Chile – Sesc Mirada https://mirada.sescsp.org.br/2016 MIRADA - Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos Tue, 31 Jan 2017 21:44:28 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.5.8 [Webdoc] Acapela – Javiera Peón-Veiga https://mirada.sescsp.org.br/2016/webdoc/webdoc-acapela-javiera-peon-veiga/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/webdoc/webdoc-acapela-javiera-peon-veiga/#respond Tue, 18 Oct 2016 18:52:23 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=3011

“Cada maneira de respirar tem relação com uma emoção, como cada um se conecta com a emoção a partir de, simplesmente, mudar sua forma de respirar”.

No espetáculo “Acapela”, dirigido por Javiera Peón-Veiga, a sonoridade do fôlego é sutil, um sopro permanente.


*Leia mais artigos sobre o Mirada 2016 aqui.

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[Crítica] Respirar não é um ato banal https://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-respirar-nao-e-um-ato-banal/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-respirar-nao-e-um-ato-banal/#respond Fri, 23 Sep 2016 22:27:05 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2942 Por Ivana Moura, do Blog Satisfeita, Yolanda?

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Respirar é uma façanha primordial. Ação elementar, para se permanecer vivo. Tem gente que não sabe respirar. Ou melhor, para ser mais precisa, não sabe respirar bem. E compromete o desempenho de funções vitais, com repercussão em todas as atividades. Afeta o seu estar no mundo. Acapela, espetáculo de dança da coreógrafa chilena Javiera Peón-Veiga, explora o potencial revolucionário desse procedimento: os efeitos sobre os estados de consciência, a percepção da realidade e as emoções ativadas. A peça foi apresentada em duas sessões para cerca 100 pessoas cada uma, durante o MIRADA, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, em São Paulo.

Antes de entrar na instalação-pulmão, o público larga os sapatos e seus pertences do lado de fora. Depois se acomoda no chão da tenda branca. E o grupo de artistas, em pontos distintos, executa movimentos que vão do gesto mínimo ao exagero do corpo expandido. Puxam fios imaginários com as mãos e depois acionam o corpo todo.

Vestidos de branco, os bailarinos caminham ou correm de olhos fechados, respiram de forma exagerada, jogam entre si, e assinalam tempos e emoções. A plateia não é envolvida diretamente, mas está conectada pelo ar que aspira e expira.

Na sessão de domingo, pelo menos dez pessoas deixaram o local, cinco já nos primeiros 10 minutos de apresentação. Eu senti um pouco de claustrofobia e tive que controlar o medo da falta de ar, de estar naquele globo inflado, que busca simular um pulmão vivo, expandindo e diminuindo continuamente.

A produção modula a entrada de oxigênio, que na chegada do público está a “plenos pulmões”. Mas baixa a correnteza de ar em determinado momento para criar as condições da experiência.
Instantes de vida

O elenco se desloca pelo espaço utilizando a respiração como motor invisível da consciência e dos movimentos, para atingir vários estágios físicos. Em cenas fugazes, fiapos de narrativa são exibidas para a leitura do público. Convergem para as questões de sobrevivência individual, da autonomia da vida e de que cada um traça/ constrói um destino.

Os artistas criam imagens potentes. Mas são flashes. De corpos coléricos e efusivos. Entre sutilezas do fôlego e suas sonoridades. Sopros permanentes e dinâmicas breves. Imitações de bestialidade, construções de estruturas com os corpos e sucessão de selvageria beirando a violência.

A influência de Acapela vem das artes marciais orientais e técnicas de meditação, com forte dose de improvisação. A diretora Javiera Peón-Veiga também recorre aos estudos em Psicologia, Dança Contemporânea e Coreografia, que fez respectivamente no Chile, na Inglaterra e na França. Participam dessa criação e interpretação os bailarinos Macarena Campbell, Carolina Cifras, Angélica Vial, Ariel Hermosilla, Emilio Edwards, Claudio Muñoz Desenho Cênico Antonia Peón-Veiga e Claudia Yolín.
Entre mudanças de ritmos e diversas formas de fôlego há períodos de afago e de sufocamento. E ações para testar a capacidade pulmonar e o rendimento físico dos bailarinos.
Uma cena que se destaca é a que remete à performance de Marina Abramovic e Ulay: Death Self, de 1977. Nesse desempenho, os dois artistas se conectaram pela boca até esgotar o oxigênio disponível.

