Mirada » » Tchekhov https://mirada2014.sescsp.org.br/pt Festival Ibero-Americano de artes Cênicas de Santos Mon, 02 Feb 2015 13:08:25 +0000 pt-BR hourly 1 Chile é convidado de honra do Mirada 2014 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/chile-e-convidado-de-honra-do-mirada-2014/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/chile-e-convidado-de-honra-do-mirada-2014/#comments Sat, 13 Sep 2014 23:02:08 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1849 Foto: Dana Hosova

Na terceira edição do Mirada, o Chile brilhou como destaque na programação. O país, grande homenageado do evento, levou aos palcos sete peças de suas companhias: Castigo, O Jardim das Cerejeiras, A Imaginação do Futuro, A Reunião, O Homem de Lugar Nenhum, O Cavaleiro da Morte e Otelo. “O Chile entrou no evento como um país próximo, já que temos a cena chilena presente aqui em São Paulo. Nossa relação com o Chile já vem há mais de dez anos se tornando ainda mais profunda – temos acompanhado de perto o Festival de Santiago, Santiago a Mil, que pretende internacionalizar o teatro chileno. Então temos um contato aprofundado com a cena e produção do país”, revela Sergio Luis Oliveira, da Gerência de Ação Cultural do Sesc e um dos curadores do Mirada. A relação entre ambas as produções - a da nação homenageada e a brasileira - , no entanto, ficou por conta do público, que tirou as suas próprias conclusões. A pauta das conversas de corredor são, quem sabe, o resultado dessa aproximação que Sergio enxerga nesses últimos anos. “Achei uma cultura bem diferente, eles abordam de forma diferente a sociedade, a política”, sustenta Rafael Palmieri, músico e estudante de teatro. Já a aposentada Cleusa do Carmo usou essa diferença como fomento para a sua curiosidade. “Não conhecia o teatro chileno, adorei o trabalho deles pela força e atuação. A partir de agora, passarei a me interessar mais, gostei muito”, relata. O apreço de ambos, que estavam no público de O Homem Vindo de Lugar Nenhum, é explicada pela linguagem, como afirma Claudio Vega, ator da peça chilena. “Toda a nossa obra é teatro gestual. É uma metalinguagem. É uma linguagem universal”, explica. [caption id="attachment_1865" align="aligncenter" width="300"]Elenco da peça chilena O Jardim das Cerejeiras (Foto: Coletivo Pão & Circo) Elenco da peça chilena O Jardim das Cerejeiras (Foto: Coletivo Pão & Circo)[/caption] O brasileiro Bruno Henrique Miranda, ator, também traçou o seu paralelo. “Achei coisas parecidas e outras diferentes. Eles trazem outros olhares, outras propostas, até por ser outra cultura”, afirma. Já para Héctor Noguera, diretor de O Jardim das Cerejeiras, em termos técnicos no entanto, há contrapontos. “Anos atrás vi o teatro brasileiro em festivais. Gostei muito. Eu me recordo de ambas as cenas como bem diferentes. O teatro brasileiro naquele momento era muito mais físico e musical do que o nosso. O teatro do chile é mais político”, afirma. A declaração de Noguera é alinhada com o pensamento de Sérgio. “Os chilenos possuem um teatro engajado, muito político, militante, tanto em textos quanto em um sentido estético, inovador. Isso se revelou um acerto, que vemos também pelo retorno que estamos tendo de diretores, atores e até publico”, completa Sergio, reiterando os depoimentos ouvidos pelos corredores durante o festival. Se por um lado o Brasil, representado pelo público do Mirada, vê a escolha como um acerto, do outro lado das coxias, a ideia segue sendo a mesma. “Eu acho que o chileno é um povo amistoso, acolhedor e muito curioso”, revela Ana Tezza, diretora de Tchekhov. “Eu acredito que o Mirada trouxe uma boa mostra do teatro do Chile. São sete companhias, cada um com um estilo muito diferente. Isso que é legal no festival, a celebração da diversidade”, comemora Noguera. Coletivo Pão & Circo ]]>
Foto: Dana Hosova

