Mirada » » fotografia https://mirada2014.sescsp.org.br/pt Festival Ibero-Americano de artes Cênicas de Santos Mon, 02 Feb 2015 13:08:25 +0000 pt-BR hourly 1 E.CO celebra a mirada e os coletivos https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/e-co-celebra-a-mirada-e-os-coletivos/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/e-co-celebra-a-mirada-e-os-coletivos/#comments Fri, 12 Sep 2014 12:00:17 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1579 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Vivemos uma época de confusão de coisas, de politica, e também de massificação. Temos muito de tudo. Nesse sentido, a individualidade está sumindo, entrando em uma forma de trabalhar um pouco mais poliédrica: os coletivos”. Essa é a reflexão que faz Claudi Carreras, curador de E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos. Além de trazer um retrato da cidade de Santos, a exposição ainda celebra a produção em conjunto, um dos temas dos quais Claudi é entusiasta. “Foi uma forma de entender a coletividade, e uma forma muito bonita. Além disso, alguns coletivos disseram que foi o encontro mais frutífero que eles foram, porque todos pensaram juntos. Foi um evento verdadeiramente participativo”, conta. A exposição é resultado do trabalho de 20 coletivos fotográficos durante a semana anterior ao Mirada. “Neste modelo de evento participam 70 ou 80 pessoas e o objetivo é produzir, expor e montar a exposição em dez dias”, explica Paulo Fehlauer, jornalista e fotógrafo do Coletivo Garapa, um dos participantes do encontro. Assim como Claudi, Paulo partilha do entusiasmo pela criação coletiva, e reafirma a ideia de dividir as forças. “Da nossa parte, existe uma disposição para trabalhar em colaboração. Quase todos os nossos projetos são desenvolvidos com colaborações de outros profissionais, sejam jornalistas ou designers, gente do cinema. A gente sempre busca isso. Pra nós isso é importante porque é uma forma de trabalhar diferente, não é apenas uma relação de contratação de forma hierárquica. A gente tenta inverter a dinâmica e pensar como parceria, uma colaboração horizontal”, conta Rafael Vilela, do Mídia Ninja, também participante do evento. “Não há outra forma mais interessante e inteligente do que o trabalho coletivo no século 21. Barateamos os custos e compartilhamos as angústias e críticas: tudo já sai mais delineado, com mais debate. A inteligência coletiva é fundamental para fotografia. As pessoas tem que sair de suas bolhas, largar seu ego e partir para essa aventura”. O processo de produção e o resultado “Eu pesquiso há dez anos sobre a cena latino-americana. Em 2006 comecei a mapear esse trabalho e em 2008 fizemos a primeira exposição como um encontro de coletivos. A partir dai fizemos uma pesquisa continuada, com uma curadoria mais abrangente desses países”, conta Claudi. “Fotograficamente, o Brasil me fascinou. A partir disso, a exposição fez todo sentido”, acrescentou. Rafael Vilela também explicou o trabalho do Mídia Ninja dentro do projeto. “Foram 10 dias juntos, uma explosão de alegria, de trocas e de conhecimento. Já viemos trabalhando nos últimos anos na concepção de uma rede latino-americana de fotografia, linkando articulações distintas”, revela. Como resultado, ele acredita em um trabalho que além de interessante, possa ser duradouro. “A ideia da fotografia enquanto vetor de conexão é muito potente, tenho certeza que essas trocas irão gerar consequências deliciosas nos meses que seguem, como a revista de fotografia latino-americana gerida pelos coletivos, que criamos em uma reunião aberta fora dos espaços formais do encontro em Santos. O E.CO é excelente, ao meu ver, ao possibilitar essas conexões e permitir que se criem estruturas e projetos para além dele”, disse. Laura del Rey, fotógrafa participante, contou como funcionou o trabalho: “Eu e outros 13 fotógrafos, jornalistas, historiadores e professores, participamos da fase chamada 'esquenta' do E.CO, que teve três workshops. Fiz o Orla Latente, com o Coletivo Garapa. Nesse esquenta, foram três dias de encontros, sendo o primeiro uma conversa geral, um pouco da história, trabalho e metodologia deles. Foi um grande brainstorm sobre Santos e o que fotografaríamos no dia seguinte. O segundo dia já foi a saída dos minigrupos (2 ou 3 pessoas por coletivo), cada qual com seu respectivo canal da orla para registrar. O terceiro dia foi a edição das imagens”, explica. “Foi muito importante estar dentro de um evento internacional ibero-americano. Porque os meus trabalhos tem uma ligação muito forte com isso. O próprio nome indica: mirada. E nós trouxemos um olhar sobre a cidade de Santos”, finalizou Claudi.   