SESC Mirada » 12 anos https://mirada2012.sescsp.org.br 5 - 15 de setembro de 2012 Mon, 17 Sep 2012 11:54:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=3.4.1 Lamartine | Grupo de Teatro Macunaíma/CPT – SESC https://mirada2012.sescsp.org.br/lamartine-babo-grupo-de-teatro-macunaima-2/ https://mirada2012.sescsp.org.br/lamartine-babo-grupo-de-teatro-macunaima-2/#comments Sat, 18 Aug 2012 00:00:53 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=253 O núcleo artístico, que é sinônimo de Antunes Filho, um dos mestres da arte do teatro no Brasil, dessa vez o traz não no posto de diretor, mas de dramaturgo, autor do roteiro inspirado na vida e na obra do compositor carioca que dá nome ao espetáculo, um dos bambas da música popular brasileira. No enredo, um conjunto ensaia as inesquecíveis canções de Lamartine Babo, até que adentra o espaço um misterioso homem vestido de terno preto, presença formal de palavras idem, e acompanhado de sua sobrinha. Intercalando o ambiente de um sarau em meio a diálogos pontuais, o espetáculo se permite alguns quadros musicais que lembram canções famosas do homenageado, como Grau Dez, Jou Jou Balangandans, Marchinha do Grande Galo e Aeiou, esta uma parceria com Noel Rosa. A história envolve outras figuras, como uma diva que chega atrasada, outras cantoras e um maestro.

Lamartine Babo (1904-1963) compôs canções de vários gêneros, mas foi com as marchinhas carnavalescas, a começar pela clássica Se teu Cabelo Não Nega, que se tornou um nome conhecido. Em suas músicas predominam o humor refinado e a irreverência.

Quem assina a direção é Emerson Danesi, ator e braço direito de Antunes no Centro de Pesquisa Teatral, o lendário CPT, que está completando 30 anos em 2012 e é mantido pelo SESC/SP. A montagem estreou em 2009 justo no espaço do CPT, no Sesc Consolação, na capital, onde são realizados cursos e treinamentos de ator e de dramaturgia, entre outras áreas. Já o Grupo de Teatro Macunaíma, onde são produzidas as criações de Antunes Filho, nasceu com a estreia do espetáculo Macunaíma, em 1978, com o qual ele e os atores viajaram pelo Brasil e pelo mundo.

GRUPO DE TEATRO MACUNAÍMA / CPT-SESC
Texto:
Antunes Filho
Direção: Emerson Danesi
Direção musical: Fernanda Maia
Elenco: Adriano Bolshi, André Araújo, Flávia Strongolli, Ivo Leme, Leonardo Santiago, Marcos de Andrade, Natalie Pascoal, Patrícia Rita, Ricardo Venturin, Rodrigo Mercadante e Sady Medeiros

60 min | 12 anos

dias
6/9
, quinta, 19h
7/9, sexta, 19h
Auditório SESC Santos

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

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Transgressões https://mirada2012.sescsp.org.br/transgressoes/ https://mirada2012.sescsp.org.br/transgressoes/#comments Tue, 14 Aug 2012 21:48:35 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=670 O crítico Jefferson Del Rios narra a mudança de conceitos na cena teatral a partir da encenação de O Balcão, de Jean Genet.

Dia 10/9. Segunda, às 16h | Arena SESC | 53 min | 12 anos | Grátis

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A Ideologia da Rua https://mirada2012.sescsp.org.br/a-ideologia-da-rua/ https://mirada2012.sescsp.org.br/a-ideologia-da-rua/#comments Tue, 14 Aug 2012 21:47:47 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=667 Após a exibição debate com Sebastião Milaré, crítico de teatro, e Amilcar M. Claro, diretor da série. Três dos mais conhecidos grupos de teatro de rua, formados nos anos 1970 e 1980, ainda em atuação tanto na rua quanto em espaços fechados, participam do programa: o Tá na Rua, do Rio de Janeiro; a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre; e o Grupo Galpão, de Belo Horizonte.

