Mirada » » cibele forjaz https://mirada2014.sescsp.org.br/pt Festival Ibero-Americano de artes Cênicas de Santos Mon, 02 Feb 2015 13:08:25 +0000 pt-BR hourly 1 Mirada 2014 em vídeos, textos, fotos e sensações https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/mirada-2014-em-videos-textos-fotos-e-sensacoes/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/mirada-2014-em-videos-textos-fotos-e-sensacoes/#comments Sun, 14 Sep 2014 11:36:18 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1886 Matéria-Prima

De 4 a 13 de setembro, a baixada santista foi palco do encontro de artistas e público com apresentações cênicas, shows, performances e atividades formativas durante a terceira edição do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. Foram mais de 70 mil pessoas assistindo aos 40 espetáculos do festival, que propiciou o encontro de trupes de 15 países.

Durante 10 dias, a extensa programação cultural ganhou destaque no Ponto Digital Mirada. Aqui, o que você não pode perder desta cobertura: - Com sete espetáculos na programação, o grande homenageado desta edição foi o Chile. Saiba por que aqui.

- Maria Pagés trouxe da Espanha a sua dança flamenca em Utopia, um espetáculo sensorial aplaudido de pé. Maria Pagés em cena - Personagens do Mirada falam sobre seus ofícios e percepções do festival em entrevistas exclusivas. Entre os nomes da cena, estão a diretora Cibele Forjaz, responsável pelos Desafios Cênicos do Mirada, o ator português António Fonseca, a preparadora vocal Letícia Coura e o diretor Leonardo Moreira.

- O público também é protagonista do Mirada e opinou sobre o que viu nos espetáculos. Foi o caso dos clássicos reinventados, do burburinho por trás de A Imaginação do Futuroda peça infantil São Jorge Menino e, ainda, refletindo: Qual é a sua peça dos sonhos? Veja a seguir algumas das respostas:

- Do centro histórico à beira do mar, Santos se transformou. Seja com o Projeto Bispo ressignificando e ocupando as ruas centrais, com a Casa Rosada e o Emissário utilizados a todo vapor, com a criação da Cidade dos Containers ou com as visitas ao Centro Cultural Português. Emissário Submarino e outro ponto de vista da cidade

- Nem só de fruição viveu o público. As atividades formativas foram parte essencial da programação. Entre Encontrões, Pontos de Conexão e muita troca nas oficinas práticas - como as performances-relâmpago dos Desafios Cênicos, o corpo expressivo proposto pelo CPT, os Ensaios de Coro e a Imersão Olho-Urubu do SescTV, entre outras. Conheça o pensamento que embasou as formativas em vídeo:

- Por trás das coxias: Preparamos uma série de vídeos com a gente de teatro que dá vazão ao imaginário comum.

- A mirada por trás do mirada: as oficinas e a E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos, que ganha a área de convivência do Sesc Santos até novembro.

- O processo de criação se transformou na grande história do Ponto Digital. Das peças que retratam fatos políticos à presença feminina no Festival, fomos atrás das histórias por trás das histórias.

- Nem só de teatro vivem as artes cênicas. A dança também ganha espaço enquanto a trilha sonora dá o tom.

- Os elementos do festival se espalharam pela cidade e deram o que falar entre os moradores da baixada. Os elementos esal

- E uma última miradela com espetáculos para ver quando quiser: Ilha do Tesouro, 13 Sonhos, Projeto Bispo, UtopiaOdisseia e Matéria-Prima mostram o por quê do sucesso entre os espectadores.]]>
Matéria-Prima

De 4 a 13 de setembro, a baixada santista foi palco do encontro de artistas e público com apresentações cênicas, shows, performances e atividades formativas durante a terceira edição do Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos. Foram mais de 70 mil pessoas assistindo aos 40 espetáculos do festival, que propiciou o encontro de trupes de 15 países.

Durante 10 dias, a extensa programação cultural ganhou destaque no Ponto Digital Mirada. Aqui, o que você não pode perder desta cobertura: - Com sete espetáculos na programação, o grande homenageado desta edição foi o Chile. Saiba por que aqui.

