Mirada » » festival mirada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt Festival Ibero-Americano de artes Cênicas de Santos Mon, 02 Feb 2015 13:08:25 +0000 pt-BR hourly 1 Olhares envoltos no Mirada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/olhares-envoltos-no-mirada/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/olhares-envoltos-no-mirada/#comments Wed, 17 Sep 2014 03:50:43 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1903 Foto: Coletivo Pão & Circo

A interação do Mirada com a baixada santista em comentários e imagens do moradores. Os pontos de vista são diversos tanto nos espetáculos quanto nas ruas da cidade.]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

A interação do Mirada com a baixada santista em comentários e imagens do moradores. Os pontos de vista são diversos tanto nos espetáculos quanto nas ruas da cidade.]]>
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Mirada 2014 em vídeos, textos, fotos e sensações https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/mirada-2014-em-videos-textos-fotos-e-sensacoes/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/mirada-2014-em-videos-textos-fotos-e-sensacoes/#comments Sun, 14 Sep 2014 11:36:18 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1886 Matéria-Prima

De 4 a 13 de setembro, a baixada santista foi palco do encontro de artistas e público com apresentações cênicas, shows, performances e atividades formativas durante a terceira edição do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. Foram mais de 70 mil pessoas assistindo aos 40 espetáculos do festival, que propiciou o encontro de trupes de 15 países.

Durante 10 dias, a extensa programação cultural ganhou destaque no Ponto Digital Mirada. Aqui, o que você não pode perder desta cobertura: - Com sete espetáculos na programação, o grande homenageado desta edição foi o Chile. Saiba por que aqui.

- Maria Pagés trouxe da Espanha a sua dança flamenca em Utopia, um espetáculo sensorial aplaudido de pé. Maria Pagés em cena - Personagens do Mirada falam sobre seus ofícios e percepções do festival em entrevistas exclusivas. Entre os nomes da cena, estão a diretora Cibele Forjaz, responsável pelos Desafios Cênicos do Mirada, o ator português António Fonseca, a preparadora vocal Letícia Coura e o diretor Leonardo Moreira.

- O público também é protagonista do Mirada e opinou sobre o que viu nos espetáculos. Foi o caso dos clássicos reinventados, do burburinho por trás de A Imaginação do Futuroda peça infantil São Jorge Menino e, ainda, refletindo: Qual é a sua peça dos sonhos? Veja a seguir algumas das respostas:

- Do centro histórico à beira do mar, Santos se transformou. Seja com o Projeto Bispo ressignificando e ocupando as ruas centrais, com a Casa Rosada e o Emissário utilizados a todo vapor, com a criação da Cidade dos Containers ou com as visitas ao Centro Cultural Português. Emissário Submarino e outro ponto de vista da cidade

- Nem só de fruição viveu o público. As atividades formativas foram parte essencial da programação. Entre Encontrões, Pontos de Conexão e muita troca nas oficinas práticas - como as performances-relâmpago dos Desafios Cênicos, o corpo expressivo proposto pelo CPT, os Ensaios de Coro e a Imersão Olho-Urubu do SescTV, entre outras. Conheça o pensamento que embasou as formativas em vídeo:

- Por trás das coxias: Preparamos uma série de vídeos com a gente de teatro que dá vazão ao imaginário comum.

- A mirada por trás do mirada: as oficinas e a E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos, que ganha a área de convivência do Sesc Santos até novembro.

- O processo de criação se transformou na grande história do Ponto Digital. Das peças que retratam fatos políticos à presença feminina no Festival, fomos atrás das histórias por trás das histórias.

- Nem só de teatro vivem as artes cênicas. A dança também ganha espaço enquanto a trilha sonora dá o tom.

- Os elementos do festival se espalharam pela cidade e deram o que falar entre os moradores da baixada. Os elementos esal

- E uma última miradela com espetáculos para ver quando quiser: Ilha do Tesouro, 13 Sonhos, Projeto Bispo, UtopiaOdisseia e Matéria-Prima mostram o por quê do sucesso entre os espectadores.]]>
Matéria-Prima

De 4 a 13 de setembro, a baixada santista foi palco do encontro de artistas e público com apresentações cênicas, shows, performances e atividades formativas durante a terceira edição do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. Foram mais de 70 mil pessoas assistindo aos 40 espetáculos do festival, que propiciou o encontro de trupes de 15 países.

Durante 10 dias, a extensa programação cultural ganhou destaque no Ponto Digital Mirada. Aqui, o que você não pode perder desta cobertura: - Com sete espetáculos na programação, o grande homenageado desta edição foi o Chile. Saiba por que aqui.

- Maria Pagés trouxe da Espanha a sua dança flamenca em Utopia, um espetáculo sensorial aplaudido de pé. Maria Pagés em cena - Personagens do Mirada falam sobre seus ofícios e percepções do festival em entrevistas exclusivas. Entre os nomes da cena, estão a diretora Cibele Forjaz, responsável pelos Desafios Cênicos do Mirada, o ator português António Fonseca, a preparadora vocal Letícia Coura e o diretor Leonardo Moreira.