Na terceira edição do Mirada, o Chile brilhou como destaque na programação. O país, grande homenageado do evento, levou aos palcos sete peças de suas companhias: Castigo, O Jardim das Cerejeiras, A Imaginação do Futuro, A Reunião, O Homem de Lugar Nenhum, O Cavaleiro da Morte e Otelo. “O Chile entrou no evento como um país próximo, já que temos a cena chilena presente aqui em São Paulo. Nossa relação com o Chile já vem há mais de dez anos se tornando ainda mais profunda – temos acompanhado de perto o Festival de Santiago, Santiago a Mil, que pretende internacionalizar o teatro chileno. Então temos um contato aprofundado com a cena e produção do país”, revela Sergio Luis Oliveira, da Gerência de Ação Cultural do Sesc e um dos curadores do Mirada. A relação entre ambas as produções - a da nação homenageada e a brasileira - , no entanto, ficou por conta do público, que tirou as suas próprias conclusões. A pauta das conversas de corredor são, quem sabe, o resultado dessa aproximação que Sergio enxerga nesses últimos anos. “Achei uma cultura bem diferente, eles abordam de forma diferente a sociedade, a política”, sustenta Rafael Palmieri, músico e estudante de teatro. Já a aposentada Cleusa do Carmo usou essa diferença como fomento para a sua curiosidade. “Não conhecia o teatro chileno, adorei o trabalho deles pela força e atuação. A partir de agora, passarei a me interessar mais, gostei muito”, relata. O apreço de ambos, que estavam no público de O Homem Vindo de Lugar Nenhum, é explicada pela linguagem, como afirma Claudio Vega, ator da peça chilena. “Toda a nossa obra é teatro gestual. É uma metalinguagem. É uma linguagem universal”, explica. [caption id="attachment_1865" align="aligncenter" width="300"]Elenco da peça chilena O Jardim das Cerejeiras (Foto: Coletivo Pão & Circo) Elenco da peça chilena O Jardim das Cerejeiras (Foto: Coletivo Pão & Circo)[/caption] O brasileiro Bruno Henrique Miranda, ator, também traçou o seu paralelo. “Achei coisas parecidas e outras diferentes. Eles trazem outros olhares, outras propostas, até por ser outra cultura”, afirma. Já para Héctor Noguera, diretor de O Jardim das Cerejeiras, em termos técnicos no entanto, há contrapontos. “Anos atrás vi o teatro brasileiro em festivais. Gostei muito. Eu me recordo de ambas as cenas como bem diferentes. O teatro brasileiro naquele momento era muito mais físico e musical do que o nosso. O teatro do chile é mais político”, afirma. A declaração de Noguera é alinhada com o pensamento de Sérgio. “Os chilenos possuem um teatro engajado, muito político, militante, tanto em textos quanto em um sentido estético, inovador. Isso se revelou um acerto, que vemos também pelo retorno que estamos tendo de diretores, atores e até publico”, completa Sergio, reiterando os depoimentos ouvidos pelos corredores durante o festival. Se por um lado o Brasil, representado pelo público do Mirada, vê a escolha como um acerto, do outro lado das coxias, a ideia segue sendo a mesma. “Eu acho que o chileno é um povo amistoso, acolhedor e muito curioso”, revela Ana Tezza, diretora de Tchekhov. “Eu acredito que o Mirada trouxe uma boa mostra do teatro do Chile. São sete companhias, cada um com um estilo muito diferente. Isso que é legal no festival, a celebração da diversidade”, comemora Noguera. Coletivo Pão & Circo ]]>
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A popularização dos clássicos no Mirada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-popularizacao-dos-classicos-dentro-do-mirada/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-popularizacao-dos-classicos-dentro-do-mirada/#comments Sat, 13 Sep 2014 19:46:55 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1715 Tchekhov na versão da companhia curitibana Ave Lola

“A gente traduz uma ideia de linguagem antiga e fora do nosso tempo. Isso significa atualizá-lo e popularizá-lo. Fazemos teatro para chegar nas pessoas”, afirma João Garcia Miguel, diretor português de Yerma, adaptação da peça de teatro do poeta espanhol Federico García Lorca. “Eu tenho acompanhado o festival e existe uma tendência interessante que é a utilização da dramaturgia clássica como trampolim para as questões contemporâneas de uma maneira criativa. Eu acho isso interessante do ponto de vista do teatro contemporâneo”, completa Leonardo Vieira, ministrante da Oficina CPT/Sesc – Centro de Pesquisa teatral: O Corpo Expressivo. A reflexão, trazidas por ambos participantes do Mirada, não aconteceu por acaso. “Na verdade a gente