Coletivo Pão & Circo]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Vivemos uma época de confusão de coisas, de politica, e também de massificação. Temos muito de tudo. Nesse sentido, a individualidade está sumindo, entrando em uma forma de trabalhar um pouco mais poliédrica: os coletivos”. Essa é a reflexão que faz Claudi Carreras, curador de E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos. Além de trazer um retrato da cidade de Santos, a exposição ainda celebra a produção em conjunto, um dos temas dos quais Claudi é entusiasta. “Foi uma forma de entender a coletividade, e uma forma muito bonita. Além disso, alguns coletivos disseram que foi o encontro mais frutífero que eles foram, porque todos pensaram juntos. Foi um evento verdadeiramente participativo”, conta. A exposição é resultado do trabalho de 20 coletivos fotográficos durante a semana anterior ao Mirada. “Neste modelo de evento participam 70 ou 80 pessoas e o objetivo é produzir, expor e montar a exposição em dez dias”, explica Paulo Fehlauer, jornalista e fotógrafo do Coletivo Garapa, um dos participantes do encontro. Assim como Claudi, Paulo partilha do entusiasmo pela criação coletiva, e reafirma a ideia de dividir as forças. “Da nossa parte, existe uma disposição para trabalhar em colaboração. Quase todos os nossos projetos são desenvolvidos com colaborações de outros profissionais, sejam jornalistas ou designers, gente do cinema. A gente sempre busca isso. Pra nós isso é importante porque é uma forma de trabalhar diferente, não é apenas uma relação de contratação de forma hierárquica. A gente tenta inverter a dinâmica e pensar como parceria, uma colaboração horizontal”, conta Rafael Vilela, do Mídia Ninja, também participante do evento. “Não há outra forma mais interessante e inteligente do que o trabalho coletivo no século 21. Barateamos os custos e compartilhamos as angústias e críticas: tudo já sai mais delineado, com mais debate. A inteligência coletiva é fundamental para fotografia. As pessoas tem que sair de suas bolhas, largar seu ego e partir para essa aventura”. O processo de produção e o resultado “Eu pesquiso há dez anos sobre a cena latino-americana. Em 2006 comecei a mapear esse trabalho e em 2008 fizemos a primeira exposição como um encontro de coletivos. A partir dai fizemos uma pesquisa continuada, com uma curadoria mais abrangente desses países”, conta Claudi. “Fotograficamente, o Brasil me fascinou. A partir disso, a exposição fez todo sentido”, acrescentou. Rafael Vilela também explicou o trabalho do Mídia Ninja dentro do projeto. “Foram 10 dias juntos, uma explosão de alegria, de trocas e de conhecimento. Já viemos trabalhando nos últimos anos na concepção de uma rede latino-americana de fotografia, linkando articulações distintas”, revela. Como resultado, ele acredita em um trabalho que além de interessante, possa ser duradouro. “A ideia da fotografia enquanto vetor de conexão é muito potente, tenho certeza que essas trocas irão gerar consequências deliciosas nos meses que seguem, como a revista de fotografia latino-americana gerida pelos coletivos, que criamos em uma reunião aberta fora dos espaços formais do encontro em Santos. O E.CO é excelente, ao meu ver, ao possibilitar essas conexões e permitir que se criem estruturas e projetos para além dele”, disse. Laura del Rey, fotógrafa participante, contou como funcionou o trabalho: “Eu e outros 13 fotógrafos, jornalistas, historiadores e professores, participamos da fase chamada 'esquenta' do E.CO, que teve três workshops. Fiz o Orla Latente, com o Coletivo Garapa. Nesse esquenta, foram três dias de encontros, sendo o primeiro uma conversa geral, um pouco da história, trabalho e metodologia deles. Foi um grande brainstorm sobre Santos e o que fotografaríamos no dia seguinte. O segundo dia já foi a saída dos minigrupos (2 ou 3 pessoas por coletivo), cada qual com seu respectivo canal da orla para registrar. O terceiro dia foi a edição das imagens”, explica. “Foi muito importante estar dentro de um evento internacional ibero-americano. Porque os meus trabalhos tem uma ligação muito forte com isso. O próprio nome indica: mirada. E nós trouxemos um olhar sobre a cidade de Santos”, finalizou Claudi.   Coletivo Pão & Circo]]>