- O público também é protagonista do Mirada e opinou sobre o que viu nos espetáculos. Foi o caso dos clássicos reinventados, do burburinho por trás de A Imaginação do Futuroda peça infantil São Jorge Menino e, ainda, refletindo: Qual é a sua peça dos sonhos? Veja a seguir algumas das respostas:

- Do centro histórico à beira do mar, Santos se transformou. Seja com o Projeto Bispo ressignificando e ocupando as ruas centrais, com a Casa Rosada e o Emissário utilizados a todo vapor, com a criação da Cidade dos Containers ou com as visitas ao Centro Cultural Português. Emissário Submarino e outro ponto de vista da cidade

- Nem só de fruição viveu o público. As atividades formativas foram parte essencial da programação. Entre Encontrões, Pontos de Conexão e muita troca nas oficinas práticas - como as performances-relâmpago dos Desafios Cênicos, o corpo expressivo proposto pelo CPT, os Ensaios de Coro e a Imersão Olho-Urubu do SescTV, entre outras. Conheça o pensamento que embasou as formativas em vídeo:

- Por trás das coxias: Preparamos uma série de vídeos com a gente de teatro que dá vazão ao imaginário comum.

- A mirada por trás do mirada: as oficinas e a E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos, que ganha a área de convivência do Sesc Santos até novembro.

- O processo de criação se transformou na grande história do Ponto Digital. Das peças que retratam fatos políticos à presença feminina no Festival, fomos atrás das histórias por trás das histórias.

- Nem só de teatro vivem as artes cênicas. A dança também ganha espaço enquanto a trilha sonora dá o tom.

- Os elementos do festival se espalharam pela cidade e deram o que falar entre os moradores da baixada. Os elementos esal

- E uma última miradela com espetáculos para ver quando quiser: Ilha do Tesouro, 13 Sonhos, Projeto Bispo, UtopiaOdisseia e Matéria-Prima mostram o por quê do sucesso entre os espectadores.]]>
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Afetos e Provocações: As atividades formativas do Mirada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/afetos-e-provocacoes-as-atividades-formativas-do-mirada/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/afetos-e-provocacoes-as-atividades-formativas-do-mirada/#comments Fri, 12 Sep 2014 19:58:22 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1627 desafios-cenicos-santos

Além dos mais de 40 espetáculos da programação, esta edição do Mirada privilegiou o encontro e a troca de experiências entre os grupos e companhias participantes com as atividades formativas. São sete processos de criação, em que dramaturgos, diretores e atores compartilham conhecimento com o público. Depois, é nos Encontrões que todos falam sobre seus processos artísticos e, a partir desse pensamento conjunto, acontecem as criações e perfomances-relâmpago dos Desafios Cênicos. Conheça, no vídeo, o pensamento que embasou as formativas.]]>
desafios-cenicos-santos

Além dos mais de 40 espetáculos da programação, esta edição do Mirada privilegiou o encontro e a troca de experiências entre os grupos e companhias participantes com as atividades formativas. São sete processos de criação, em que dramaturgos, diretores e atores compartilham conhecimento com o público. Depois, é nos Encontrões que todos falam sobre seus processos artísticos e, a partir desse pensamento conjunto, acontecem as criações e perfomances-relâmpago dos Desafios Cênicos. Conheça, no vídeo, o pensamento que embasou as formativas.]]>
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Por dentro da Cidade dos Containers https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-cidade-dos-containers/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/por-dentro-da-cidade-dos-containers/#comments Fri, 12 Sep 2014 00:54:59 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1617 cidade-dos-containers

Fomos conhecer a Cidade dos Containers, construída no Emissário Submarino durante o Mirada, e saber a opinião do público sobre a ocupação dos grupos que compõem o E.CO - Encontro de Coletivos no espaço, com oficinas e exposições de fotografia e audiovisual. ]]>
cidade-dos-containers

Fomos conhecer a Cidade dos Containers, construída no Emissário Submarino durante o Mirada, e saber a opinião do público sobre a ocupação dos grupos que compõem o E.CO - Encontro de Coletivos no espaço, com oficinas e exposições de fotografia e audiovisual. ]]>
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Odisseia repaginada https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/odisseia-repaginada/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/odisseia-repaginada/#comments Thu, 11 Sep 2014 04:40:07 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1523 odisseia

Teatro de sombra, máscaras e marionetes são apenas algumas das técnicas usadas pelo grupo costarriquenho Moderno Teatro de Muñecos nesta adaptação da viagem de Homero. A epopeia também ganha releitura no texto para abrangir as questões atuais, que o diretor Juan Fernando Cerda Albertazzi explica no registro em vídeo.]]>
odisseia

