SESC Mirada » Blog do Mirada https://mirada2012.sescsp.org.br 5 - 15 de setembro de 2012 Mon, 17 Sep 2012 11:54:46 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=3.4.1 O balanço final em imagens. Assistam ao vídeo que resume o que foi o MIRADA de 2012 https://mirada2012.sescsp.org.br/o-balanco-final-em-imagens-assistam-ao-video-que-resume-o-que-foi-o-mirada-de-2012/ https://mirada2012.sescsp.org.br/o-balanco-final-em-imagens-assistam-ao-video-que-resume-o-que-foi-o-mirada-de-2012/#comments Mon, 17 Sep 2012 11:32:19 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1704 A cobertura desta segunda edição do MIRADA contou com o registro de imagens de várias equipes de vídeo e fotografia.

A produtora Querô Filmes, de Santos, foi uma das que realizou muitos dos vídeos assistidos por você aqui no Blog. Veja, abaixo, ao clipe produzido pela equipe com muitas imagens inéditas do Festival.

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Algumas palavras desde o Paraguai. Entrevista com o diretor Wal Mayans, diretor de “Cinzas” https://mirada2012.sescsp.org.br/algumas-palavras-desde-o-paraguai-entrevista-com-o-diretor-wal-mayans-diretor-de-cinzas/ https://mirada2012.sescsp.org.br/algumas-palavras-desde-o-paraguai-entrevista-com-o-diretor-wal-mayans-diretor-de-cinzas/#comments Mon, 17 Sep 2012 04:20:14 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1697 O MIRADA acabou, mas ainda está reverberando na cidade de Santos e nas mentes de criadores, pesquisadores, espectadores. Aqui no blog não é diferente. Na tarde de sábado, o diretor paraguaio Wal Mayans protagonizou uma cena que deverá ficar um bom tempo como exemplo de generosidade e entrega: na segunda noite da apresentação de “Cinzas”, espetáculo que trata dos reflexos da Guerra da Tríplice Aliança – quando o Brasil, a Argentina e o Uruguai declararam guerra ao Paraguai, há cerca de 100 anos.

Ele pediu para falar aos jovens e manifestou o desejo de que a banda que toca rock ao vivo durante o espetáculo “Cinzas” tocasse para eles. Foram reunidos, então, os 10 jovens que participam do projeto do SESC Santos com o Instituto Querô – que oferece oficinas de audiovisual – para o encontro com Mayans. O encontro de gerações resultou em um debate sobre identidade, liberdade, mudanças sociais.

“Cinzas” estreou há quatro anos e e tem trazido um tema que está esquecido também no Paraguai, que é o da Grande Guerra, que praticamente dizimou a população masculina do país. Radical, anarquista, Mayans acredita na mudança social através do teatro.

Há 17 anos, dirige a Organização Não-Governamental Terra Sem Mal, em Assunção, onde ministra oficinas, monta e apresenta os espetáculos com a Cia Hara Teatro – até agora, são quatro em repertório, que abordam – sem fazer concessão ao mercado – temas históricos. Leiam trechos da conversa do blog com Mayans, logo abaixo:

Blog do MIRADA – Para quem você faz teatro?

Wal Mayans - Faço principalmente para mim. O teatro é o meu espaço na sociedade. O espaço que tenho, o Terra Sem Mal, é um ponto de proteção. É como uma microssociedade dentro de uma sociedade grande, em Assunção. Vivemos em um espaço que se chama de Zona Roja (Zona Vermelha), perto do porto, com edifícios muito antigos, que eram armazéns e foram se transformando em outras coisas. Há muita prostituição e bêbados pela noite, mas não há violência, porque todos se conhecem. Os moradores do local são pessoas que, quando jovens, tinham trabalho naquela área e decidiram ficar por lá.

Essas pessoas conhecem o seu teatro?

Não diretamente, mas estão durante o dia ao redor. Sabem o que passa, veem. Para eles, somos como vizinhos. Eles não tem em sua mente a ideia do que é teatro, não conhecem teatro. Nos conhecem como gente que faz música, que pensa diferente, mas nos respeitam muito. Sempre nos ajudam. Lá, eu sou conhecido como doutor e professor, porque uso óculos.

O ambiente influencia seu teatro?