Dia 9/9. Domingo, às 16h | Arena SESC | 52 min | 12 anos | Grátis

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Chaika | Complot Cia. de Artes Escénicas Contemporáneas https://mirada2012.sescsp.org.br/chaika-compania-complot/ https://mirada2012.sescsp.org.br/chaika-compania-complot/#comments Tue, 14 Aug 2012 17:05:53 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=388 A ação se passa num teatro, o que já diz muito sobre essa livre adaptação da peça A Gaivota, do russo Anton Tchékhov (1860-1904), na qual os sentimentos sobre a arte e o amor são vetoriais e os personagens, no original, ocupam uma propriedade rural. Aqui, numa cidade pequena, uma famosa companhia local retorna do exílio europeu após 30 anos. Durante esse tempo, seu teatro ficou nas mãos de jovens criadores ávidos por novas formas, enquanto os veteranos agarraram-se às glórias do passado. Os personagens estão ensimesmados e o mundo lá fora não os afeta. O teatro não é somente a ocupação de alguns deles, como concebeu Tchékhov, pois na criação uruguaia resulta no epicentro de todos, cada um respondendo por uma função dentro desse edifício decadente.

Entres as sincronias russas e uruguaias, separadas por mais de um século, figuram descrições geográficas (o espaço próximo de um rio e de uma avenida larga) ou situações do enredo (no papel do ousado e contestador Tréplev, o ator Gabriel Calderón, de 29 anos, é também na vida real dramaturgo dos mais inovadores e profícuos de sua geração, cofundador da Complot em 2005).

A dramaturga, diretora e pesquisadora Mariana Percovich despontou como revelação do país na década de 1990, como uma criadora inquieta e  instigante. Sua formação inclui passagem pelo inglês Royal Court Theatre. Desde 2007, é diretora artística da Complot Cia.

COMPLOT CIA. DE ARTES ESCÉNICAS CONTEMPORÁNEAS
Texto:
Anton Tchékhov
Dramaturgia e direção: Mariana Percovich
Elenco: Carlos Sorriba, Gabriel Calderón, Gabriela Pérez, Gustavo Saffores, Margarita Musto, Ramiro Perdomo e Verónica Mato

100 min | 12 anos

dias
10/9
, segunda, 18h
11/9
, terça, 18h
Teatro Guarany

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

Legendagem
Os espetáculos internacionais serão apresentados com legendas em português.

 

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Uma Vez Mais, Por Favor (Una Vez Más, Por Favor) | Compañía Nacional de Teatro (CNT) https://mirada2012.sescsp.org.br/uma-vez-mais-por-favor-una-vez-mas-por-favor-compania-nacional-de-teatro-cnt/ https://mirada2012.sescsp.org.br/uma-vez-mais-por-favor-una-vez-mas-por-favor-compania-nacional-de-teatro-cnt/#comments Tue, 14 Aug 2012 16:59:26 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=374 Num misto de nostalgia, melancolia e superação humanista, um narrador quarentão evoca suas memórias para desfrutar mais uma vez de sua mãe, ajustar contas com o passado e presenteá-la, por meio da ficção do teatro, com uma morte como ela desejaria. O filho desata as lembranças utilizando objetos e canções que remetem à convivência com a figura materna que lhe cobrava casamento, filhos, e se recusava a perceber que os desejos do rapaz iam em outra direção: a homossexualidade. É um jogo de indiferenças, de silêncios e frases incompletas, de humor e ironia.

Tremblay escreveu a peça no final dos anos 1990 – a versão mexicana estreou em abril deste ano –, após a morte de sua mãe. O diálogo é uma carta aberta sobre tudo aquilo que não foi possível dizer a ela em vida.

O canadense Michel Tremblay, de 70 anos, pertence à primeira geração de autores que escreve com orgulho à maneira francófona da língua falada em Quebec. Angelina Peláez e Arturo Beristáin são atores com mais de quatro décadas de experiência no palco, no cinema e na televisão. O diretor Mario Espinosa inclui passagens pela Alemanha e Inglaterra em sua formação, também encena óperas e tem experiência como gestor cultural em seu país. A Compañía Nacional de Teatro foi criada em 1977 para apostar na manutenção de repertório, tendo sido reestruturada há quatro anos pelo diretor artístico Luis de Tavira.

COMPAÑÍA NACIONAL DE TEATRO – CNT
Texto: Michel Tremblay
Direção: Mario Espinosa
Elenco: Angelina Peláez e Arturo Beristain

Apoio: INBA/Conaculta

90 min | 12 anos

dias
6/9, quinta, 21h30
7/9, sexta, 21h30
Teatro Coliseu

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

Legendagem
Os espetáculos internacionais serão apresentados com legendas em português.