Teatro de sombra, máscaras e marionetes são apenas algumas das técnicas usadas pelo grupo costarriquenho Moderno Teatro de Muñecos nesta adaptação da viagem de Homero. A epopeia também ganha releitura no texto para abrangir as questões atuais, que o diretor Juan Fernando Cerda Albertazzi explica no registro em vídeo.]]>
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Encontrão propõe diálogo entre protagonistas do Festival https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/encontrao-propoe-dialogo-entre-atores-e-diretores-do-festival/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/encontrao-propoe-dialogo-entre-atores-e-diretores-do-festival/#comments Thu, 11 Sep 2014 02:22:08 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1489 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Para que servem os Festivais?” Foi deste questionamento da diretora da equipe de coordenação das atividades formativas do Mirada, Cibele Forjaz, que nasceram os Encontrões. “Eu penso que o festival serve tanto para os grupos se apresentarem ao público, quanto para possibilitar a troca entre companhias”. Assim foi construído o projeto, que reúne todos os protagonistas do festival para pensar ao lado de outros atores da cena em um grande intercâmbio de percepções, ideias e histórias. “Esse momento é essencial para que os grupos possam ter esse espaço de parar e sentar, se olhar e compartilhar os procedimentos de trabalho. Revelar um pouco o que está além da cena. A partir daí, novos diálogos podem acontecer”, diz Nathália Bonilha, 25 anos, atriz. Essa é exatamente a ideia central da proposta, que aconteceu na Toca, espaço de convivência do Sesc Santos. “Este encontro serve para que possamos contar uns pros outros um pouco do processo de montagem das obras que estão aqui”, comenta Cibele. “Há muita riqueza na oportunidade de fazer uma troca entre países e culturas tão diferentes e tão distantes. O Encontrão talvez seja uma das coisas mais importantes do Mirada”, completou Jorge Louraço, dramaturgo português que também participou de um dos Pontos de Conexão do festival. “Normalmente dentro de um festival de teatro não existe muita troca. Esses encontros do Mirada repensam uma lógica de produção. O debate entre pessoas da América Latina faz com que a gente olhe mais para o lado, e pare de olhar apenas para a Europa”, diz Renan Tenca, ator e um dos diretores dos Desafios Cênicos. Neste Encontrão, sentados em roda, cada grupo contextualizou seu espetáculo e explicou sua produção. “Nosso trabalho nasceu como uma pesquisa em cima do Bispo do Rosário. Como era na rua, começamos a ensaiar na rua. Ali começamos a ver muito mais bispos no centro do santos. O centro traz coisas muito fortes. Toda hora a gente sai e vê pessoas em surtos, pegando ônibus”, contou Kadu Veríssimo, de Projeto Bispo. Fernando Yamamoto, um dos fundadores do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, também falou sobre Nuestra Senhora de las Nuvens. “No trabalho a partir do texto original argentino, ficamos muito instigados pelas semelhanças e distâncias com a América Latina. E resolvemos entrar num processo de pesquisa, mas não tínhamos ideia do que íamos montar. Normalmente não somos um grupo que acha um texto e monta. Normalmente temos uma dramaturgia própria”, contou. “Completamos 20 anos em novembro, e pra falar um pouco deste trabalho, é legal falar disso. No começo era super amador, e consideramos a primeira década do grupo uma década de formação, pois o grupo foi a grande escola de todos nós. E na segunda década nos estruturamos. E este é um trabalho que comemora os 20 anos do grupo, que em 10 anos não contou com patrocínio”. De todas as trocas e misturas, “foi possível entender essa curadoria dos grupos que estão participando. A gente viu em companhias bem diferentes da nossa muita sincronicidade, isso foi interessante. E também despertou o interesse em ver outros parceiros que a gente nem sabia que estavam aqui, outras tribos”, conta Thiago Amoral, ator da companhia Hiato, que apresenta 02 Ficções. Alexandre Mate, professor do Instituto de Artes da Unesp, concluiu: “Ao final, percebemos que as nossas dificuldades são muito parecidas, que os nossos sonhos acalentados não são distantes, de que há uma necessidade das pessoas se aproximarem para construírem por si mesmas a condição de sujeito e histórias cujo o desenvolvimento tenha outra natureza