De alguma forma sim, porque dependo muito deles para conseguir o que preciso, porque economicamente não é possível manter o espaço que tenho há 17 anos. Eles vendem pequenas coisas usadas e roubadas. Instrumentos, rádios, geladeiras, tudo misturado. Quando preciso de algum instrumento, eles me doam. Eles não têm problema em me doar. Assim eu vou enriquecendo o meu teatro. E sigo mantendo meu orgulho. Nesse lugar aparecem instrumentos muito especiais, que não se pode comprar, coisas assim como uma harpa antiga da China. Esta gente sempre me apoiou. Por exemplo, agora, estamos em uma situação difícil, nos cortaram a água. Eles se organizam e chamam o responsável por telefone, e como a maioria das pessoas influentes tem dívidas com essa gente, eles conseguem reverter a situação. Eles têm um certo poder. Não são criminosos, mas trabalham com um comércio rápido, não pagam impostos, são pequenos comerciantes.

Quem faz suas oficinas?

Faço oficinas somente duas vezes ao ano, janeiro e fevereiro, quando preciso de dinheiro. Eu não faço oficinas para gente rica, somente para meninos e jovens do povo ou da rua. Chegamos a trabalhar com a Secretaria das Crianças, durante vários anos, e desenvolvemos um projeto, porque eu acredito fortemente que por meio do teatro você pode mudar a vida das pessoas mais necessitadas, desenvolvendo suas capacidades.

Com quais temas você trabalha com as crianças?

Iniciamos com os temas teatrais, como jogos, e aí vamos vendo como reagem. Deixamos que eles se organizem, decidam como querem levar suas vidas e a forma de aprendizagem. A gente trabalha para melhorar seu cotidiano. São meninos muito violentos, são das ruas, não têm vida longa. Esse era um dos projetos mais interessantes para mim, porque eu aprendia muito, mas faz um ano que terminou a parceria com a Secretaria porque não temos o título de assistente social.

Você não tem nenhuma ajuda do governo?

Não há política cultural. Em todo o Paraguai é assim. Somente se trabalha por projeto, para uma obra. Então, se pode fazer a montagem de uma obra. Mas todo o processo de poder alugar um lugar para trabalhar, as horas de ensaio, preparação, isso não há como garantir. Então, não se vive um projeto de aprendizado. O único curso superior de teatro está no Instituto Superior de Bellas Artes, onde sou professor de licenciatura, em Assumpcion. Este é o únido lugar onde se estuda teatro.

Como é a cena teatral no Paraguai?

Não tenho muita relação com ela. Há grupos individuais, independentes, pequenos, mas que trabalham somente por projetos. Não há um espaço para o teatro de investigação. As novas gerações preferem se dedicar a algo mais imediatista, ligado ao cinema, à televisão.

Quais são as origens do seu teatro?

Eu comecei estudando e trabalhando com teatro pedagógico no interior, ensinando às crianças como lavar a mão, como se alimentar direito, até que ganhei uma bolsa para estudar com Eugenio Barba (mestre italiano), na Europa. Eu tinha 23 anos e fiquei em Volterra, no Conservatório San Pietro, onde se organizou um encontro internacional.

Como você viajou para a Europa?

Peguei carona até São Paulo. Vivi um mês pelas ruas de São Paulo, buscando oportunidade para ir à Europa e vim a Santos para pegar um barco, mas não consegui. Depois de um mês tentando, minha mãe me encontrou e me mandou uma passagem somente de ida. Ela pediu para eu regressar, mas eu disse que eu preferia morrer a voltar, porque queria estudar.

Por quanto tempo viveu na Europa?

Fiquei quase 20 anos na Europa.

Passou por dificuldades?

Sim, porque eu sou muito orgulhoso, nunca deixo que ninguém me pise em cima. Eu sou muito difícil de comprar. Se não gosto de algo, por mais que me paguem, não vou fazer. Não me integro em uma sociedade que me tire a liberdade de pensamento. Tenho orgulho de não perder minha liberdade. Briguei muito. Trabalhei muito com dança, criei um sistema de dança depois de estudar muito com mestres orientais, da Índia, Bali. Estive em Taiwan, China, Xangai, conheço toda a Europa. Estudei muitos dialetos para falar com as pessoas.

Você trouxe ao Brasil o espetáculo “Cinzas”, que fala de uma guerra que ninguém mais se lembra.