já contava com isso para dar força ao festival. Isso envolve todo o penso da programação, e como isso reverbera na cidade. O crescimento das ações formativas, que geram performances, também vai multiplicando o número de artistas da cidade. Com esse acesso, os aprendizes de teatro trazem consigo a família, os vizinhos... Gera um boca a boca maior. Por isso também tivemos essa preocupação de trazer textos clássicos de Shakespeare, Otelo etc.”, revela Leonardo Nicoletti, um dos curadores do evento. “Conto uma piada: um jovem amigo meu disse ‘tenho que ler Odisseia para a escola, mas tenho preguiça’. E eu disse “que pena que tem preguiça, porque é uma história maravilhosa”. Então me ocorreu que traduzindo-a para a linguagem teatral, poderia tirar toda a coisa pesada que tem a antiga linguagem literária, e fazer os jovens descobrirem que não são textos chatos, que podem ser prazerosos. Ao encontrar prazer nesta experiência, é possível que se animem a ler. Isso é o que mais me motiva”, explica Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia. A sua ideia, surgida em uma brincadeira, é exatamente o resultado que o público recebe. “Achei bem diferente, porque eles conseguem trazer o teatro que a gente perdeu a referência para o agora, com um efeito tão bonito como esse", reflete o aposentado Ivan Caldas, no público para ver uma obra clássica de Shakespeare dentro do Festival - a adaptação de Rei Lear. [caption id="attachment_1798" align="aligncenter" width="300"]Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia[/caption] “Toda essa nova forma de ver o teatro tem a ver com escrita de Tchekhov” adiciona ainda Ana Rosa Tezza, diretora da peça baseada na vida do dramaturgo russo. “Nós usamos as ferramentas de base que ele deixou. Mas existem várias maneiras de interpretar um grande mestre. Ele deixou tudo escrito. Como não somos ele, nos apropriamos do que ele disse de maneira respeitosa. E traduzimos isso da maneira como a gente imagina - e óbvio: cada cabeça uma sentença, cada grupo um trabalho”. O ator e diretor da peça chilena Otelo, Jaime Lorca, falou ainda sobre a escolha do texto original de Shakespeare. “É a primeira vez que fazemos uma adaptação, nós sempre trabalhamos com textos que criamos, e nos apoiamos muito na literatura, nas novelas, nos contos literários. Pegamos Shakespeare porque descobrimos que tinha muito sangue. Shakespeare era feito há quatro séculos, em teatros onde as pessoas comiam, bebiam, falavam, gritavam. Então era um teatro muito direto. E para o ator é maravilhoso, porque toca todas as notas da alma, da mais sublime às mais baixas e ruins. Tudo na mesma obra, no mesmo personagem”, relata. “É uma tragédia que tem muito melodrama. E nós fizemos esse link que tem nos melodramas na televisão, com as vidas de outras pessoas que se quer viver”, acrescenta Teresita Iacobelli, atriz do espetáculo. A ideia vai ao encontro do pensamento de João Garcia Miguel. “Quando trabalhamos com um clássico, reinventamos o passado. Deciframos os enigmas e encantamentos que eles tiveram com o mundo, afinal os clássicos sobreviveram. O que tentamos fazer é tentar trazer para hoje, para o nosso dia a dia. O clássico nos ajuda a pensar no passado e olhar para nós mesmos e nos entendermos hoje. O clássico nos ajuda a sermos mais honestos com a gente mesmo”, afirma. Coletivo Pão & Circo]]>
Tchekhov na versão da companhia curitibana Ave Lola

“A gente traduz uma ideia de linguagem antiga e fora do nosso tempo. Isso significa atualizá-lo e popularizá-lo. Fazemos teatro para chegar nas pessoas”, afirma João Garcia Miguel, diretor português de Yerma, adaptação da peça de teatro do poeta espanhol Federico García Lorca. “Eu tenho acompanhado o festival e existe uma tendência interessante que é a utilização da dramaturgia clássica como trampolim para as questões contemporâneas de uma maneira criativa. Eu acho isso interessante do ponto de vista do teatro contemporâneo”, completa Leonardo Vieira, ministrante da Oficina CPT/Sesc – Centro de Pesquisa teatral: O Corpo Expressivo. A reflexão, trazidas por ambos participantes do Mirada, não aconteceu por acaso. “Na verdade a gente já contava com isso para