que não mais manipulatória. Foram encontros absolutamente reveladores em que diferentes faces de um mesmo sujeito se mostraram, ou que uma face idêntica em vários sujeitos se manifestaram". Coletivo Pão & Circo ]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Para que servem os Festivais?” Foi deste questionamento da diretora da equipe de coordenação das atividades formativas do Mirada, Cibele Forjaz, que nasceram os Encontrões. “Eu penso que o festival serve tanto para os grupos se apresentarem ao público, quanto para possibilitar a troca entre companhias”. Assim foi construído o projeto, que reúne todos os protagonistas do festival para pensar ao lado de outros atores da cena em um grande intercâmbio de percepções, ideias e histórias. “Esse momento é essencial para que os grupos possam ter esse espaço de parar e sentar, se olhar e compartilhar os procedimentos de trabalho. Revelar um pouco o que está além da cena. A partir daí, novos diálogos podem acontecer”, diz Nathália Bonilha, 25 anos, atriz. Essa é exatamente a ideia central da proposta, que aconteceu na Toca, espaço de convivência do Sesc Santos. “Este encontro serve para que possamos contar uns pros outros um pouco do processo de montagem das obras que estão aqui”, comenta Cibele. “Há muita riqueza na oportunidade de fazer uma troca entre países e culturas tão diferentes e tão distantes. O Encontrão talvez seja uma das coisas mais importantes do Mirada”, completou Jorge Louraço, dramaturgo português que também participou de um dos Pontos de Conexão do festival. “Normalmente dentro de um festival de teatro não existe muita troca. Esses encontros do Mirada repensam uma lógica de produção. O debate entre pessoas da América Latina faz com que a gente olhe mais para o lado, e pare de olhar apenas para a Europa”, diz Renan Tenca, ator e um dos diretores dos Desafios Cênicos. Neste Encontrão, sentados em roda, cada grupo contextualizou seu espetáculo e explicou sua produção. “Nosso trabalho nasceu como uma pesquisa em cima do Bispo do Rosário. Como era na rua, começamos a ensaiar na rua. Ali começamos a ver muito mais bispos no centro do santos. O centro traz coisas muito fortes. Toda hora a gente sai e vê pessoas em surtos, pegando ônibus”, contou Kadu Veríssimo, de Projeto Bispo. Fernando Yamamoto, um dos fundadores do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, também falou sobre Nuestra Senhora de las Nuvens. “No trabalho a partir do texto original argentino, ficamos muito instigados pelas semelhanças e distâncias com a América Latina. E resolvemos entrar num processo de pesquisa, mas não tínhamos ideia do que íamos montar. Normalmente não somos um grupo que acha um texto e monta. Normalmente temos uma dramaturgia própria”, contou. “Completamos 20 anos em novembro, e pra falar um pouco deste trabalho, é legal falar disso. No começo era super amador, e consideramos a primeira década do grupo uma década de formação, pois o grupo foi a grande escola de todos nós. E na segunda década nos estruturamos. E este é um trabalho que comemora os 20 anos do grupo, que em 10 anos não contou com patrocínio”. De todas as trocas e misturas, “foi possível entender essa curadoria dos grupos que estão participando. A gente viu em companhias bem diferentes da nossa muita sincronicidade, isso foi interessante. E também despertou o interesse em ver outros parceiros que a gente nem sabia que estavam aqui, outras tribos”, conta Thiago Amoral, ator da companhia Hiato, que apresenta 02 Ficções. Alexandre Mate, professor do Instituto de Artes da Unesp, concluiu: “Ao final, percebemos que as nossas dificuldades são muito parecidas, que os nossos sonhos acalentados não são distantes, de que há uma necessidade das pessoas se aproximarem para construírem por si mesmas a condição de sujeito e histórias cujo o desenvolvimento tenha outra natureza que não mais manipulatória. Foram encontros absolutamente reveladores em que diferentes faces de um mesmo sujeito se mostraram, ou que uma face idêntica em vários sujeitos se manifestaram". Coletivo Pão & Circo ]]>
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Utopia em sons e imagens https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/video-utopia/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/video-utopia/#comments Wed, 10 Sep 2014 03:25:24 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1443 utopia-maria-pages