No Paraguai também não se fala mais da Grande Guerra. É apenas uma lembrança. Se passaram 100 anos. Deveriam devolver os nossos documentos, as nossas terras. Os documentos foram distribuídos por vários lugares do Brasil. O Paraguai foi massacrado e saqueado.

 

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Mais do que uma mostra de espetáculos, um encontro antropológico. MIRADA espelha dois continentes para mais de 100 mil pessoas https://mirada2012.sescsp.org.br/mais-doque-uma-mostra-de-espetaculos-um-encontro-antropologico-mirada-espelha-dois-continentes-para-mais-de-100-mil-pessoas/ https://mirada2012.sescsp.org.br/mais-doque-uma-mostra-de-espetaculos-um-encontro-antropologico-mirada-espelha-dois-continentes-para-mais-de-100-mil-pessoas/#comments Sun, 16 Sep 2012 19:59:35 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1685 O que é um festival ibero-americano de artes cênicas? Definitivamente, não é apenas uma mostra de espetáculos, mas um encontro antropológico, que coloca sob o mesmo solo países de dois continentes com pendências históricas para resolver.

Apesar disso, o que se viu, ouviu e sentiu nos teatros, praças, ruas e fortes da cidade durante o MIRADA não foram brados retumbantes demarcando territórios, mas o diálogo e o espelhamento do outro. Vimos o quanto somos parecidos – nas mazelas e alegrias – e o quanto temos para trocar.

Durante 10 dias – entre 05 e 15 de setembro – o SESC proporcionou este encontro histórico sob o guarda-chuva (e sol) do teatro. E sob essa proteção, reinventamos realidades, eliminamos fronteiras, falamos português, espanhol, portunhol, espanglês e nos entendemos.

Treze países da América Latina e Europa estiveram unidos neste solo simbólico que é Santos – principal porto da América Latina. Trinta e oito obras teatrais ocuparam a cidade a preços acessíveis (alguns, com entrada gratuita). Shows de artistas consagrados e novos, debates, pré-estreias e lançamentos de livro, filme e música – como o do CD “Sons das Américas”, do Núcleo Hespérides (vídeo abaixo) – também marcaram a programação.

A curiosidade e interesse do público em acessar as obras teatrais em português e espanhol – e até línguas indígenas – foi surpreendente: mais de 100 mil pessoas compareceram às apresentações, com direito às chamadas “filas da esperança” – pessoas que aguardavam lugar nos teatros.

O recorte curatorial deste segundo MIRADA reafirmou o papel sociológico do teatro, ao aprofundar temas que as escolas, os governos e até a imprensa não abordam com tanta verticalidade: migração, racismo, conflitos bélicos e íntimos, feridas históricas ainda abertas.

Dois espetáculos refletiram isso muito bem: “Sin Título, Tecnica Mixta”, do peruano Yuyachkani; e “Cinzas”, do paraguaio Hara Teatro, que abordaram, respectivamente, as guerras do Chile contra o Peru e a Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai) contra o Paraguai.

O diretor Wal Mayans e sua companhia paraguaia nos proporcionaram uma experiência ainda inédita: pela primeira vez nos sentimos como é estar do lado do algoz, do lado imperialista – e vimos como as feridas ainda ardem. Veja trecho da apresentação no Festival:

Os colombianos da Cia La Maldita Vanidad trouxeram sua trilogia “Sobre Algunos Asuntos de Familia”: “Autores Materiales”, “O Autor Intelectual” (veja os vídeos abaixo) e “Como Quer que te Queira”, que são bons exemplos de como o tema “conflito de gerações” tem sido uma preocupação constante dos criadores cênicos contemporâneos – que estão se voltando para os conflitos de geração e ao microcosmo familiar como um espelhamento, também, da sociedade – seja através de uma dramaturgia inédita, seja por meio da adaptação de clássicos (como em “Hamlet de los Andes”, “Chaika” e “Romeu e Julieta”, vídeos abaixo) ou textos estrangeiros (“Pais e Filhos”, da Mundana – veja vídeo mais abaixo).