- Maria Pagés trouxe da Espanha a sua dança flamenca em Utopia, um espetáculo sensorial aplaudido de pé. Maria Pagés em cena - Personagens do Mirada falam sobre seus ofícios e percepções do festival em entrevistas exclusivas. Entre os nomes da cena, estão a diretora Cibele Forjaz, responsável pelos Desafios Cênicos do Mirada, o ator português António Fonseca, a preparadora vocal Letícia Coura e o diretor Leonardo Moreira.

- O público também é protagonista do Mirada e opinou sobre o que viu nos espetáculos. Foi o caso dos clássicos reinventados, do burburinho por trás de A Imaginação do Futuroda peça infantil São Jorge Menino e, ainda, refletindo: Qual é a sua peça dos sonhos? Veja a seguir algumas das respostas:

- Do centro histórico à beira do mar, Santos se transformou. Seja com o Projeto Bispo ressignificando e ocupando as ruas centrais, com a Casa Rosada e o Emissário utilizados a todo vapor, com a criação da Cidade dos Containers ou com as visitas ao Centro Cultural Português. Emissário Submarino e outro ponto de vista da cidade

- Nem só de fruição viveu o público. As atividades formativas foram parte essencial da programação. Entre Encontrões, Pontos de Conexão e muita troca nas oficinas práticas - como as performances-relâmpago dos Desafios Cênicos, o corpo expressivo proposto pelo CPT, os Ensaios de Coro e a Imersão Olho-Urubu do SescTV, entre outras. Conheça o pensamento que embasou as formativas em vídeo:

- Por trás das coxias: Preparamos uma série de vídeos com a gente de teatro que dá vazão ao imaginário comum.

- A mirada por trás do mirada: as oficinas e a E.CO: Exposição de Coletivos Fotográficos Ibero-Americanos, que ganha a área de convivência do Sesc Santos até novembro.

- O processo de criação se transformou na grande história do Ponto Digital. Das peças que retratam fatos políticos à presença feminina no Festival, fomos atrás das histórias por trás das histórias.

- Nem só de teatro vivem as artes cênicas. A dança também ganha espaço enquanto a trilha sonora dá o tom.

- Os elementos do festival se espalharam pela cidade e deram o que falar entre os moradores da baixada. Os elementos esal