A diversidade de passos e formas construída pelos dançarinos de "Utopia", dirigido e coreografado por María Pagés, foi registrada em sensações a partir do som e das imagens. O espetáculo de dança flamenca trouxe no repertório Oscar Niemeyer em diálogo direto com a importância histórica e arquitetônica do Teatro Coliseu. Compartilhe a experiência captada em vídeo pelo Coletivo Querô.  ]]>
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A diversidade de passos e formas construída pelos dançarinos de "Utopia", dirigido e coreografado por María Pagés, foi registrada em sensações a partir do som e das imagens. O espetáculo de dança flamenca trouxe no repertório Oscar Niemeyer em diálogo direto com a importância histórica e arquitetônica do Teatro Coliseu. Compartilhe a experiência captada em vídeo pelo Coletivo Querô.  ]]>
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A sobrevida do centro histórico https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/visita-ao-centro-historico/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/visita-ao-centro-historico/#comments Tue, 09 Sep 2014 12:00:22 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1374 Imagem: Coletivo Querô

O Centro de Santos é um personagem-chave dentro do Festival Mirada. Tem vida, cheiro e crias próprias. É nessa humanização do centro-protagonista, que se veste em roupas gastas, que percebemos a criação de uma nova identidade para um dos lugares mais icônicos da Baixada. Centro Cultural Português, Praça Mauá, Teatro Coliseu e Guarany. Chegar na cidade sem se encantar pelas ruas centrais com sua arquitetura característica é como sair de Santos sem pisar na areia. Ocupar o centro histórico foi uma das preocupações na concepção do Festival, como conta um dos responsáveis pela programação, Leonardo Nicoletti. “O local tem uma circulação importante. Imaginamos que seria interessante para quem é de fora da cidade poder estar aqui, para ter uma percepção artística desse espaço”, conta. Foto: Pão & Circo Transformar o centro não significa necessariamente tentar mascarar a sua realidade vandalizada. O perfume mais caro não seria capaz de disfarçar o seu cheiro ocre de urina, nem esconder as calçadas cinzas que se assemelham aos sapatos gastos dos moradores que circulam por ali. E é utilizando esse pensamento que o grupo O Coletivo, de Santos, traz para as suas ruas o espetáculo Projeto Bispo, que desbrava o local usando-o como um corredor para construir a narrativa. “Queríamos trabalhar na rua. Queríamos pesquisar espaços públicos para contar essa história”, conta Junior Brasseloti, ator da peça. A santista Erica Silva diz que não viria ao centro à noite se não fosse pelo espetáculo. “Não viria aqui em um dia de semana. Eu acho essa iniciativa muito bacana, e gostaria que o Sesc trouxesse outras. Pessoal – atores, equipes – nós temos, né?”, indaga. Bruno Almeida, que também conferiu o projeto do grupo local, partilha da mesma opinião. “É bacana trazer para o centro porque é um local que está fora do eixo de cultura. Essa região abrigou tanta coisa historicamente, e parece que hoje não é tão lembrada. Acho que essas intervenções ganham a atenção das pessoas”, afirma. Uma vez conhecido pela sua estrutura física e arquitetônica, o centro da cidade hoje luta, assim como os seus moradores, por um espaço além da rotina à luz do sol. Luta por uma sobrevida fora da marginalidade. E é aí que a arte, o teatro, se insere: na possibilidade de mirar a beleza que já cansou aos olhos. O Coletivo é um grupo que reúne atores e artistas da Baixada Santista. Com pouco mais de dois anos, ele já se tornou motivo de orgulho local ao participar do Mirada."Provamos que Santo de casa faz milagre sim", diz Brasseloti. A direção de Projeto Bispo fica por conta de Kadu Veríssimo, premiado em festivais de Guarujá e Cubatão, entre outros. Coletivo Pão & Circo]]>
Imagem: Coletivo Querô

O Centro de Santos é um personagem-chave dentro do Festival Mirada. Tem vida, cheiro e crias próprias. É nessa humanização do centro-protagonista, que se veste em roupas gastas, que percebemos a criação de uma nova identidade para um dos lugares mais icônicos da Baixada. Centro Cultural Português, Praça Mauá, Teatro Coliseu e Guarany. Chegar na cidade sem se encantar pelas ruas centrais com sua arquitetura característica é como sair de Santos sem pisar na areia. Ocupar o centro histórico foi uma das preocupações na concepção do Festival, como conta um dos responsáveis pela programação, Leonardo Nicoletti. “O local tem uma circulação importante. Imaginamos que seria interessante para quem é de fora da cidade poder estar aqui, para ter uma percepção artística desse espaço”, conta. Foto: Pão & Circo Transformar o centro não significa necessariamente tentar mascarar a sua realidade vandalizada. O perfume mais caro não seria capaz de disfarçar o seu cheiro ocre de urina, nem esconder as calçadas cinzas que se assemelham aos sapatos gastos dos moradores que circulam por ali. E é utilizando esse pensamento que o grupo O Coletivo, de Santos, traz para as suas ruas o espetáculo Projeto Bispo, que desbrava o local usando-o como um corredor para construir a narrativa. “Queríamos trabalhar na rua. Queríamos pesquisar espaços públicos para contar essa história”, conta Junior Brasseloti, ator da peça. A santista Erica Silva diz que não viria ao centro à noite se não fosse pelo espetáculo. “Não viria aqui em um dia de semana. Eu acho essa iniciativa muito bacana, e gostaria que o Sesc trouxesse outras. Pessoal – atores, equipes – nós temos, né?”, indaga. Bruno Almeida, que também conferiu o projeto do grupo local, partilha da mesma opinião. “É bacana trazer para o centro porque é um local que está fora do eixo de cultura. Essa região abrigou tanta coisa historicamente, e parece que hoje não é tão lembrada. Acho que essas intervenções ganham a atenção das pessoas”, afirma. Uma vez conhecido pela sua estrutura física e arquitetônica, o centro da cidade hoje luta, assim como os seus moradores, por um espaço além da rotina à luz do sol. Luta por uma sobrevida fora da marginalidade. E é aí que a arte, o teatro, se insere: na possibilidade de mirar a beleza que já cansou aos olhos. O Coletivo é um grupo que reúne atores e artistas da Baixada Santista. Com pouco mais de dois anos, ele já se tornou motivo de orgulho local ao participar do Mirada."Provamos que Santo de casa faz milagre sim", diz Brasseloti. A direção de Projeto Bispo fica por conta de Kadu Veríssimo, premiado em festivais de Guarujá e Cubatão, entre outros. Coletivo Pão & Circo]]>
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Entrevista: A [não] Ficção de Leonardo Moreira https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-nao-ficcao-de-leonardo-moreira/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-nao-ficcao-de-leonardo-moreira/#comments Mon, 08 Sep 2014 22:43:04 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1343 Foto: Coletivo Pão & Circo