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Por dentro da Cidade dos Containers https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-cidade-dos-containers/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-cidade-dos-containers/#comments Fri, 12 Sep 2014 00:54:59 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1617 cidade-dos-containers

Fomos conhecer a Cidade dos Containers, construída no Emissário Submarino durante o Mirada, e saber a opinião do público sobre a ocupação dos grupos que compõem o E.CO - Encontro de Coletivos no espaço, com oficinas e exposições de fotografia e audiovisual. ]]>
cidade-dos-containers

Fomos conhecer a Cidade dos Containers, construída no Emissário Submarino durante o Mirada, e saber a opinião do público sobre a ocupação dos grupos que compõem o E.CO - Encontro de Coletivos no espaço, com oficinas e exposições de fotografia e audiovisual. ]]>
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Entrevista: Olhos de urubu no Mirada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/entrevista-olhos-de-urubu-no-mirada/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/entrevista-olhos-de-urubu-no-mirada/#comments Tue, 09 Sep 2014 21:43:53 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1425 Olho-urubu

Imersão Olho-Urubu: Laboratório Audiovisual SescTV traz ao Mirada a sensibilização do olhar. Através de um laboratório audiovisual, a oficina cria uma releitura do festival e apresenta uma nova visão, baseada na criação livre e experimentação. “O urubu tem um voo permanente em espiral e é um animal de uma visão extraordinária. Ele está sempre em busca, sempre atento e sempre em movimento“, explica o diretor teatral e cineasta André Guerreiro, responsável pelo laboratório. E o nome da oficina passa a fazer total sentido. Durante os dez dias de Mirada, os “olhares de urubu“ vão captar aquilo que vai além do óbvio. Assim como o Festival, vão enxergar com outros olhos as dependências do Sesc e de alguns espaços públicos de Santos. A ideia é que os participantes discutam a confluência entre o audiovisual e outras linguagens como o teatro, o cinema e os cenários da cidade para eliminar as barreiras entre documentário e ficção, arte e vida. No repertório, André apresenta nomes como os cineastas Dziga Vertov, Jean-Luc Godard e Rogério Sganzerla. "O resultado será apresentado em forma de poemas audiovisuais", explica Guerreiro. Esses poemas, como ele mesmo chama, serão transmitidos posteriormente pelo SescTV nos intervalos de sua grade de programação. Para entender melhor a proposta das oficinas, batemos um papo com André e um dos alunos. O resultado você vê abaixo. O animal "O urubu é um animal que tem um voo permanente em espiral e é  de uma visão extraordinária. Ele está sempre em busca, sempre atento e sempre em movimento. Então é uma metáfora do que nós estamos fazendo aqui. Sempre buscando instantes para serem registrados, seguidos de um olhar desburocratizado, poético e andarilho". Poemas audiovisuais. Que bicho é esse? São pequenos vídeos que são mais próximos da poesia do que de uma narrativa convencional. São momentos onde a gente divide com o público esse nosso olhar. E são também momentos que provocam no espectador um espanto, uma curiosidade, sensibilidade ou que servem até mesmo para dividir uma questão crítica. São pequenos vídeos que não se completam em si, eles são completados pelo olhar do expectador. É uma forma de colocar o público no nosso lugar. Nós estamos criando experimentos que embaralham a ficção e a realidade. Foto: Coletivo Pão & Circo A produção e a relação com o Festival No espetáculo Matéria-Prima teve um momento que nos tocou que foi a dificuldade de comunicação no jantar. As crianças não conseguem