- E uma última miradela com espetáculos para ver quando quiser: Ilha do Tesouro, 13 Sonhos, Projeto Bispo, UtopiaOdisseia e Matéria-Prima mostram o por quê do sucesso entre os espectadores.]]>
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Os Desafios Cênicos e as performances-relâmpago espalhadas pela cidade https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/desafios-cenicos-e-performances-relampago/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/desafios-cenicos-e-performances-relampago/#comments Sat, 13 Sep 2014 23:28:37 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1719 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Os espetáculos não são só para serem vistos, eles tem uma ação direta sobre a vida e a categoria artística da cidade”, explica Diego Moschkovitch, um dos responsáveis pelo Desafios Cênicos. A apresentação da manhã deste sábado (13) no Emissário Submarino, reuniu os atores do grupo da baixada santista O Coletivo ao lado de estudantes de artes cênicas para apresentações-relâmpago na cidade. - Desafio: O que é comer pedra? O primeiro grupo se apropriou das pedreiras que separam a terra do mar. Diego se encarregou de guiar os oficineiros e conta um pouco como foi esse processo: Nós recebemos o desafio do João Garcia Miguel, que é o diretor do espetáculo Yerma. O João trouxe muitas imagens e muitas referências pessoais dele, de coisas que movem ele no processo criativo. Ele mostrou pra gente um vídeo de uma performance que ele fez um tempo atrás em Portugal. Era uma câmera ligada e ele comendo pedras. E tem toda a questão: o que é comer pedra? O que é comer pedra para cada um? Nós conversamos bastante com os oficineiros e chegamos à conclusão de que cada um deveria trazer para a cena o que é esse ato para si. Nós tínhamos essa referência, e de repente nós chegamos no Emissário e tem essa pedreira. A ideia era trabalhar com a urgência, em um desafio que pudesse ser feito brevemente, já que tivemos pouco tempo para ensaiarmos. - Desafio: O que você esconde? O diretor colombiano Fabio Rubiano, da companhia Petra Teatro, desafiou o segundo grupo, da companhia santista O Coletivo. A atriz Renata Carvalho conta como foi participar da performance. A Cibele Forjaz viu o nosso espetáculo, Projeto Bispo, e ficou muito animada e quis que nós participássemos do Desafio Cênico. O Bispo tem essa coisa de descobrir o espaço público e a Cibele tem muito disso também, e o convite apareceu no Encontrão. Por isso, ela viu esse casamento direto entre as duas ideias. O resultado foi maravilhoso, desafiador. No final, o teatro sempre acontece e sempre dá certo. Tivemos quatro perguntas que nortearam a peça. E depois, isso foi se encaixando em outras perguntas, como: Do que você tem medo? O que você esconde? O que você mente? O pacto com o diabo deveria ser o final e o final tinha que ser espetacular. Nós resolvemos falar da transfobia e lesbofobia. No final, era só pra eu me enrolar no plástico e cair, mas aconteceu esse crime bárbaro com esse jovem [na semana de 10 de setembro, um jovem de 18 anos foi encontrado morto na região metropolitana de Goiânia. A principal suspeita é que o crime tenha sido motivado por homofobia] e a lei PL22* caiu de novo, então eu resolvi usar isso em cena. As pessoas morrem por serem só o que são. Isso é muito duro. A gente não pode apenas falar que a vida é linda. A arte imita a vida e a vida imita a arte. Então nós temos que colocar isso, porque eu acredito que o ator tem um papel fundamental de combate, de cunho político. E o meu é o movimento LGBT, então eu vou continuar nessa batalha. Desafio concluído Muito mais do que uma performance-relâmpago, o projeto proporcionou trocas de experiências e despertou a criatividade. O diretor Kadu Verissímo, de Projeto Bispo, conta sobre o resultado do Desafios Cênicos. O bacana do festival é a troca mesmo, é conhecer o outro, ver o trabalho do outro, ver como o outro pensa teatro e está todo mundo sempre no mesmo barco, mas cada um com a sua ideia e cada um com os seus planos. No fundo, estamos todos dialogando juntos. A troca é sempre o mais importante. Já a estudante de teatro Noemi Figueiredo participou da oficina e já está de olho no próximo Mirada. O Mirada tem um peso muito grade na vida de qualquer artista. Então se você tem no currículo que participou de um projeto do Mirada ou participou do Antunes, isso acaba deixando a bagagem forte e o peso nas costas maior ainda. Porque quem conhece o Mirada sabe que as pessoas são muito boas. É bem gratificante estar no Mirada e espero em 2016  eu esteja no festival de novo. *Projeto de lei que tem por objetivo criminalizar a homofobia no país. Coletivo Pão & Circo  ]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Os espetáculos não são só para serem vistos, eles tem uma ação direta sobre a vida e a categoria artística da cidade”, explica Diego Moschkovitch, um dos responsáveis pelo Desafios Cênicos. A apresentação da manhã deste sábado (13) no Emissário Submarino, reuniu os atores do grupo da baixada santista O Coletivo ao lado de estudantes de artes cênicas para apresentações-relâmpago na cidade. - Desafio: O que é comer pedra? O primeiro grupo se apropriou das pedreiras que separam a terra do mar. Diego se encarregou de guiar os oficineiros e conta um pouco como foi esse processo: Nós recebemos o desafio do João Garcia Miguel, que é o diretor do espetáculo Yerma. O João trouxe muitas imagens e muitas referências pessoais dele, de coisas que movem ele no processo criativo. Ele mostrou pra gente um vídeo de uma performance que ele fez um tempo atrás em Portugal. Era uma câmera ligada e ele comendo pedras. E tem toda a questão: o que é comer pedra? O que é comer pedra para cada um? Nós conversamos bastante com os oficineiros e chegamos à conclusão de que cada um deveria trazer para a cena o que é esse ato para si. Nós tínhamos essa referência, e de repente nós chegamos no Emissário e tem essa pedreira. A ideia era trabalhar com a urgência, em um desafio que pudesse ser feito brevemente, já que tivemos pouco tempo para ensaiarmos. - Desafio: O que você esconde? O diretor colombiano Fabio Rubiano, da companhia Petra Teatro, desafiou o segundo grupo, da companhia santista O Coletivo. A atriz Renata Carvalho conta como foi participar da performance. A Cibele Forjaz viu o nosso espetáculo, Projeto Bispo, e ficou muito animada e quis que nós participássemos do Desafio Cênico. O Bispo tem essa coisa de descobrir o espaço público e a Cibele tem muito disso também, e o convite apareceu no Encontrão. Por isso, ela viu esse casamento direto entre as duas ideias. O resultado foi maravilhoso, desafiador. No final, o teatro sempre acontece e sempre dá certo. Tivemos quatro perguntas que nortearam a peça. E depois, isso foi se encaixando em outras perguntas, como: Do que você tem medo? O que você esconde? O que você mente? O pacto com o diabo deveria ser o final e o final tinha que ser espetacular. Nós resolvemos falar da transfobia e lesbofobia. No final, era só pra eu me enrolar no plástico e cair, mas aconteceu esse crime bárbaro com esse jovem [na semana de 10 de setembro, um jovem de 18 anos foi encontrado morto na região metropolitana de Goiânia. A principal suspeita é que o crime tenha sido motivado por homofobia] e a lei PL22* caiu de novo, então eu resolvi usar isso em cena. As pessoas morrem por serem só o que são. Isso é muito duro. A gente não pode apenas falar que a vida é linda. A arte imita a vida e a vida imita a arte. Então nós temos que colocar isso, porque eu acredito que o ator tem um papel fundamental de combate, de cunho político. E o meu é o movimento LGBT, então eu vou continuar nessa batalha. Desafio concluído Muito mais do que uma performance-relâmpago, o projeto proporcionou trocas de experiências e despertou a criatividade. O diretor Kadu Verissímo, de Projeto Bispo, conta sobre o resultado do Desafios Cênicos. O bacana do festival é a troca mesmo, é conhecer o outro, ver o trabalho do outro, ver como o outro pensa teatro e está todo mundo sempre no mesmo barco, mas cada um com a sua ideia e cada um com os seus planos. No fundo, estamos todos dialogando juntos. A troca é sempre o mais importante. Já a estudante de teatro Noemi Figueiredo participou da oficina e já está de olho no próximo Mirada. O Mirada tem um peso muito grade na vida de qualquer artista. Então se você tem no currículo que participou de um projeto do Mirada ou participou do Antunes, isso acaba deixando a bagagem forte e o peso nas costas maior ainda. Porque quem conhece o Mirada sabe que as pessoas são muito boas. É bem gratificante estar no Mirada e espero em 2016  eu esteja no festival de novo. *Projeto de lei que tem por objetivo criminalizar a homofobia no país. Coletivo Pão & Circo  ]]>