Diante da radicalidade de Death Self (Abramovic e Ulay caem inconscientes 17 minutos depois do início do programa), Acapela se mostra frágil. No espetáculo de Javiera Peón-Veiga os bailarinos aos pares realizam a ação, em poucos minutos de resistência. E a cena se mostra débil, quase como uma mera demonstração.
A matéria sonora e vibrátil atesta a fisicalidade em pulsação de Acapela; da leveza do desenho animado à bestialidade, que alude ao clichê dos nossos ancestrais na linha evolutiva de Charles Darwin. Além de outros efeitos de respiração, numa saturação errática do construto. Mas sem deixar grandes marcas no nosso corpo.

*Ivana Moura é jornalista, crítica cultural, pesquisadora de teatro, atriz e dramaturga. Mestra em Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde 2011 edita e produz conteúdo para o blog Satisfeita, Yolanda?, do qual é uma das idealizadoras. Participou de coberturas de festivais e mostras como a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp (2014, 2015 e 2016), a Mostra Latino Americana de Teatro de Grupo (2015), Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília (2014 e 2015) e Bienal Internacional de Teatro da USP (2015). Integra a DocumentaCena – Plataforma de Crítica e a Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT-IACT, filiada à Unesco.

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[Crítica] Arte hipnótica de contar filmes https://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-arte-hipnotica-de-contar-filmes/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/critica/critica-arte-hipnotica-de-contar-filmes/#respond Tue, 20 Sep 2016 21:56:30 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2934 Por Ivana Moura, do Blog Satisfeita, Yolanda?

lacontadora

Como conciliar artes diametralmente opostas como teatro e cinema na cena ao vivo de um espetáculo? A realização de La Contadora de Películas exigiu da companhia Teatrocinema uma investigação que ultrapassa questões técnicas do arcabouço do filme em perfeita sincronia com a atuação do elenco. É surpreendente o resultado da encenação do grupo chileno, que une a linguagem fragmentada do cinema (com seus recortes de som e imagem, e a montagem) e o aqui agora da cena teatral.

Essa proposta diferente, de visual impactante, foi apresentada no MIRADA, Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, em São Paulo. Na peça, a protagonista María Margarita reconta sua vida de esplendor e decadência, mesclando a realidade atual com os filmes de ficção que viu durante a infância, no deserto em que morava com a família, no norte do Chile.

La Contadora de Películas dirige essa viagem no tempo e no espaço com a magia gravada do cinema e a potência visceral do tempo real do teatro. Com a sua arte multimídia, a peça aposta na capacidade de fazer figuras aparecerem e desaparecerem, de trocar cenários visuais, em dispositivos precisos para encantar os olhos, os ouvidos e outros sentidos.
Com apenas cinco atores no palco, os jogos teatrais, a fantasia e a imaginação são exploradas em sincronia perfeita com os artifícios do cinema. A técnica é bem-acabada e os atores executam com habilidade suas funções.
O enredo segue um caminho melodramático, com direito a dicção forçada, imitação e paródia das antigas dublagens, repetição borrada (com efeito de erro de filmagem) em cenas que provocam riso imediato. A artificialidade farsesca esvazia o pathos do teatro e sua efemeridade urgente, mas recorre ao instante eternizado do cinema.
A obra cênica é baseada no romance de Hernán Rivera Letelier, situada no meio do século passado. A protagonista conduz o público nesse passeio pela memória da família, incluindo as mudanças na vida cotidiana depois que o pai ficou paralítico, vítima de um acidente na mina. Preso a uma cadeira de rodas, ele é abandonado pela mulher, decidida a correr atrás de seus sonhos de vedete.
Na recomposição desses fios, a personagem central esbanja capacidade de criar imagens com palavras, abrindo horizontes para libertar criaturas atreladas à aridez do cotidiano e do deserto. A filha de um perfurador na extração de nitratos em Atacama é a escolhida pelo pai, entre os outros filhos, para interpretar os filmes que vê no cinema. Ao focar no drama desse clã, a companhia teatral também investe na história do Chile, dos seus lugares esquecidos.
A direção geral e música original são assinadas por Juan Carlos Zagal. A direção de arte é de Vittorio Meschi. Com performances de Laura Pizarro, Sofía Zagal, Daniel Gallo, Christian Aguilera e Fernando Oviedo. A companhia também tem no repertório, além de La contadora de películas, Sin sangre, El hombre que le daba de beber a las mariposas e História de amor.