conversar, elas precisam gritar uma com a outra e estão todas muito próximas na ocasião de um jantar formal. Nós fomos e filmamos a encenação, mas de alguma forma, nós precisávamos criar a nossa camada dentro disso. Então trouxemos as crianças aqui para a sala e filmamos só o rosto delas pulando, falando o texto e tentando se comunicar. E agora vamos levar essas cabeças saltantes pra toda a cidade de Santos, projetar nos diversos prédios, na arquitetura, na rua, nos muros. Acredito que seja uma forma de ampliar a sensação que a gente teve desses jovens. O olhar de quem fez "Eu entrei na oficina para renovar o meu olhar. Aqui eu aprendi a ver de forma diferente, observar e enxergar mesmo. Superou as minhas expectativas. Nós parecemos uma equipe de verdade, não oficineiros", diz o radialista Eduardo Silva, 28 anos. Coletivo Pão & Circo]]>
Olho-urubu

Imersão Olho-Urubu: Laboratório Audiovisual SescTV traz ao Mirada a sensibilização do olhar. Através de um laboratório audiovisual, a oficina cria uma releitura do festival e apresenta uma nova visão, baseada na criação livre e experimentação. “O urubu tem um voo permanente em espiral e é um animal de uma visão extraordinária. Ele está sempre em busca, sempre atento e sempre em movimento“, explica o diretor teatral e cineasta André Guerreiro, responsável pelo laboratório. E o nome da oficina passa a fazer total sentido. Durante os dez dias de Mirada, os “olhares de urubu“ vão captar aquilo que vai além do óbvio. Assim como o Festival, vão enxergar com outros olhos as dependências do Sesc e de alguns espaços públicos de Santos. A ideia é que os participantes discutam a confluência entre o audiovisual e outras linguagens como o teatro, o cinema e os cenários da cidade para eliminar as barreiras entre documentário e ficção, arte e vida. No repertório, André apresenta nomes como os cineastas Dziga Vertov, Jean-Luc Godard e Rogério Sganzerla. "O resultado será apresentado em forma de poemas audiovisuais", explica Guerreiro. Esses poemas, como ele mesmo chama, serão transmitidos posteriormente pelo SescTV nos intervalos de sua grade de programação. Para entender melhor a proposta das oficinas, batemos um papo com André e um dos alunos. O resultado você vê abaixo. O animal "O urubu é um animal que tem um voo permanente em espiral e é  de uma visão extraordinária. Ele está sempre em busca, sempre atento e sempre em movimento. Então é uma metáfora do que nós estamos fazendo aqui. Sempre buscando instantes para serem registrados, seguidos de um olhar desburocratizado, poético e andarilho". Poemas audiovisuais. Que bicho é esse? São pequenos vídeos que são mais próximos da poesia do que de uma narrativa convencional. São momentos onde a gente divide com o público esse nosso olhar. E são também momentos que provocam no espectador um espanto, uma curiosidade, sensibilidade ou que servem até mesmo para dividir uma questão crítica. São pequenos vídeos que não se completam em si, eles são completados pelo olhar do expectador. É uma forma de colocar o público no nosso lugar. Nós estamos criando experimentos que embaralham a ficção e a realidade. Foto: Coletivo Pão & Circo A produção e a relação com o Festival No espetáculo Matéria-Prima teve um momento que nos tocou que foi a dificuldade de comunicação no jantar. As crianças não conseguem conversar, elas precisam gritar uma com a outra e estão todas muito próximas na ocasião de um jantar formal. Nós fomos e filmamos a encenação, mas de alguma forma, nós precisávamos criar a nossa camada dentro disso. Então trouxemos as crianças aqui para a sala e filmamos só o rosto delas pulando, falando o texto e tentando se comunicar. E agora vamos levar essas cabeças saltantes pra toda a cidade de Santos, projetar nos diversos prédios, na arquitetura, na rua, nos muros. Acredito que seja uma forma de ampliar a sensação que a gente teve desses jovens. O olhar de quem fez "Eu entrei na oficina para renovar o meu olhar. Aqui eu aprendi a ver de forma diferente, observar e enxergar mesmo. Superou as minhas expectativas. Nós parecemos uma equipe de verdade, não oficineiros", diz o radialista Eduardo Silva, 28 anos. Coletivo Pão & Circo]]>
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