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O Nacional (El Nacional) | Els Joglars https://mirada2012.sescsp.org.br/o-nacional-el-nacional-els-joglars/ https://mirada2012.sescsp.org.br/o-nacional-el-nacional-els-joglars/#comments Tue, 14 Aug 2012 15:34:22 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=332 Desesperado por causa da inevitável decadência do outrora luxuoso Teatro Nacional de Ópera, hoje em estado de ruína por causa da crise, o veterano lanterninha dom José empreende um ato de resistência. Ele assume a árdua missão de ressuscitar e renovar a arte lírica ao montar Rigoletto, de Verdi. Ensaia com um grupo de indigentes a história do bufão que tenta se vingar do patrão, sedutor desalmado de sua inocente filha. O bastião considera esse personagem o símbolo do poder das artes cênicas, que entende por “profissão de rebeldes e selvagens, o contrário da farândola elitista, petulante e subserviente que tem degradado o conjunto do que um dia foi o glorioso ofício de pícaros, prostitutas, cornos e maricas enterrados fora do cemitério”.

Ao criticar o aburguesamento dos subsídios culturais no velho continente, a longeva e bravia companhia, acostumada a equilibrar vanguarda e popular, zela pelo apuro técnico que a ópera exige, principalmente quando está em jogo a metalinguagem.

O diretor e dramaturgo Albert Boadella escreveu e dirigiu o texto que montou pela primeira vez em 1993 e o retoma nos 50 anos do grupo Els Joglars (menestréis, brincantes em catalão), do qual foi cofundador em 1961. É a maneira de reafirmar, por meio da arte, sua indignação diante das crises econômica, social e de identidade que sacode seu país e a Europa.

ELS JOGLARS
Texto, direção e espaço cênico:
Albert Boadella
Elenco: Begoña Alberdi, Dolors Tuneu, Enrique Sánchez-Ramos, Jesús Agelet, Lluís Olivé, Minnie Marx, Pilar Sáenz, Ramon Fontserè e Xavi Sais

120 min | 12 anos

dias
14/9, sexta, 21h30
15/9
, sábado, 21h30
Teatro Coliseu 

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

Legendagem
Os espetáculos internacionais serão apresentados com legendas em português.

 

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Mãe Coragem e seus Filhos (Madre Coraje y sus Hijos) | Compañía Nacional de Teatro (CNT) https://mirada2012.sescsp.org.br/mae-coragem-e-seus-filhos-madre-coraje-y-sus-hijos-compania-nacional-de-teatro-cnt/ https://mirada2012.sescsp.org.br/mae-coragem-e-seus-filhos-madre-coraje-y-sus-hijos-compania-nacional-de-teatro-cnt/#comments Tue, 14 Aug 2012 15:30:21 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=324 O clássico de Brecht se passa no século XVII, durante uma guerra envolvendo Polônia e Alemanha. A protagonista percorre a fronteira entre os dois países vendendo seus produtos numa carroça, a um só tempo casa e transporte onde leva seus três filhos. A habilidade da mulher para os negócios, contornando argumentos dos dois lados, tanto de católicos como protestantes, não desarma as armadilhas que o destino lhe prega ou ela mesmo vai cavando para si: a prole lhe é subtraída, um a um, no transcorrer dessa narrativa de perdas e danos.

Os figurinos militares estão mais próximos da Segunda Guerra Mundial do que da “guerra santa” de mais de três séculos atrás. Já o espaço cênico dialoga com recursos contemporâneos. As ações acontecem na semiarena, com alguns dos 16 atores equilibrando-se sobre suas bordas. O papel-título é da atriz Ana Clara Carranza. A apresentação inclui números musicais cantados e tocados ao vivo. Em certos momentos, são projetadas imagens em preto e branco de conflitos bélicos ou figurações abstratas.

A Compañía Nacional de Teatro (CNT) foi constituída em 1971, por meio de decreto do governo da Costa Rica, mas seu primeiro diretor, Esteban Polls, já sonhava com ela havia três anos, quando realizava temporadas ao ar livre. O elenco estável, primeiro composto de estrangeiro e depois costarriquenhos, marcou a transição para a modernidade. A atriz Eugenia Chaverri, com larga experiência na produção atual do país, foi convidada a assinar a montagem que marcou, em 2011, os 40 anos da CNT.