O Autor Intelectual (La Maldita Vanidad – Colômbia)

Os Autores Materiais (La Maldita Vanidad – Colômbia)

Hamlet, de los Andes (Teatro de Los Andes – Bolívia)

Chaika (Cia Complot – Uruguai)

Romeu e Julienta (Galpão – Belo Horizonte)

Pais e Filhos (Mundana Cia – São Paulo)

A produção brasileira também tem se ocupado desse tema: das nove produções apresentadas, quatro tiveram a família como ponto de partida e chegada: “Retábulo” (Cia Piollin), “Pais e Filhos” (Mundana), “Isso te Interessa?” (Cia Brasileira) e “Histórias de Família” (Cia Amok).

As reflexões que um festival ibero-americano de artes cênicas gera são inesgotáveis e dariam uma tese, por isso, vamos parar por aqui e deixarmos para você, espectador ativo e atento, que nos acompanhou nesta jornada, fazer também o seu balanço. Que o MIRADA deste ano tenha proporcionado bons encontros para você, e desejamos reencontrá-lo em 2014.

Para terminar, a entrevista concedida pelo diretor Emerson Danesi, integrante do CPT/Macuaíma, de Antunes Filho, sobre a sua experiência no MIRADA:

Lamartine Babo (CPT/Macunaíma – São Paulo)

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(Re)encontro entre amigos. Entrevista com Drica Moraes e Mariana Lima na segunda noite de À Primeira Vista em Santos https://mirada2012.sescsp.org.br/reencontro-entre-amigos-a-primeira-vista/ https://mirada2012.sescsp.org.br/reencontro-entre-amigos-a-primeira-vista/#comments Sun, 16 Sep 2012 17:03:11 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1678 Quando o afeto fala mais alto, as pessoas não precisam de legenda. O convite do diretor e ator Enrique Diaz para Drica Moraes voltar aos palcos com um texto do canadense Daniel MacIvor (o mesmo do bem-sucedido “In On It”) veio como um abraço apertado para a atriz, que estava se recuperando de uma transfusão de medula.

Heroicamente de volta à cena em março deste ano, ao lado da amiga e atriz Mariana Lima, Drica está se sentindo em “casa”. Ela e Enrique Diaz (a quem chama de “Kike”) se conhecem desde criança e chegaram a viver juntos. “Fundamos uma companhia juntos, há quase 30 anos (a Companhia dos Atores, no Rio de Janeiro). Com a Mari (Mariana Lima) é mais recente, coisa de 15 anos”, se diverte Drica.

No bonito programa da peça – em forma de cartões postais coloridos e destacáveis -, a atriz escreveu: “Quando a gente não morre a vida pode ficar muito melhor. Mais simples, mais divertida (…) Tô voltando…sou muito grata por ter tanto. tenho Kike e Mariana que me chamaram e estão aqui comigo, jogando minha bola lá pra cima. Tenho meu filho Matheus (a quem a atriz adotou), minha família e Fernando que seguram minha onda. Tenho meu doador, sempre me acompanhando. Temho Daniel Mac Ivor e ‘À Primeira vista’, que melhoram muito meu projeto icanacabo de ser atriz”.

Mariana escreveu: “Olho a Drica e tenho vontade de chorar de emoção por estar ali com ela. Engole o choro! (…) Viva nossa vida e nosso trabalho e os filhos da gente e esse encontro tão bom e esse amor que a gente sente, meu deus”.

Essa irmandade e esse afeto transbordaram do palco para o público nas duas apresentações de “À Primeira Vista” no MIRADA – dias 14 e 15 de setembro, no Teatro Municipal Brás Cubas.

De forma leve e divertida, a peça fala de amizade e amor entre duas amigas, que chegam a montar uma banda juntas. Para isso, as atrizes aprenderam a tocar guitarra, baixo e ukulelê – e elas chegaram a cogitar mesmo a ideia de largar tudo para viver de música. Acessem o canal com os clipes da dupla Ukulaladies no Youtube.

Abaixo, trechos da entrevista que Drica e Mariana concederam ao Blog do MIRADA, sobre o palco do Brás Cubas, minutos antes de entrarem em cena:

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Uma câmera em 20 mãos. MIRADA vai ganhar documentário feito por jovens https://mirada2012.sescsp.org.br/uma-camera-em-20-maos-mirada-vai-ganhar-documentario-feito-por-jovens/ https://mirada2012.sescsp.org.br/uma-camera-em-20-maos-mirada-vai-ganhar-documentario-feito-por-jovens/#comments Sun, 16 Sep 2012 02:04:08 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1673 Quem frequentou o MIRADA deve ter deparado com um grupo de 10 jovens com uma câmera nas mãos, entrando e saindo das vans que fizeram o transporte do Festival, entrando e saindo dos teatros, regitrando todos os movimentos em quase todos os lugares – na fila para um espetáculo, durante o cafezinho da tarde, o retorno para casa.