Peripécias de menina
María Margarita recupera e reconstrói a memória, em tranças delicadas, carinhosas, mas também carrega a fortaleza nas cores desse passado. A montagem começa com a poeira do deserto e percorre um jogo visual labiríntico, com diferentes perspectivas e planos de quase 360º que enredam os personagens.
É uma produção de risco, que traça fusões, perseguindo uma linguagem própria, com sua pesquisa que combina atuação dos atores e o mundo virtual. O elenco se move entre duas telas transparentes e entra nas projeções de vários gêneros: de gangsteres, de ação, de ficção científica, romances, protagonizadas por Marilyn Monroe, Gary Cooper ou Charlton Heston e as fitas mexicanas com muitas canções.
Depois de muitas peripécias, a protagonista se vê sozinha no deserto esquecido; sua arte ficou para trás com a chegada de um novo entretenimento para o lugarejo: a TV. As pessoas partiram ou morreram e María Margarita continua a criar, sonhar, enxergar outras dimensões do seu velho povoado.


*Ivana Moura é jornalista, crítica cultural, pesquisadora de teatro, atriz e dramaturga. Mestra em Literatura pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde 2011 edita e produz conteúdo para o blog Satisfeita, Yolanda?, do qual é uma das idealizadoras. Participou de coberturas de festivais e mostras como a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo – MITsp (2014, 2015 e 2016), a Mostra Latino Americana de Teatro de Grupo (2015), Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília (2014 e 2015) e Bienal Internacional de Teatro da USP (2015). Integra a DocumentaCena – Plataforma de Crítica e a Associação Internacional de Críticos de Teatro – AICT-IACT, filiada à Unesco.

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Por dentro d’Acapela https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/por-dentro-dacapella/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/por-dentro-dacapella/#respond Sun, 18 Sep 2016 14:38:03 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2767 Por André Venancio / SescSP

acapellaCena de Acapela, espetáculo chileno que leva a respiração a limites inimagináveis

Preciso parar de fumar. Dentro daquele casulo excessivamente branco, pousado no Ginásio do Sesc Santos, eu olhava ao redor, e a maior parte das pessoas tinha uma expressão de tranquilidade no olhar. Já eu procurava o ar que parecia não conseguir entrar nos pulmões, apesar do meu diafragma estar se contraindo em seu máximo. Preciso parar.

Quando chegamos ao Ginásio, às 18h, fomos orientados pela produtora chilena – esforçando-se muito para se comunicar em português – a tirar os calçados, as meias e as bolsas. Tudo ficou acomodado metodicamente nas arquibancadas, fazendo aquele espaço ganhar um ar meio mórbido, cheio de pares de sapatos enfileirados como covas dispostas lado a lado. No centro, um enorme casulo branco se impunha soberano. Nós, descalços, íamos em fila até uma pequena fenda aberta nele. Um a um, adentramos o espaço.

acapella2A bolha onde o espetáculo acontece, no ginásio do Sesc Santos

Sentados em círculo, quase encostados nas paredes internas feitas com algum material delicado como uma seda, o público se entreolhava. Ansiedade, curiosidade e um pouco de medo dominava alguns dos olhares. Um zíper fecha delicadamente a fenda por onde entramos. Vai começar “Acapela”.