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Entrevista: 3 perguntas para Cibele Forjaz https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/3-perguntas-para-cibele-forjaz/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/3-perguntas-para-cibele-forjaz/#comments Thu, 11 Sep 2014 22:55:10 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1574 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Nós somos um pouco alcoviteiras”, define Cibele Forjaz, diretora da equipe que coordena as atividades formativas do Mirada. “Somos responsáveis por fazer uma relação com o que é intimo – que são os processos de criação de cada grupo teatral – com o público”. Cibele é responsável pelos Desafios Cênicos, que tem como ideia básica “afetar e provocar”, como ela mesma diz. Através de uma inscrição prévia, cerca de 40 alunos participam dessa provocação, que analisa “influências comuns e tendências na cena teatral de outros países”. Para entender melhor esses Desafios, fizemos três perguntas para a diretora, que você lê a seguir. Qual é a ideia central dos Desafios Cênicos? É uma espécie de oficina transversal, que passa pelas várias atividades do Mirada. O grupo vê um espetáculo, escuta no Encontrão qual foi o processo de criação dessa mesma companhia, então no terceiro dia faz um desafio cênico pra eles. No quarto dia a gente ensaia e cria uma performance relâmpago – um depoimento, uma cena – pra apresentar em um espaço público de Santos. Você já esteve no Mirada trazendo algumas peças, e agora volta como essa atividade de formação. Como é essa experiência? Eu estive aqui nas três edições. Cada uma tem uma característica bem específica, tanto pelas pessoas presentes quanto o tema da curadoria e aprofundamento que acontece. Na primeira eu vim com espetáculo, então fiquei muito mais tempo no galpão do Porto, onde nos apresentamos, e vi muito menos apresentações porque estava preocupada com a montagem, com ensaiar. No último Mirada fiz a luz do Pais e Filhos, mas participei mais de debates, vi espetáculos. Dessa vez estou vendo tudo – ou quase tudo. E qual é a importância de estar aqui dentro, tanto pra você quanto para o público, atores e diretores? Eu acho que tem por um lado o know how adquirido. A cada edição toda a equipe incorpora o aprendizado e experiência. Esse ano tem um foco claro na curadoria. Tem vários espetáculos que tem tanto teatro documental quanto mistura de linguagens. É bom lembrar também que esse ano houve um aumento das atividades paralelas. Tanto nas formativas quanto nos Pontos de Conexão (aqui e aqui) e Oficinas de Coro.]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Nós somos um pouco alcoviteiras”, define Cibele Forjaz, diretora da equipe que coordena as atividades formativas do Mirada. “Somos responsáveis por fazer uma relação com o que é intimo – que são os processos de criação de cada grupo teatral – com o público”. Cibele é responsável pelos Desafios Cênicos, que tem como ideia básica “afetar e provocar”, como ela mesma diz. Através de uma inscrição prévia, cerca de 40 alunos participam dessa provocação, que analisa “influências comuns e tendências na cena teatral de outros países”. Para entender melhor esses Desafios, fizemos três perguntas para a diretora, que você lê a seguir. Qual é a ideia central dos Desafios Cênicos? É uma espécie de oficina transversal, que passa pelas várias atividades do Mirada. O grupo vê um espetáculo, escuta no Encontrão qual foi o processo de criação dessa mesma companhia, então no terceiro dia faz um desafio cênico pra eles. No quarto dia a gente ensaia e cria uma performance relâmpago – um depoimento, uma cena – pra apresentar em um espaço público de Santos. Você já esteve no Mirada trazendo algumas peças, e agora volta como essa atividade de formação. Como é essa experiência? Eu estive aqui nas três edições. Cada uma tem uma característica bem específica, tanto pelas pessoas presentes quanto o tema da curadoria e aprofundamento que acontece. Na primeira eu vim com espetáculo, então fiquei muito mais tempo no galpão do Porto, onde nos apresentamos, e vi muito menos apresentações porque estava preocupada com a montagem, com ensaiar. No último Mirada fiz a luz do Pais e Filhos, mas participei mais de debates, vi espetáculos. Dessa vez estou vendo tudo – ou quase tudo. E qual é a importância de estar aqui dentro, tanto pra você quanto para o público, atores e diretores? Eu acho que tem por um lado o know how adquirido. A cada edição toda a equipe incorpora o aprendizado e experiência. Esse ano tem um foco claro na curadoria. Tem vários espetáculos que tem tanto teatro documental quanto mistura de linguagens. É bom lembrar também que esse ano houve um aumento das atividades paralelas. Tanto nas formativas quanto nos Pontos de Conexão (aqui e aqui) e Oficinas de Coro.]]>
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Encontrão propõe diálogo entre protagonistas do Festival https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/encontrao-propoe-dialogo-entre-atores-e-diretores-do-festival/ https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/encontrao-propoe-dialogo-entre-atores-e-diretores-do-festival/#comments Thu, 11 Sep 2014 02:22:08 +0000 https://mirada2014.sescsp.org.br/pt/?p=1489 Foto: Coletivo Pão & Circo

