da Mirada. É o jeito mais fácil de fazer portugueses, espanhóis, latino-americanos e nós, brasileiros, nos entendermos.

7) O público também faz arte – O Mirada promove também laboratórios criativos, em que os artistas propõem procedimentos técnicos e provocam os participantes à criações artísticas, entre eles o trabalho do performer argentino Santiago Cao (foto).

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8) Bons de papo – O espetáculo “Blanche”, em cartaz nesta edição do Mirada, possui uma linguagem própria, inventada, improvisada e emitida pelos atores e que induz o espectador a processar sua própria narrativa.

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9) Campeão de votos – Coincidentemente, os cubos do Mirada são aplicados na cidade no período da campanha eleitoral. E há relatos de moradores que pensavam que o Mirada era um candidato.

10) De dar medo – O espetáculo Camargo, em cartaz nesta edição, conta a história verídica do assassino em série Daniel Camargo Barbosa, que cometeu mais de 150 assassinatos entre as décadas de 70 e 80.

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11) As árvores somos nós – Em 2012, a instalação #Simbyosis permitiu uma interação bem peculiar do homem com a natureza. As árvores ganharam rostos e, ao invés de serem observadas, passaram a observar os frequentadores da unidade.

12) Acidentes acontecem – Na primeira edição do Mirada, durante a apresentação da peça uruguaia “Mi Muñequita”, o ator Leonardo Pintos quebrou o dedo da mão esquerda durante uma cena de luta corporal e, mesmo com dor, ele continuou o espetáculo.

13) 3x Bolívia – A montagem Trilogia Boliviana, em cartaz no Mirada 2016  é composta por 3 peças apresentadas no mesmo dia.  Como elas são independentes, as pessoas podem escolher se as vê em sequência ou não.

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14) Espaço para a experimentação – Presente também na edição passada, a videoinstalação “Olho Urubu” exibe 26 filmes poemas que atravessam as diversas realidades do Mirada.

15) Performando – Nesta edição, o Festival Mirada incorpora em sua programação pela primeira vez, a arte da performance: “Não alimente os animais” é uma delas, e a apresentação fala sobre violência contra a mulher.

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