“A ficção transforma a realidade”. A reflexão trazida pelo diretor Leonardo Moreira e o seu 02 Ficções mostra como a vida hoje é pautada pelo que conhecemos como irreal. “Quantas vezes a gente não conta uma história e reconta do mesmo jeito, como se fosse um texto decorado, com as mesmas pausas?”, reflete. Seriam essas histórias reais ou ficção? Baseado nesse pensamento, ele criou o espetáculo que traz pela primeira vez para o Mirada. A peça é a sequência de Ficção, conjunto de 6 monólogos em que os atores misturavam elementos de sua vida à fatos irreais. A ideia central de Moreira é trazer à tona uma nova linguagem que ele acredita ser um movimento recente da cena teatral, onde a ficção dá espaço para o drama. O resultado é um espetáculo dividido em duas plateias distintas: uma em um âmbito pessoal e íntimo; outra, mais estruturada como um espaço de teatro. Nesta sequência, o estudo une os monólogos de ficção às narrativas literárias A Gaivota, de Tchekov, e Reparação, de Ian McEwan, questionando os limites da imaginação e forçando as fronteiras teatrais. Para entender melhor a peça, conversamos com Leonardo. Confira abaixo: Vocês estão sempre pesquisando esse limite entre o real e a ficção: O que já encontraram? O que ainda estão questionando? Nos monólogos (ficção) a plateia estava sempre num lugar instável, entre o modo de presença do ator me falando o nome dele, a vida dele de verdade, o pai dele de verdade. Por exemplo, em um dos monólogos quem fazia era o Thiago [Amaral] com o próprio pai, e os dois não se falavam desde que o Thiago contou que é gay. O pai dele deixou de falar com ele e disse que esse não era o seu projeto de filho. E então seis anos depois, nós chamamos o pai do Thiago. Já que ele não era o projeto de filho, que escrevesse uma peça com o projeto de filho que gostaria de ter. Então era pai e filho em uma peça juntos. A ficção transforma a realidade: os dois voltaram a se falar. Não é só a peça. Porque tem que dormir junto e viajar junto, ir pro Chile e pra Alemanha junto. E como funciona essa ideia de transformar a ficção em realidade ou vice-versa? Eu sinto que é um movimento recente, de ter uma linguagem mais próxima do documentário. Teatro documentário, biodrama. A gente resolveu perguntar o contrário: Se a gente fica tentando colocar tanta realidade em cena, é possível fugir da ficção na vida? Porque agora, por exemplo, eu não estou no teatro, mas eu estou falando textos que eu já falei algumas vezes. Quantas vezes a gente não conta uma história e reconta do mesmo jeito, como se fosse um texto decorado, com as mesmas pausas. Eu faço muito isso com a minha mãe, eu peço pra ela contar uma história. Aí chega alguém e eu peço pra ela contar de novo e ela conta tudo igual, com as mesmas pausas. Que padrões de ficção nós temos também na vida? O seu espetáculo quebra uma barreira, usa diferentes linguagens. Podemos chamar de uma arte performática? Talvez. A gente pensa muito nisso. Estamos em um caminho mais performático. O espetáculo tem um pouco disso, que é uma questão de momento, de não poder ser resgatado depois. Sendo assim, o processo de construção artística de vocês é muito importante. Muito. A gente usa aqui na companhia um processo chamado pentimento – ele é um termo que designa quando você vai restaurar uma pintura e você descobre que por trás da tinta tinha outra tinta, um esboço de desenho, um erro. A nossa ideia é mostrar o pentimento em cena também. - O espetáculo 02 Ficções é trazido pela Cia. Hiato, de São Paulo, que tem como base o uso de formas cênicas que suscitem questionamentos sobre a "diferença" e as formas de percepção da realidade. A peça de estreia da companhia, Cachorro Morto (2008), ganhou os olhares da crítica no Sesc Avenida Paulista, e foi eleita pela Veja São Paulo como uma das dez melhores peças em cartaz na cidade na época.   Coletivo Pão & Circo]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“A ficção transforma a realidade”. A reflexão trazida pelo diretor Leonardo Moreira e o seu 02 Ficções mostra como a vida hoje é pautada pelo que conhecemos como irreal. “Quantas vezes a gente não conta uma história e reconta do mesmo jeito, como se fosse um texto decorado, com as mesmas pausas?”, reflete. Seriam essas histórias reais ou ficção? Baseado nesse pensamento, ele criou o espetáculo que traz pela primeira vez para o Mirada. A peça é a sequência de Ficção, conjunto de 6 monólogos em que os atores misturavam elementos de sua vida à fatos irreais. A ideia central de Moreira é trazer à tona uma nova linguagem que ele acredita ser um movimento recente da cena teatral, onde a ficção dá espaço para o drama. O resultado é um espetáculo dividido em duas plateias distintas: uma em um âmbito pessoal e íntimo; outra, mais estruturada como um espaço de teatro. Nesta sequência, o estudo une os monólogos de ficção às narrativas literárias A Gaivota, de Tchekov, e Reparação, de Ian McEwan, questionando os limites da imaginação e forçando as fronteiras teatrais. Para entender melhor a peça, conversamos com Leonardo. Confira abaixo: Vocês estão sempre pesquisando esse limite entre o real e a ficção: O que já encontraram? O que ainda estão questionando? Nos monólogos (ficção) a plateia estava sempre num lugar instável, entre