dar força ao festival. Isso envolve todo o penso da programação, e como isso reverbera na cidade. O crescimento das ações formativas, que geram performances, também vai multiplicando o número de artistas da cidade. Com esse acesso, os aprendizes de teatro trazem consigo a família, os vizinhos... Gera um boca a boca maior. Por isso também tivemos essa preocupação de trazer textos clássicos de Shakespeare, Otelo etc.”, revela Leonardo Nicoletti, um dos curadores do evento. “Conto uma piada: um jovem amigo meu disse ‘tenho que ler Odisseia para a escola, mas tenho preguiça’. E eu disse “que pena que tem preguiça, porque é uma história maravilhosa”. Então me ocorreu que traduzindo-a para a linguagem teatral, poderia tirar toda a coisa pesada que tem a antiga linguagem literária, e fazer os jovens descobrirem que não são textos chatos, que podem ser prazerosos. Ao encontrar prazer nesta experiência, é possível que se animem a ler. Isso é o que mais me motiva”, explica Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia. A sua ideia, surgida em uma brincadeira, é exatamente o resultado que o público recebe. “Achei bem diferente, porque eles conseguem trazer o teatro que a gente perdeu a referência para o agora, com um efeito tão bonito como esse", reflete o aposentado Ivan Caldas, no público para ver uma obra clássica de Shakespeare dentro do Festival - a adaptação de Rei Lear. [caption id="attachment_1798" align="aligncenter" width="300"]Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia Juan Fernando Cerdas Albertazzi, diretor de Odisseia[/caption] “Toda essa nova forma de ver o teatro tem a ver com escrita de Tchekhov” adiciona ainda Ana Rosa Tezza, diretora da peça baseada na vida do dramaturgo russo. “Nós usamos as ferramentas de base que ele deixou. Mas existem várias maneiras de interpretar um grande mestre. Ele deixou tudo escrito. Como não somos ele, nos apropriamos do que ele disse de maneira respeitosa. E traduzimos isso da maneira como a gente imagina - e óbvio: cada cabeça uma sentença, cada grupo um trabalho”. O ator e diretor da peça chilena Otelo, Jaime Lorca, falou ainda sobre a escolha do texto original de Shakespeare. “É a primeira vez que fazemos uma adaptação, nós sempre trabalhamos com textos que criamos, e nos apoiamos muito na literatura, nas novelas, nos contos literários. Pegamos Shakespeare porque descobrimos que tinha muito sangue. Shakespeare era feito há quatro séculos, em teatros onde as pessoas comiam, bebiam, falavam, gritavam. Então era um teatro muito direto. E para o ator é maravilhoso, porque toca todas as notas da alma, da mais sublime às mais baixas e ruins. Tudo na mesma obra, no mesmo personagem”, relata. “É uma tragédia que tem muito melodrama. E nós fizemos esse link que tem nos melodramas na televisão, com as vidas de outras pessoas que se quer viver”, acrescenta Teresita Iacobelli, atriz do espetáculo. A ideia vai ao encontro do pensamento de João Garcia Miguel. “Quando trabalhamos com um clássico, reinventamos o passado. Deciframos os enigmas e encantamentos que eles tiveram com o mundo, afinal os clássicos sobreviveram. O que tentamos fazer é tentar trazer para hoje, para o nosso dia a dia. O clássico nos ajuda a pensar no passado e olhar para nós mesmos e nos entendermos hoje. O clássico nos ajuda a sermos mais honestos com a gente mesmo”, afirma. Coletivo Pão & Circo]]>
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Por dentro da trilha sonora de Tchekhov https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-trilha-sonora-de-tchekhov/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-trilha-sonora-de-tchekhov/#comments Sat, 13 Sep 2014 12:00:41 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1697 Foto: Jose Tezza