Esses jovens são: Vinícius de Andrade, Claudia Miranda, Vitor Vilaverde, Igor Porta Vicente, Rebecca Alba, João Vieira, Chirley Nunes, Israel Santos, Neimar Polille e Priscila Vieira, que fizeram parte de uma ideia que partiu da equipe do SESC Santos - em parceria com o Instituto Querô - de selecionar jovens que não tivessem relação com o teatro.

Este olhar jovem sobre os 10 dias do Festival deverá ser resumido em um documentário de 20 minutos, a ser lançado pelo SESC. Pelos depoimentos que os 10 jovens – com idades entre 16 e 25 anos – concederam ao Blog do MIRADA, deu para notar que o projeto proporcionou uma grande experiência ao grupo. “Eu não sou muito ligado no teatro, mas, depois do MIRADA, o teatro entrou na minha vida, não para atuar, mas para assistir mesmo”, disse Israel Santos, morador de São Paulo, no bairro de Paraisópolis.

Assista, abaixo, ao depoimento dos jovens e a um teaser com cenas captadas pelo grupo durante o Festival:

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Homem e máquina em cena. Ator da Cia Antigua y Barbuda em uma fabulosa experiência no MIRADA https://mirada2012.sescsp.org.br/homem-e-maquina-em-cena-ator-da-cia-antigua-y-barbuda-em-uma-fabulosa-experiencia-no-mirada/ https://mirada2012.sescsp.org.br/homem-e-maquina-em-cena-ator-da-cia-antigua-y-barbuda-em-uma-fabulosa-experiencia-no-mirada/#comments Sun, 16 Sep 2012 01:21:23 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1666 Um espetáculo no qual um ator contracena com máquinas poderia ser considerado um monólogo? Para o ator Carles Figols – que, durante três noites do MIRADA “deu vida” às fabulosas máquinas cênicas na instalação-espetáculo “El Circo de las Penas” (O Circo das Penas) – não.

“Poderia ser um monólogo, porque somente eu estou como ator físico, mas há um diálogo entre eu, Siqueiro – personagem fictícia, criada para a obra – e as máquinas. Parece um monólogo, mas eu não sinto como um monólogo”, disse o ator, em depoimento ao Blog do MIRADA.

Figols também trabalha na instalação “B.A.R.R.A” – que ficou em cartaz durante o Festival -, a única preocupação quando está em cena com as engenhocas é a de que elas funcionem bem. “Estou bastante acostumado a trabalhar com máquinas, mas elas têm uma persona, uma técnica, uma mecânica que em alugum momento podem falhar. Há sempre um risco, assim como a gente também pode falhar. Mas as máquinhas não falharam nunca”.

As máquinas com as quais ele contracenou ficaram em exposição na área de convivência do SESC Santos durante os 10 dias de Festival, e elas pareciam, de fato, ter vida. Quem frequentou a unidade durante esses dias, talvez tenha se acostumado ou se assustado com a agitação fantasmagórica vinda do térreo do prédio, com direito a uma repetitiva melodia melancólica ao piano e a voz de um homem quase moribundo soando pela unidade – sons executados pelas engenhocas.

A obra que nos remete a um universo de sonho e pesadelo de século 19, é criação da dupla Oscar de Paz e Jordà Ferré, fundadores da Cia Antigua y Barbuda, da Espanha. Por meio de suas máquinas, eles criaram uma fábula inverossímel, mas a contam com uma poética e força imagética tão fortes que conseguiram, sim, conquistar os espectadores mais crédulos. A personagem do inventor português João Siqueiro – suposto criador das máquinas – convenceu as pessoas de sua existência.

Em “B.A.R.R.A”, sigla para “Bar Automatizado Rústico Realmente Autêntico”, houve relatos de monitores do SESC dizendo que algumas pessoas se sensibilizaram com o drama do homem-bolha (Jordà Ferré), que vivia em uma espécie de cápsula submarina dentro da instalação e servia vinho às pessoas que o visitavam. “Como ele respira lá dentro”, alguém chegou a perguntar.