o modo de presença do ator me falando o nome dele, a vida dele de verdade, o pai dele de verdade. Por exemplo, em um dos monólogos quem fazia era o Thiago [Amaral] com o próprio pai, e os dois não se falavam desde que o Thiago contou que é gay. O pai dele deixou de falar com ele e disse que esse não era o seu projeto de filho. E então seis anos depois, nós chamamos o pai do Thiago. Já que ele não era o projeto de filho, que escrevesse uma peça com o projeto de filho que gostaria de ter. Então era pai e filho em uma peça juntos. A ficção transforma a realidade: os dois voltaram a se falar. Não é só a peça. Porque tem que dormir junto e viajar junto, ir pro Chile e pra Alemanha junto. E como funciona essa ideia de transformar a ficção em realidade ou vice-versa? Eu sinto que é um movimento recente, de ter uma linguagem mais próxima do documentário. Teatro documentário, biodrama. A gente resolveu perguntar o contrário: Se a gente fica tentando colocar tanta realidade em cena, é possível fugir da ficção na vida? Porque agora, por exemplo, eu não estou no teatro, mas eu estou falando textos que eu já falei algumas vezes. Quantas vezes a gente não conta uma história e reconta do mesmo jeito, como se fosse um texto decorado, com as mesmas pausas. Eu faço muito isso com a minha mãe, eu peço pra ela contar uma história. Aí chega alguém e eu peço pra ela contar de novo e ela conta tudo igual, com as mesmas pausas. Que padrões de ficção nós temos também na vida? O seu espetáculo quebra uma barreira, usa diferentes linguagens. Podemos chamar de uma arte performática? Talvez. A gente pensa muito nisso. Estamos em um caminho mais performático. O espetáculo tem um pouco disso, que é uma questão de momento, de não poder ser resgatado depois. Sendo assim, o processo de construção artística de vocês é muito importante. Muito. A gente usa aqui na companhia um processo chamado pentimento – ele é um termo que designa quando você vai restaurar uma pintura e você descobre que por trás da tinta tinha outra tinta, um esboço de desenho, um erro. A nossa ideia é mostrar o pentimento em cena também. - O espetáculo 02 Ficções é trazido pela Cia. Hiato, de São Paulo, que tem como base o uso de formas cênicas que suscitem questionamentos sobre a "diferença" e as formas de percepção da realidade. A peça de estreia da companhia, Cachorro Morto (2008), ganhou os olhares da crítica no Sesc Avenida Paulista, e foi eleita pela Veja São Paulo como uma das dez melhores peças em cartaz na cidade na época.   Coletivo Pão & Circo]]>
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Entrevista: A arte inventada de António Fonseca https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-arte-inventada-de-antonio-fonseca/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/a-arte-inventada-de-antonio-fonseca/#comments Sun, 07 Sep 2014 19:47:36 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1269 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Isto não é uma peça, é um acontecimento”. É assim que António Fonseca, criador e intérprete de Falação d’Os Lusíadas define o espetáculo. O português, que chega ao Mirada em um trabalho solo e extenso – o “acontecimento” se estende durante 3 dias - em que fala a obra icônica de Luís de Camões, gosta de usar palavras diferentes para limiar a sua arte. Em alguns momentos, inventa. Foi assim com “falação”, que à sombra de Camões, ele inventou na falta de melhor explicação sintática. A definição, ao contrário do seu país de origem, foi muito bem aceita no Brasil, assim como a sua apresentação, como ele mesmo diz. Em entrevista, Fonseca falou sobre a criação e concepção do seu trabalho que, garante, possui caráter leve e descontraído. Utilizando um texto que está muito presente no imaginário português, ele chega ao Brasil pela primeira vez no Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, e não poderia ter escolhido melhor a sua casa: o Salão Camoniano do Centro Cultural Português. Para entendermos melhor: o que é uma “falação”? Chama “falação” porque é uma maneira de dizer exatamente o que eu faço. [Nesta peça] eu falo o que está escrito no texto de Camões. Não gosto das palavras recitar, ou declamar. “Falação” é exatamente o que eu faço. Vocês [brasileiros] aqui aceitam muito bem essa palavra – em Portugal, não. Eu não consigo que as pessoas entendam ela por lá. A palavra não existe em português de Portugal, e não me deixaram inventar. Camões inventou muitas, mas eu não pude inventar uma. E qual é o contexto em que a sua arte se insere no Mirada? É uma arte cênica. Um recital de poesia, portanto arte cênica. Não é o teatro puro e duro, mesmo que eu faça alguns personagens, mas de fato não é um espetáculo de teatro, digamos assim. Embora eu tenha todos os ingredientes para isso – luz, produção, etc. Como foi a concepção da ideia da falação e a escolha do texto? Isso foi e vai acontecendo. Conforme o lugar onde estou atuando, ele vai acontecendo de forma diferente. Tenho sempre 3 ou 4 coisas semelhantes – fazer a comunicação, falar o texto... – mas nem sempre é igual. A concepção de fato aconteceu há seis anos, e depois de quatro anos de trabalho é que apresentei pela primeira vez. A escolha aconteceu porque eu acho Os Lusíadas uma obra genial da