“Para que servem os Festivais?” Foi deste questionamento da diretora da equipe de coordenação das atividades formativas do Mirada, Cibele Forjaz, que nasceram os Encontrões. “Eu penso que o festival serve tanto para os grupos se apresentarem ao público, quanto para possibilitar a troca entre companhias”. Assim foi construído o projeto, que reúne todos os protagonistas do festival para pensar ao lado de outros atores da cena em um grande intercâmbio de percepções, ideias e histórias. “Esse momento é essencial para que os grupos possam ter esse espaço de parar e sentar, se olhar e compartilhar os procedimentos de trabalho. Revelar um pouco o que está além da cena. A partir daí, novos diálogos podem acontecer”, diz Nathália Bonilha, 25 anos, atriz. Essa é exatamente a ideia central da proposta, que aconteceu na Toca, espaço de convivência do Sesc Santos. “Este encontro serve para que possamos contar uns pros outros um pouco do processo de montagem das obras que estão aqui”, comenta Cibele. “Há muita riqueza na oportunidade de fazer uma troca entre países e culturas tão diferentes e tão distantes. O Encontrão talvez seja uma das coisas mais importantes do Mirada”, completou Jorge Louraço, dramaturgo português que também participou de um dos Pontos de Conexão do festival. “Normalmente dentro de um festival de teatro não existe muita troca. Esses encontros do Mirada repensam uma lógica de produção. O debate entre pessoas da América Latina faz com que a gente olhe mais para o lado, e pare de olhar apenas para a Europa”, diz Renan Tenca, ator e um dos diretores dos Desafios Cênicos. Neste Encontrão, sentados em roda, cada grupo contextualizou seu espetáculo e explicou sua produção. “Nosso trabalho nasceu como uma pesquisa em cima do Bispo do Rosário. Como era na rua, começamos a ensaiar na rua. Ali começamos a ver muito mais bispos no centro do santos. O centro traz coisas muito fortes. Toda hora a gente sai e vê pessoas em surtos, pegando ônibus”, contou Kadu Veríssimo, de Projeto Bispo. Fernando Yamamoto, um dos fundadores do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, também falou sobre Nuestra Senhora de las Nuvens. “No trabalho a partir do texto original argentino, ficamos muito instigados pelas semelhanças e distâncias com a América Latina. E resolvemos entrar num processo de pesquisa, mas não tínhamos ideia do que íamos montar. Normalmente não somos um grupo que acha um texto e monta. Normalmente temos uma dramaturgia própria”, contou. “Completamos 20 anos em novembro, e pra falar um pouco deste trabalho, é legal falar disso. No começo era super amador, e consideramos a primeira década do grupo uma década de formação, pois o grupo foi a grande escola de todos nós. E na segunda década nos estruturamos. E este é um trabalho que comemora os 20 anos do grupo, que em 10 anos não contou com patrocínio”. De todas as trocas e misturas, “foi possível entender essa curadoria dos grupos que estão participando. A gente viu em companhias bem diferentes da nossa muita sincronicidade, isso foi interessante. E também despertou o interesse em ver outros parceiros que a gente nem sabia que estavam aqui, outras tribos”, conta Thiago Amoral, ator da companhia Hiato, que apresenta 02 Ficções. Alexandre Mate, professor do Instituto de Artes da Unesp, concluiu: “Ao final, percebemos que as nossas dificuldades são muito parecidas, que os nossos sonhos acalentados não são distantes, de que há uma necessidade das pessoas se aproximarem para construírem por si mesmas a condição de sujeito e histórias cujo o desenvolvimento tenha outra natureza que não mais manipulatória. Foram encontros absolutamente reveladores em que diferentes faces de um mesmo sujeito se mostraram, ou que uma face idêntica em vários sujeitos se manifestaram". Coletivo Pão & Circo ]]>
Foto: Coletivo Pão & Circo