Veja o ator em conversa com o Blog e em cena:

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Relegados à invisibilidade, “idosos” se munem de pernas de pau para chamar a atenção. Só no MIRADA https://mirada2012.sescsp.org.br/relegados-a-invisibilidade-idosos-se-munem-de-pernas-de-pau-para-chamar-a-atencao-so-no-mirada/ https://mirada2012.sescsp.org.br/relegados-a-invisibilidade-idosos-se-munem-de-pernas-de-pau-para-chamar-a-atencao-so-no-mirada/#comments Sat, 15 Sep 2012 19:26:09 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1661 Relegados à invisibilidade nas ruas dos grandes centros urbanos, um grupo de “idosos” espanhóis se muniu com as armas do circo e do teatro para chamar atenção para os gestos de gentileza.

Sobre pernas de pau e uma enorme cadeira de rodas, eles chegam de mansinho e clamam por ajuda quando encontram percalços pelo caminho: uma guia muito alta de calçada, uma escadaria, uma avenida com bastante tráfego de carros.

Cenas urbanas que, de tão repetitivas, não chamam mais a atenção de quase ninguém fizeram parar centenas de passantes entre os dais 11 e 13 de setembro (em diferentes lugares de Santos), nas apresentações de rua do grupo espanhol Fadunito.

A partir da ideia de um dos fundadores do grupo, Ferran Orobitg, o grupo criou o espetáculo ” + 75″ no qual os atores se fazem passar por idosos com dificuldades de locomoção na cidade.

Assista ao vídeo da apresentação na tarde chuvosa do dia 13 de setembro (quinta-feira), na Praça Mauá, Centro Histórico de Santos:

Trechos da apresentação na Praia Grande – Espaço Conviver Boqueirão, no dia 12/09:

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Seja no México, Santos ou Finlândia, “Amarillo” emociona em qualquer lugar. Espetáculo mexicano é uma das unanimidades do Festival https://mirada2012.sescsp.org.br/seja-no-mexico-santos-ou-finlandia-amarillo-emociona-em-qualquer-lingua-espetaculo-mexicano-e-uma-das-unanimidades-do-festival/ https://mirada2012.sescsp.org.br/seja-no-mexico-santos-ou-finlandia-amarillo-emociona-em-qualquer-lingua-espetaculo-mexicano-e-uma-das-unanimidades-do-festival/#comments Sat, 15 Sep 2012 04:02:50 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1655 Em “Amarillo”, o diretor Jorge A. Vargas e o grupo Teatro Línea de Sombra construíram uma das experiências teatrais mais potentes deste segundo MIRADA – ao lado de outro mexicano, “Incêndios”, montagem também muito elogiada pelo público e crítica presentes no Festival.

Ao abordar o tema universal das fronteiras e da busca do ser humano por atravessá-las para ir em busca de sua Ítaca real ou imaginária, “Amarillo” (Amarelo) percorre o tempo todo o fio tênue entre ficção e realidade – ao adicionar relatos jornalísticos ao texto dramatúrgico -, e entre teatro, performance, artes visuais. E, às vezes, rompe com todos os fios.

O público do MIRADA retornou com entusiasmo a esse belo espetáculo, que faz uso de diferentes recursos e suportes visuais e sonoros em cena, como a projeção e a edição de imagens em tempo real da ação no palco – proporcionando-nos duas versões de uma mesma realidade que se arquitetava sob os nossos olhos; a interação dos atores-dançarinos com as imagens; a canção ao ao vivo, executada através de uma técnica vocal desenvolvida pelo integrante da cia Jesús Cuevas que o permite acionar os timbres mais graves, imprimindo dramaticidade às cenas.

“Amarillo” estreou em 2009 e foi apresentado em 10 países, entre eles, Canadá, França, Espanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Venezuela, Peru, Colômbia, Argentina, e veio ao MIRADA patrocinado pela Robert Sterling Clark Foundation – como parte da Parceria de Engajamento Cultural Internacional (PECI) entre o TeatroStageFest – Latino International Theater Festival of New York, SESC SP (BRA), Teatro Mayor Julio Mario Santo Domingo (Col) e Complexo Teatral de Buenos Aires (Arg). No ano de 2013, viaja à Finlândia.

“No centro de ‘Amarillo’ há a figura simbólica do homem que parte. E isto está em todos os relatos originários, desde a ‘Odisseia’ até os nossos dias”, disse o diretor, comentando sobre a universalidade do espetáculo.