COMPAÑÍA NACIONAL DE TEATRO – CNT
Texto:
Bertolt Brecht
Direção: Eugenia Chaverri
Elenco: Alonso Venegas, Amadeo Cordero, Ana Clara Carranza, Andy Gamboa, Carlos Alvarado, Daniel Marenco, Eduardo Carrillo, Erick Cordoba, Fernando Egea Actor, Gerardo Arce, Jose Manuel Elizondo, Luis Diego Ureña, Luis Fernando Gomez, Maria Fernada Campos, Miriam Calderón e Natalia Arias

Apoio: Ministerio de Cultura y Juventud, Teatro Popular Melico Salazar e Compañia Nacional de Teatro Costa Rica

120 min | 12 anos

dias
7/9, sexta, 19h
8/9
, sábado, 19h
Teatro Municipal Brás Cubas

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

Legendagem
Os espetáculos internacionais serão apresentados com legendas em português.

 

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Retábulo | Piollin Grupo de Teatro https://mirada2012.sescsp.org.br/retabulo-piollin-grupo-de-teatro/ https://mirada2012.sescsp.org.br/retabulo-piollin-grupo-de-teatro/#comments Tue, 14 Aug 2012 15:10:20 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=283 Adaptação do conto Retábulo de Santa Joana Carolina, do escritor pernambucano Osman Lins (1924- 1978). Presente no livro Nove, Novena (1966), a obra fez dele um dos expoentes da ficção brasileira contemporânea. A narrativa é dividida em doze mistérios que recobrem – em ordem cronológica, desde o nascimento até sua morte e enterro – a vida de uma humilde professora primária da roça, do longínquo mundo rural do Nordeste. Ela é explorada pelos senhores de terra por onde passa. O texto mostra seus sofrimentos de mulher simples do povo por meio de vários eus-narradores. É uma história que fala de força, amor e determinação. Não de uma heroína, porque não precisamos de heróis, como escreveu a então viúva do romancista, Julieta de Godoy Ladeira, “mas de uma criatura e de um criador que souberam porque vieram a este mundo”.

A linguagem ousada do conto e o eu multifacetado, fazem referência às figuras pintadas ou talhadas, geralmente em madeira ou mármore, para ornamentar altares, que aludem à uma história em série. Os 12 mistérios de Joana Carolina são encenados pelo Piollin Grupo de Teatro, da Paraíba, em atividade há 35 anos. A encenação dialoga com as proposituras narrativas osmanianas para tentar instaurar uma cena também rigorosa, apoiada simultaneamente na poesia da palavra e no corpo em ação. A espacialidade da sala é ocupada pelos atores e pelo público sem mediações. Simultaneidade e sobreposição de espaço e tempo ampliam, como num prisma, as possibilidades de leitura da encenação.

É a chance de o núcleo, integrado pelo ator e diretor Luiz Carlos Vasconcelos, dar um salto em relação à obra de 1992 Vau da Sarapalha, marco dos 35 anos de atividade, que apresentou uma transposição do conto do mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967). Essa peça projetou o núcleo de João Pessoa, formado pelos atores remanescentes Everaldo Pontes, Nanego Lira, Servilio de Holanda e Soia Lira, entre outros.

PIOLLIN GRUPO DE TEATRO
Texto:
Osman Lins
Dramaturgia: Luiz Carlos Vasconcelos, Márcio Marciano e Piollin Grupo de Teatro
Direção: Luiz Carlos Vasconcelos
Elenco: Everaldo Pontes, Ingrid Trigueiro, Luana Lima, Nanego Lira, Servilio de Holanda, Soia Lira e Suzy Lopes

Patrocínio: Petrobras

65 min | 12 anos

dias
6/9, quinta, 23h
7/9
, sexta, 23h
Ginásio Sesc Santos

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

 

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O Cantil | Teatro Máquina https://mirada2012.sescsp.org.br/o-cantil-teatro-maquina/ https://mirada2012.sescsp.org.br/o-cantil-teatro-maquina/#comments Tue, 14 Aug 2012 14:56:56 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=260 O Cantil (2008) surge de uma leitura bastante específica da peça A Exceção e a Regra, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht (1898- 1956). Ao contrário da materialidade oral do texto, aqui a palavra é suprimida para que o gesto seja enfatizado e o trabalho dos atores “refuncionalizado” por meio de exercícios de demonstração e manipulação. Trata-se de uma viagem sem espaço nem tempo definidos. Dois homens seguem à procura de algo. Para o patrão, a viagem é urgente e aterradora; para o empregado, apenas objeto de seu ganha-pão. Entre os dois se estabelece uma relação nos extremos da desconfiança total e da pura subserviência, relação essa transfigurada pela ausência/presença do cantil (ferramenta de carpintaria semelhante à plaina).