“Preciso parar de fumar.” Inspira

“Acho que só eu estou sentindo a respiração desconfortável”. Expira

“Quanto tempo vai durar isso mesmo? Setenta minutos?” Inspira

“Quanto tempo será que já passou?” Expira

“E se alguém passar mal?” Inspira

“Se eu pedir pra abrir essa maldita fenda agora, vou estragar tudo, não vou?” Expira.

O isolamento acústico daquela bolha-casulo é impressionante, mas pensamentos não davam pra ouvir, eu acho. Se bem que, por mais de uma vez, notei que algumas pessoas – mulheres, sempre! – me olhavam de forma acalentadora, como se dissessem que está tudo bem e me acariciassem no rosto.

Ao redor da bolha, os seis artistas estavam de pé, de costas para o público, vestidos totalmente de branco. Os olhos fechados, numa espécie de transe, totalmente imóveis. Percebo no que está mais próximo a mim um movimento muito sutil na ponta dos dedos da mão esquerda. Apesar de me parecer que a carne tremia involuntariamente, havia um ritmo ali. Nada era involuntário.

Preciso parar de fumar. Inspira. Olho as pessoas à minha volta, e algumas se alongam. Começo a notar traços de desconforto em mais alguém, além de mim. Expira.

Os bailarinos começam a se mover para o centro da roda formada pelo público, em movimentos que me lembram insetos, com um alongamento excessivo das extremidades do corpo. O som da respiração deles é a única coisa que se ouve, e a respiração conduz a ação de cada um, ainda em transe, ainda com os olhos fechados.

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O que parecia um exercício de respiração rotineiro, com movimentos leves do corpo, ganha ares de tensão. A iluminação da bolha vai variando lentamente, do branco ao amarelo, que pareceu esquentar ainda mais o espaço. Os movimentos daquela dança vão, a cada segundo, exigindo mais fôlego dos performers. Ao longo do espetáculo, é com a respiração que cada um deles demonstra força, raiva, alegria e tesão. A intensidade com que eles puxam o ar para dentro, ou expulsam-no para fora do próprio corpo, durante toda a apresentação, é sempre brutal. Expira.

“Quanto tempo vai durar isso mesmo? Setenta minutos?” Inspira

“Quanto tempo será que já passou?” Expira

“E se alguém passar mal?” Inspira

Os movimentos da dança, a intensidade da respiração, as reações do público, o branco irritante daquela bolha. Tudo em “Acapella” é intenso. Não há um som sequer que não seja causado pelo barulho da respiração dos performers, porém é como se ouvíssemos gritos, risadas, gemidos, sussurros.

Quando o suor já exibia a pele molhada por baixo dos figurinos brancos dos performers, que estavam em um movimento quase sexual onde a única penetração envolvida era o ar, as paredes internas da bolha começam a se mover, como se recebessem – pelo lado de fora – uma rajada de vento.

Inspira.

A fenda se abre e adentra ao espaço um ventilador, que naquele momento poderia ser comparado a uma turbina de um avião de pequeno porte, sem qualquer exagero. Os performers parecem, então, consumir o ar gerado pelo equipamento, como as mariposas parecem consumir a luz das lâmpadas ao anoitecer. Tal como quem tem sede e encontra um lago, aquelas seis pessoas pareciam beber o vento, colocando cada gota de ar para dentro.

Expira.

Após saciarem a sede, eles abandonam o casulo que, com a fenda aberta, começa a cair suavemente sobre o público. É hora de sair.

Inspira. Expira. Inspira. Expira. Inspira. Expira. Inspira. Expira.

Preciso de um cigarro.

*Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.

