Concreto, mar, inovação. Três palavras-chave ditam a identidade visual do Mirada 2014. No porto, na praia ou pelas ruas, totens do Festival criam curiosidade no público com a sua característica de desconstrução. A ideia parece simples, mas foi executada pela união de duas equipes que trabalharam para que o evento pudesse registrar de maneira fiel o espírito da cidade de Santos.
O designer Mateus Acioli, sócio do estúdio Drum, responsável pelo visual gráfico, explica um pouco das suas escolhas: “Santos tem muito concreto, mas ao mesmo tempo é uma cidade antiga, tem prédios desgastados e de cores opacas, pastel”. É daí que nasceu a ideia do uso de suas cores: o rosa e o amarelo são o pôr do sol difuso, ofuscado pelo cinza típico das metrópoles. Já as linhas e formas lembram o mapa da cidade e de seus canais, e representam o encontro das nacionalidades, uma das grandes características do Mirada.
Nas ruas, as intervenções e totens ficaram a cargo do cenógrafo Márcio Medina, também responsável por este trabalho nas edições anteriores. A diferença para o ano de 2014 ficou por conta da palavra de ordem: desconstrução. “Explodimos o cubo”, afirma, lembrando do formato das intervenções passadas. A alusão explica o novo formato. “Os totens deste ano são os vértices dos cubos dos anos anteriores. Como a edição desse ano é muito jovem, vanguardista, acreditamos na inovação”, diz.
O velho dá lugar ao novo sem perder a essência – as vértices do antigo cubo acabam se transformando em setas que apontam para algum lugar. Que podem ser o passado ou o futuro – a escolha fica por conta do espectador. Para onde você vai mirar?
Coletivo Pão & Circo