A encenação enfatiza a metáfora da manipulação, estendendo a relação entre os personagens para os atores por meio das figuras condensadas do boneco-narrador e do manipulador-narrador.

Uma citação do teatrólogo francês Patrice Pavis, na qual se percebe a derivação do nome do núcleo de Fortaleza, de fato dimensiona não só a proposição desse espetáculo, mas a plataforma de prática e pensamento dos seus criadores. “A maquinaria é envergonhadamente escondida no chamado teatro ‘ilusionista’, mas ela sempre se deixa detectar desde que nos debrucemos sobre o ‘segredo de fabricação’. Tal realidade de máquina é, por definição, alheia ao mundo fictício sugerido pela cena.”

O Teatro Máquina (antiga Ba-guá Companhia de Teatro) está em atividade desde 2003, convertendo-se num dos agrupamentos mais coerentes e proativos do teatro de pesquisa nordestino. A dramaturgia épica, já por si mesma fragmentada e cheia de rupturas radicais, tem sido seu principal foco de interesse. Essa pesquisa se dá com textos do próprio Brecht e de autores importantes para o teatro colaborativo do grupo.

TEATRO MÁQUINA
Direção e dramaturgia:
Fran Teixeira
Elenco: Aline Silva, Ana Luiza Rios, Edivaldo Batista, Levy Mota, Loreta Dialla e Márcio Medeiros

40 min | 12 anos

dias
8/9, sábado, 21h
9/9
, domingo, 21h
Teatro SESC Santos

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

 

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Eclipse | Grupo Galpão https://mirada2012.sescsp.org.br/eclipse-grupo-galpao/ https://mirada2012.sescsp.org.br/eclipse-grupo-galpao/#comments Tue, 14 Aug 2012 14:30:41 +0000 admin https://www.mostrasescdeartes.com.br/mirada2012/?p=198 Cinco pessoas aguardam o final de um eclipse solar. Elas estão encerradas num espaço. Enquanto isso, discutem sobre a existência e a condição humana perpassando os contos e a filosofia do escritor russo Anton Tchékhov (1860-1904) em relação à vida e à arte. À medida que a espera se torna longa, o confronto dessas visões de mundo desencadeia uma série de situações absurdas.

As etapas de ensaio e treinamento de corpo e voz foram realizados em Belo Horizonte, com o encenador russo vindo para cá, e em Berlim, com os atores indo para lá. Cenário, figurinos, luz e sonoplastia são inspirados pelo suprematismo, a linguagem estética da vanguarda russa criada por volta de 1913 pelo artista Kazimir Malevich (1878-1935), que defendia uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica.

O espectador que tenha encontrado o Grupo Galpão em algum momento dos seus 30 anos de história vai se deparar aqui com uma criação surpreendente em relação à maioria de seus espetáculos ancorados na pesquisa da cultura popular e de adaptações de clássicos (a obra-prima Romeu e Julieta, dirigida por Gabriel Villela, é emblemática e também está no MIRADA). Eclipse surgiu do encontro com o diretor russo Jurij Alschitz, de 65 anos, que trouxe a base do treinamento de atores do AKT-ZENT International Theatre Centre, coordenado por ele em Berlim, onde está radicado. Com a leitura de peças e de cerca de 150 contos de Tchékhov, foram pinçadas referências e reflexões sobre temas que continuam a fazer parte do homem

de hoje, como caos, fé, felicidade e talento. É como se o próprio Galpão mergulhasse no autoconhecimento, pois a peça integra o díptico Viagem a Tchékhov, em que a outra metade do elenco está a bordo do drama Tio Vânia – Aos que Vierem Depois de Nós, com direção de Yara de Novaes. As peças estrearam no ano passado e devem impregnar profundamente a prática e o pensamento do Galpão doravante.

GRUPO GALPÃO
Direção, dramaturgia, cenografia, figurinos e treinamento:
Jurij Alschitz
Elenco: Chico Pelúcio, Inês Peixoto, Julio Maciel, Lydia Del Picchia e Simone Ordones

Patrocínio: Petrobras

90 min | 12 anos

dias
5/9, quarta, 21h
6/9, quinta, 21h
Teatro SESC Santos

R$ 10,00; R$ 5,00; R$ 2,50

 

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