“Mais do que ter a trilha do Jean-Jacques Lemêtre, ter o próprio Jean-Jacques na nossa montagem foi um privilégio inominável”. É assim que a brasileira Ana Rosa Tezza, diretora de Tchekhovfala sobre o seu trabalho ao lado do compositor francês. Em um bate-papo com o Ponto Digital Mirada, ela conta sobre a sua admiração e satisfação pela parceria com Lemêtre. Quem é Jean-Jacques Lemêtre Ele é um grandes mestres não só da música, mas um homem que convive com os maiores ícones do teatro mundial. Ele é quem faz a trilha da Ariane Mnouchkine, fundadora do Théâtre du Soleil em Paris, e uma grande referência do nosso trabalho. A relação do Ave Lola com o Théâtre du Soleil Na Ave Lola somos muito exigentes, a gente tem hora pra começar os ensaios, mas não pra terminar. Eu sou pupila do Andrés Perez, um chileno que viveu por anos, no tempo da ditadura, no Théâtre du Soleil, e aprendi com ele a ter essa paixão pelo teatro. Pensando nisso, eu trouxe cinco artistas do Théâtre pra fazer a formação dos meus atores. O legado Aprendemos muito sobre música para teatro. Mas além disso, a gente aprendeu sobre a seriedade de um homem com esta idade [62 anos] e que tem um percurso tão profundo. A alta exigência dele para com o seu trabalho é fundamental na construção de um resultado digno e respeitável. Essa convivência, com este senhor que não relaxa um minuto (apesar de todo nome que ele já construiu), faz com que a gente se coloque num lugar de respeito e admiração pelo nosso próprio trabalho. Isso porque o aproveitamento do tempo é de 100%. Isso é um ensinamento. E o mais impressionante é a sua generosidade. Ele não restringe o conhecimento de modo algum. Muito pelo contrário: divide e compartilha o tempo inteiro. A sua mirada É nossa primeira vez no Mirada. Estamos muito honrados e felizes, e mais felizes ainda porque esta edição homenageia o Chile. Eu morei no Chile, o começo da minha carreira foi lá. Então eu não posso acreditar... Eu não acredito em coincidência. Tudo se une. Eu amei o acolhimento que os artistas chilenos me oportunizaram, um aprendizado enorme, na figura do Andrés, que me disse “venha vindo”, e sempre me abriu as portas. Eu acho que os chilenos são amistosos, acolhedores e muito curiosos.   Coletivo Pão & Circo]]>
Foto: Jose Tezza

“Mais do que ter a trilha do Jean-Jacques Lemêtre, ter o próprio Jean-Jacques na nossa montagem foi um privilégio inominável”. É assim que a brasileira Ana Rosa Tezza, diretora de Tchekhovfala sobre o seu trabalho ao lado do compositor francês. Em um bate-papo com o Ponto Digital Mirada, ela conta sobre a sua admiração e satisfação pela parceria com Lemêtre. Quem é Jean-Jacques Lemêtre Ele é um grandes mestres não só da música, mas um homem que convive com os maiores ícones do teatro mundial. Ele é quem faz a trilha da Ariane Mnouchkine, fundadora do Théâtre du Soleil em Paris, e uma grande referência do nosso trabalho. A relação do Ave Lola com o Théâtre du Soleil Na Ave Lola somos muito exigentes, a gente tem hora pra começar os ensaios, mas não pra terminar. Eu sou pupila do Andrés Perez, um chileno que viveu por anos, no tempo da ditadura, no Théâtre du Soleil, e aprendi com ele a ter essa paixão pelo teatro. Pensando nisso, eu trouxe cinco artistas do Théâtre pra fazer a formação dos meus atores. O legado Aprendemos muito sobre música para teatro. Mas além disso, a gente aprendeu sobre a seriedade de um homem com esta idade [62 anos] e que tem um percurso tão profundo. A alta exigência dele para com o seu trabalho é fundamental na construção de um resultado digno e respeitável. Essa convivência, com este senhor que não relaxa um minuto (apesar de todo nome que ele já construiu), faz com que a gente se coloque num lugar de respeito e admiração pelo nosso próprio trabalho. Isso porque o aproveitamento do tempo é de 100%. Isso é um ensinamento. E o mais impressionante é a sua generosidade. Ele não restringe o conhecimento de modo algum. Muito pelo contrário: divide e compartilha o tempo inteiro. A sua mirada É nossa primeira vez no Mirada. Estamos muito honrados e felizes, e mais felizes ainda porque esta edição homenageia o Chile. Eu morei no Chile, o começo da minha carreira foi lá. Então eu não posso acreditar... Eu não acredito em coincidência. Tudo se une. Eu amei o acolhimento que os artistas chilenos me oportunizaram, um aprendizado enorme, na figura do Andrés, que me disse “venha vindo”, e sempre me abriu as portas. Eu acho que os chilenos são amistosos, acolhedores e muito curiosos.   Coletivo Pão & Circo]]>
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