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Espetáculos que sobem a serra https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/espetaculos-que-sobem-a-serra/ https://mirada.sescsp.org.br/2016/digital/espetaculos-que-sobem-a-serra/#comments Fri, 16 Sep 2016 15:00:56 +0000 https://mirada.sescsp.org.br/2016/?p=2224 Por Patrícia Diguê

A partir deste sábado (17), espetáculos que participam do Mirada serão levados a outras unidades do Sesc, dentro do projeto Extensão Mirada. Eles passam pelo Sesc Consolação, Pompeia, Pinheiros, Bom Retiro, Ipiranga, Vila Mariana e Sorocaba. Confira:
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Cuando todos pensaban que habíamos desaparecido – gastronomiaescénica (MEX)

O subtítulo dessa criação coletiva fornece outras pistas para o que virá: gastronomia cênica e teatro documental baseado na comida e na festa dos mortos. Ao contrário do tabu ocidental, na cultura mexicana o Dia de Finados é celebrado com as casas enfeitadas e os familiares e amigos preparando os pratos favoritos daqueles que não se encontram mais fisicamente entre eles. Sábado e domingo  17 e 18/09 – Pompeia

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¿Que haré yo con esta espada? (Aproximación a la ley y al problema de la belleza) (ESP)

O trabalho que estreou no Festival d’Avignon, em julho, parte de dois crimes transcorridos em Paris, em diferentes épocas: o canibalismo do universitário japonês Issei Sagawa, que esquartejou a namorada e declarou tê-lo feito por amor em 1981, e o terrorismo dos ataques em série que deixaram 130 mortos na noite de 15 de novembro de 2015. Apesar de macabros, a artista catalã Angélica Liddell prospecta em cena uma tomada de consciência da própria existência, uma rebelião contra o racionalismo. Sábado e domingo – 17 e 18/09 – Pinheiros

dare-hijos

No daré hijos, daré versos (URU)

O drama intercala prosa e canções a partir da vida e da obra da poeta Delmira Agustini (1886-1914), cuja memória e arte andavam relegadas até ganhar novo alento nos últimos anos. Ela morreu assassinada a tiros pelo ex-marido. Referência no teatro de pesquisa em seu país, a dramaturga e diretora Marianella Morena compõe três atos em movimentos distintos em gênero e linguagem, do realismo ao hiper-realismo. Questiona a premissa de verdade única borrando o real, a história e a ficção. Terça e quarta – 20 e 21/09 – Ipiranga

dinamo

Dínamo (ARG)

Acompanhamos o inusitado contexto de três mulheres que compartilham um trailer perdido em alguma estrada qualquer. Em princípio, elas não sabem da presença das demais. A peça expõe como tanta solidão e estranhamento podem gerar novas energias à vida. Quarta – 21/09 – Sorocaba / Sábado e domingo – 24 e 25/09 – Bom Retiro

contadora

La contadora de películas (CHI)

Não é difícil imaginar as dificuldades de quem vive e trabalha na região das minas de salitre no deserto de Atacama, no norte chileno. Foi lá que o escritor Hernán Rivera Letelier, de 66 anos, passou a infância e, por isso, escolheu a geografia isolada para ambientar a história de María Margarita no livro lançado em 2009 e adaptado sob mesmo título pela Cia. Teatrocinema, em 2015. Quarta e quinta – 21 e 22/09 – Vila Mariana

psico

Psico/embutidos, carnicería escénica (MEX)

Essa instalação cênica replica o aparelho digestivo e propõe uma vivência sensorial. A obra deglute os espectadores, estimulados a transitar pela estrutura em diferentes níveis, no limite de oito metros, contornando obstáculos até a etapa em que todos são, simbolicamente, expulsos do mecanismo. O objetivo do autor e diretor Richard Viqueira é transmitir a sensação de cumprir essa travessia dentro do organismo vivo. O itinerário é feito de encontros com os 19 atores, um a um, cujas idades variam na casa dos 20 aos 80. De sexta a sábado – 23/09 a 01/10 – Consolação

**Leia mais sobre o Mirada 2016 aqui.

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