Assista às entrevistas concedidas pelo ator Raúl Mendoza e pelo diretor Jorge A. Vargas ao Blog do MIRADA:

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No MIRADA, as árvores veem e se comunicam com a gente. Vejam só https://mirada2012.sescsp.org.br/no-mirada-as-arvores-viram-e-se-comunicaram-com-a-gente-vejam-so/ https://mirada2012.sescsp.org.br/no-mirada-as-arvores-viram-e-se-comunicaram-com-a-gente-vejam-so/#comments Sat, 15 Sep 2012 03:02:18 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1650 As árvores veem? Cientificamente e biologicamente não, mas no MIRADA, elas viram e se comunicaram com a gente. E estávamos lúcidos quando isso aconteceu. Graças à artista visual Roberta Carvalho, durante todas as noites do Festival pudemos dançar, conversar e tomar algo à beira da piscina do SESC Santos sob os olhares protetores das árvores.

Com o sugestivo nome de #Simbyosis, este videomapping desenvolvido pela artista de Belém do Pará desde 2007, partiu de uma ideia aparentemente muito simples: projetar rostos em copas de árvores. Aparentemente porque a obra exige o mapeamento do local que receberá a imagem projetada, a captação dos rostos por meio de vídeo e a edição e o tratamento dessas imagens para adequá-las a cada tipo de copa.

“A minha proposta é fazer essa relação mesmo entre homem e natureza, dar olhos para essa natureza que também nos observa. A gente acha que só a gente que vê, só a gente que olha”, disse Roberta ao Blog do MIRADA.

Abaixo, assista à entrevista com a artista e acompanhe um pouco do dia a dia de trabalho dela no MIRADA:

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Aos olhos de quem vê, a nudez não existe. Vídeo com bastidores de “Isso te interessa?” no MIRADA https://mirada2012.sescsp.org.br/aos-olhos-de-quem-ve-a-nudez-nao-existe-video-com-bastidores-de-isso-te-interessa-no-mirada/ https://mirada2012.sescsp.org.br/aos-olhos-de-quem-ve-a-nudez-nao-existe-video-com-bastidores-de-isso-te-interessa-no-mirada/#comments Fri, 14 Sep 2012 14:32:28 +0000 admin https://mirada.sescsp.org.br/?p=1643 Uma hora antes da segunda apresentação de “Isso te interessa?” – montagem da Companhia Brasileira de Teatro no MIRADA, na noite de 12 de setembro, no CAIS Vila Mathias, em Santos – alguns atores do elenco estavam assistindo ao espetáculo mexicano “Amarillo” no Teatro Municipal Brás Cubas.

Mais tarde, a poucos minutos do início da apresentação, Nadja Naira, Giovana Soar, Ranieri González e Rodrigo Bolzan - os atores de “Isso te interessa?” continuavam vestidos, conversando sobre o palco após aquecerem o corpo. Um dos integrantes da equipe técnica do espetáculo deu o toque: “Faltam cinco minutos, vocês precisam tirar a roupa”.

Com um ano de trajetória e mais de 70 apresentações, o espetáculo está completamente incorporado pelos atores. Tudo soa natural, como um gesto não premeditado. As complexas partituras dramáticas e corporais desta adaptação de um texto até então inédito no Brasil – “Bon, Saint Cloud” – da francesa Noëlle Renaude, ficam por debaixo do pacto de cumplicidade dos atores com o público para com o drama familiar que encenam, fazendo com que até a nudez quase completa (salvo as meias e sapatos que demarcam as personagens) “desapareça” aos olhos de quem realmente vê.

Com direção de Marcio Abreu, “Isso te interessa?” também chama a atenção para a fragmentação das relações familiares – tema recorrente em muitos espetáculos desta edição do MIRADA.

O novo espetáculo em que a Companhia Brasileira de Teatro está trabalhando em parceria com a atriz Renata Sorrah – “Esta criança”, do autor também francês e inédito no Brasil Joël Pommerat, com direção de Abreu e assistência de direção de Nadja Naira (leia entrevista com ela para o blog) – deve estrear em outubro e vai continuar na mesma temática.

Veja o vídeo que fizemos nos bastidores da segunda apresentação de “Isso te interessa?” no MIRADA:

Trechos do espetáculo:

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