“Mais do que ter a trilha do Jean-Jacques Lemêtre, ter o próprio Jean-Jacques na nossa montagem foi um privilégio inominável”. É assim que a brasileira Ana Rosa Tezza, diretora de Tchekhovfala sobre o seu trabalho ao lado do compositor francês. Em um bate-papo com o Ponto Digital Mirada, ela conta sobre a sua admiração e satisfação pela parceria com Lemêtre.

Quem é Jean-Jacques Lemêtre
Ele é um grandes mestres não só da música, mas um homem que convive com os maiores ícones do teatro mundial. Ele é quem faz a trilha da Ariane Mnouchkine, fundadora do Théâtre du Soleil em Paris, e uma grande referência do nosso trabalho.

A relação do Ave Lola com o Théâtre du Soleil
Na Ave Lola somos muito exigentes, a gente tem hora pra começar os ensaios, mas não pra terminar. Eu sou pupila do Andrés Perez, um chileno que viveu por anos, no tempo da ditadura, no Théâtre du Soleil, e aprendi com ele a ter essa paixão pelo teatro. Pensando nisso, eu trouxe cinco artistas do Théâtre pra fazer a formação dos meus atores.

O legado
Aprendemos muito sobre música para teatro. Mas além disso, a gente aprendeu sobre a seriedade de um homem com esta idade [62 anos] e que tem um percurso tão profundo. A alta exigência dele para com o seu trabalho é fundamental na construção de um resultado digno e respeitável. Essa convivência, com este senhor que não relaxa um minuto (apesar de todo nome que ele já construiu), faz com que a gente se coloque num lugar de respeito e admiração pelo nosso próprio trabalho. Isso porque o aproveitamento do tempo é de 100%. Isso é um ensinamento. E o mais impressionante é a sua generosidade. Ele não restringe o conhecimento de modo algum. Muito pelo contrário: divide e compartilha o tempo inteiro.

A sua mirada
É nossa primeira vez no Mirada. Estamos muito honrados e felizes, e mais felizes ainda porque esta edição homenageia o Chile. Eu morei no Chile, o começo da minha carreira foi lá. Então eu não posso acreditar… Eu não acredito em coincidência. Tudo se une. Eu amei o acolhimento que os artistas chilenos me oportunizaram, um aprendizado enorme, na figura do Andrés, que me disse “venha vindo”, e sempre me abriu as portas. Eu acho que os chilenos são amistosos, acolhedores e muito curiosos.

 

Coletivo Pão & Circo

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