“Para que servem os Festivais?” Foi deste questionamento da diretora da equipe de coordenação das atividades formativas do Mirada, Cibele Forjaz, que nasceram os Encontrões. “Eu penso que o festival serve tanto para os grupos se apresentarem ao público, quanto para possibilitar a troca entre companhias”. Assim foi construído o projeto, que reúne todos os protagonistas do festival para pensar ao lado de outros atores da cena em um grande intercâmbio de percepções, ideias e histórias. “Esse momento é essencial para que os grupos possam ter esse espaço de parar e sentar, se olhar e compartilhar os procedimentos de trabalho. Revelar um pouco o que está além da cena. A partir daí, novos diálogos podem acontecer”, diz Nathália Bonilha, 25 anos, atriz. Essa é exatamente a ideia central da proposta, que aconteceu na Toca, espaço de convivência do Sesc Santos. “Este encontro serve para que possamos contar uns pros outros um pouco do processo de montagem das obras que estão aqui”, comenta Cibele. “Há muita riqueza na oportunidade de fazer uma troca entre países e culturas tão diferentes e tão distantes. O Encontrão talvez seja uma das coisas mais importantes do Mirada”, completou Jorge Louraço, dramaturgo português que também participou de um dos Pontos de Conexão do festival. “Normalmente dentro de um festival de teatro não existe muita troca. Esses encontros do Mirada repensam uma lógica de produção. O debate entre pessoas da América Latina faz com que a gente olhe mais para o lado, e pare de olhar apenas para a Europa”, diz Renan Tenca, ator e um dos diretores dos Desafios Cênicos. Neste Encontrão, sentados em roda, cada grupo contextualizou seu espetáculo e explicou sua produção. “Nosso trabalho nasceu como uma pesquisa em cima do Bispo do Rosário. Como era na rua, começamos a ensaiar na rua. Ali começamos a ver muito mais bispos no centro do santos. O centro traz coisas muito fortes. Toda hora a gente sai e vê pessoas em surtos, pegando ônibus”, contou Kadu Veríssimo, de Projeto Bispo. Fernando Yamamoto, um dos fundadores do Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare, do Rio Grande do Norte, também falou sobre Nuestra Senhora de las Nuvens. “No trabalho a partir do texto original argentino, ficamos muito instigados pelas semelhanças e distâncias com a América Latina. E resolvemos entrar num processo de pesquisa, mas não tínhamos ideia do que íamos montar. Normalmente não somos um grupo que acha um texto e monta. Normalmente temos uma dramaturgia própria”, contou. “Completamos 20 anos em novembro, e pra falar um pouco deste trabalho, é legal falar disso. No começo era super amador, e consideramos a primeira década do grupo uma década de formação, pois o grupo foi a grande escola de todos nós. E na segunda década nos estruturamos. E este é um trabalho que comemora os 20 anos do grupo, que em 10 anos não contou com patrocínio”. De todas as trocas e misturas, “foi possível entender essa curadoria dos grupos que estão participando. A gente viu em companhias bem diferentes da nossa muita sincronicidade, isso foi interessante. E também despertou o interesse em ver outros parceiros que a gente nem sabia que estavam aqui, outras tribos”, conta Thiago Amoral, ator da companhia Hiato, que apresenta 02 Ficções. Alexandre Mate, professor do Instituto de Artes da Unesp, concluiu: “Ao final, percebemos que as nossas dificuldades são muito parecidas, que os nossos sonhos acalentados não são distantes, de que há uma necessidade das pessoas se aproximarem para construírem por si mesmas a condição de sujeito e histórias cujo o desenvolvimento tenha outra natureza que não mais manipulatória. Foram encontros absolutamente reveladores em que diferentes faces de um mesmo sujeito se mostraram, ou que uma face idêntica em vários sujeitos se manifestaram". Coletivo Pão & Circo ]]>
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