língua portuguesa, em Portugal é um obra com a qual as pessoas tem uma memória, direta ou indireta, porque fala sobre um momento histórico do país que todos sabem e conhecem. E na minha opinião a obra nunca foi explorada desta forma, de usar o texto para mexer com a cabeça e a memória das pessoas. Pensar em três horas de espetáculo pode parecer denso e pesado. Como é a recepção do público? Ele não é denso. Eu faço quase uma stand up comedy. Faço piadas, explico, esse é o meu estilo como ator. Aqui no Brasil a reação das pessoas tem sido fantástica, o que me surpreende porque imagino que o meu sotaque seja muito diferente, e o texto é difícil, possui uma construção frásica muito elaborada, mas as pessoas aderem muito à sua musicalidade. É difícil de ler, mas fácil de entender. É como uma sinfonia: é muito difícil de ler a partitura, mas não é difícil de entender. E o que você achou da escolha da casa onde o Falação foi acolhido? Achei genial. Fantástico! O lugar onde acontece a falação se chama Salão Camoniano, e os tetos estão cheios de pinturas que reproduzem versos d’Os Lusíadas. Eu acho que o espírito vai descer nesse lugar. Isso é de grande valia, já que eu normalmente me apresento em um teatro normal. Mas fazer aqui, com esta envolvência visual e histórica... Não há outro lugar tão impressionante. É um lugar fantástico para mandarmos as palavras de Camões para o teto. Texto & Imagem: Coletivo Pão & Circo ]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Isto não é uma peça, é um acontecimento”. É assim que António Fonseca, criador e intérprete de Falação d’Os Lusíadas define o espetáculo. O português, que chega ao Mirada em um trabalho solo e extenso – o “acontecimento” se estende durante 3 dias - em que fala a obra icônica de Luís de Camões, gosta de usar palavras diferentes para limiar a sua arte. Em alguns momentos, inventa. Foi assim com “falação”, que à sombra de Camões, ele inventou na falta de melhor explicação sintática. A definição, ao contrário do seu país de origem, foi muito bem aceita no Brasil, assim como a sua apresentação, como ele mesmo diz. Em entrevista, Fonseca falou sobre a criação e concepção do seu trabalho que, garante, possui caráter leve e descontraído. Utilizando um texto que está muito presente no imaginário português, ele chega ao Brasil pela primeira vez no Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, e não poderia ter escolhido melhor a sua casa: o Salão Camoniano do Centro Cultural Português. Para entendermos melhor: o que é uma “falação”? Chama “falação” porque é uma maneira de dizer exatamente o que eu faço. [Nesta peça] eu falo o que está escrito no texto de Camões. Não gosto das palavras recitar, ou declamar. “Falação” é exatamente o que eu faço. Vocês [brasileiros] aqui aceitam muito bem essa palavra – em Portugal, não. Eu não consigo que as pessoas entendam ela por lá. A palavra não existe em português de Portugal, e não me deixaram inventar. Camões inventou muitas, mas eu não pude inventar uma. E qual é o contexto em que a sua arte se insere no Mirada? É uma arte cênica. Um recital de poesia, portanto arte cênica. Não é o teatro puro e duro, mesmo que eu faça alguns personagens, mas de fato não é um espetáculo de teatro, digamos assim. Embora eu tenha todos os ingredientes para isso – luz, produção, etc. Como foi a concepção da ideia da falação e a escolha do texto? Isso foi e vai acontecendo. Conforme o lugar onde estou atuando, ele vai acontecendo de forma diferente. Tenho sempre 3 ou 4 coisas semelhantes – fazer a comunicação, falar o texto... – mas nem sempre é igual. A concepção de fato aconteceu há seis anos, e depois de quatro anos de trabalho é que apresentei pela primeira vez. A escolha aconteceu porque eu acho Os Lusíadas uma obra genial da língua portuguesa, em Portugal é um obra com a qual as pessoas tem uma memória, direta ou indireta, porque fala sobre um momento histórico do país que todos sabem e conhecem. E na minha opinião a obra nunca foi explorada desta forma, de usar o texto para mexer com a cabeça e a memória das pessoas. Pensar em três horas de espetáculo pode parecer denso e pesado. Como é a recepção do público? Ele não é denso. Eu faço quase uma stand up comedy. Faço piadas, explico, esse é o meu estilo como ator. Aqui no Brasil a reação das pessoas tem sido fantástica, o que me surpreende porque imagino que o meu sotaque seja muito diferente, e o texto é difícil, possui uma construção frásica muito elaborada, mas as pessoas aderem muito à sua musicalidade. É difícil de ler, mas fácil de entender. É como uma sinfonia: é muito difícil de ler a partitura, mas não é difícil de entender. E o que você achou da escolha da casa onde o Falação foi acolhido? Achei genial. Fantástico! O lugar onde acontece a falação se chama Salão Camoniano, e os tetos estão cheios de pinturas que reproduzem versos d’Os Lusíadas. Eu acho que o espírito vai descer nesse lugar. Isso é de grande valia, já que eu normalmente me apresento em um teatro normal. Mas fazer aqui, com esta envolvência visual e histórica... Não há outro lugar tão impressionante. É um lugar fantástico para mandarmos as palavras de Camões para o teto. Texto & Imagem: Coletivo Pão & Circo ]]>
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