A Reunião é uma das representantes do Chile, país homenageado no Mirada 2014. A peça apresenta a história de Cristóvão Colombo, descobridor da América, aprisionado pelos reis católicos após entenderem que ele abusou de seu poder nas Índias. Com esta história central, o espetáculo passa por uma reflexão sobre temas como a relação com os povos indígenas, o poder da Igreja e da oligarquia, e a luta de classes.

Apresentada pelo grupo Teatro en El Blanco, formado em 2006, ela chega ao Mirada com uma nova direção da companhia: Trinidad González – que também atua em cena. Essa é a terceira visita do Teatro ao Brasil.

Durante o ensaio deste sábado (6), o Coletivo Pão e Circo bateu um papo rápido com a diretora, antes que entrasse nas coxias para o seu momento de concentração. Confira:

PGM: A Reunião é uma peça política? O que se percebe, assistindo ao espetáculo, é a preocupação do grupo para mostrar sempre uma visão bilateral.

Quando se reflete sobre um tema, me parece que é sempre melhor mostrar os dois lados. Mostrar só um lado é limitar. A nós não interessa ser um teatro panfletário. Muito pelo contrário. Nos interessamos em lançar perguntas.

PGM: Como o Grupo foi formado?
O nosso grupo foi criado em 2006, e havia outro diretor e dramaturgo. Quem dirigia a companhia era Guillermo Calderón, que agora trabalha na Alemanha, Nova York e América Latina. Com ele fizemos Neve e Diciembre, nosso primeiro trabalho. Ele saiu do grupo para tomar novos caminhos e eu assumi a dramaturgia e direção.

PGM: Toda arte é política?
Eu creio que todo ato é político – entendendo que ela [a política] é um elemento essencial para a vida humana. Jamais como uma coisa panfletária ou partidista. Nesse sentido, jamais. E sim como um espaço de reflexão. Eu penso no mundo como um espaço político.

Coletivo Pão & Circo

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